Capítulo 19

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Noah desliza as mãos pela minha cintura e instintivamente as minhas agarram sua jaqueta

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Noah desliza as mãos pela minha cintura e instintivamente as minhas agarram sua jaqueta. É uma cena familiar, e desta vez ele não me manda embora.

As gotículas de água que cobrem seus lábios me fascinam e fazem o desejo se intensificar e me acalmar, como se fosse ficar tudo bem quando nossas bocas finalmente se unirem. Seus olhos esverdeados grudam nos meus de maneira profunda, e nós nos perdemos nesse olhar por tempo demais, ambos sabendo o que vai acontecer se um de nós não impedir.

Não posso deixar isso acontecer. Viro o rosto.

Ele já tem alguém, e foi por causa desse alguém que hoje fiquei novamente sem chão. Como posso estar pensando nele quando descubro que a maior verdade da minha vida nunca passou de uma mentira? Se a mulher em quem eu sempre me espelhei nunca existiu?

Solto as mãos de seu corpo, passando-as no meu cabelo, e dou um passo para trás, dando a entender que preciso ficar sozinha. Já tenho problemas suficientes para pensar em me apaixonar pelo meu melhor amigo.

Engasgo.

Espera aí. Me apaixonar? De onde veio esse pensamento absurdo?

Deus, eu preciso dormir. De preferência para sempre.

Noah me olhou daquela maneira intensa e diferente por pena e nada além disso, é o que repito para mim mesma e é nisso que tenho que me concentrar. Não havia nenhum interesse genuíno em suas ações, porque a esta altura da vida não posso me agarrar a uma ilusão dessa proporção. Seria um desastre se eu o quisesse de maneira diferente do bom amigo que ele é. Eu poderia facilmente perdê-lo, e isso me mataria.

Eu não posso amá-lo de forma diferente. Não posso. Não quero. Não amo.

Saio do chuveiro desnorteada, pingando água para todos lados depois de me enrolar na toalha ainda vestida com minhas roupas encharcadas. Olho para trás antes de sair do banheiro e vejo que Noah está de costas, as duas mãos apoiadas nos azulejos, a cabeça abaixada entre os braços esticados. Não sei o que ele deve estar pensando de mim neste momento, muito menos por que não me manda embora de vez, mas sou grata por não fazê-lo. Não me dou o trabalho de ir buscar outras roupas na mala ensopada no andar de baixo; pego algumas de Noah que encontro em sua cômoda, me troco e deito na cama, puxando o edredom até cobrir a cabeça completamente, desejando morrer.

Minutos depois, alguns sons quebram o silêncio, e é somente por conta deles que me sinto viva, como se Noah fosse o que me mantém respirando. Imagino que ele esteja abrindo as gavetas da cômoda, se vestindo, recolhendo minhas roupas molhadas do chão e me deixando sozinha, mas não saio do meu esconderijo abafado e escuro para me certificar. Sou surpreendida quando Noah arranca a coberta de cima de mim e toca meu rosto, me obrigando a olhá-lo nos olhos, que estão em brasa e ao mesmo tempo dóceis, amavelmente protetores.

Ele me entrega uma xícara que tem cheiro e aspecto de chocolate quente sem dizer sequer uma palavra. Não discuto: agarro a xícara e tomo a bebida. Santo Noah! Ele colocou uma boa dose de conhaque no chocolate. Porra, ele é a única coisa boa de verdade que tenho na vida, e, por mais que algumas de suas escolhas me irritem, também é a única que nunca me decepciona. Eu ia dizer isso com cada uma das letras, mas sou impedida quando ele me entrega mais algumas coisas.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora