Capítulo 30

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Jogo as roupas de qualquer jeito na mala, com lágrimas escorrendo pelo rosto

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Jogo as roupas de qualquer jeito na mala, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Pego meus pertences espalhados pelo quarto e deixo a casa antes que ele possa me machucar mais. Não espero que ele saia do chuveiro, não espero um pedido de desculpa, muito menos que me deixe lhe contar quanto eu o amo. Está tudo acabado.

Um filho e um casamento mudam tudo, desestabilizam tudo, ferram com tudo!

Merda de Any!

Ele tinha que ter engravidado justo aquela vadia? Tinha que se casar com ela? Bem agora, no exato momento em que descubro que o amo?

Só pode ser sacanagem do destino, maldito destino. Meu cupido só pode ter morrido, ou então tem um senso de humor negro e cruel. A única coisa de que tenho certeza é que ele me odeia, e o sentimento é recíproco. Se um dia eu topar com ele, juro por tudo o que é mais sagrado que a flecha vai parar na sua bunda antes do fim do encontro.

Faço questão, já que ele não acerta aquela porra uma vez sequer no alvo certo. Não vai se incomodar com isso, pois não precisa dela.

E agora, para onde eu vou? É o que penso enquanto me arrasto pela rua, carregando minha mala de novo. Meus pés sempre me levam para casa, é automático. Mas, antes que eu decida o que é mais humilhante — rastejar para a casa do meu pai, como estou fazendo, ou dobrar a esquina para chegar ao ninho de amor do meu irmão —, um carro encosta no meio-fio e o motorista buzina. Lamar sai e coloca minha mala no porta-malas, sem dizer nada.

— Ele te pediu para vir? — pergunto quando abre a porta do passageiro para que eu entre.

— Não, só me ligou pra contar a novidade. Quando eu perguntei de você... — Empurro suas palavras com a mão. Não quero escutar mais nada. — Para onde? — Encolho os ombros, olhando para a rua pelo para-brisa, e caio no choro. — Quer ir para o meu hotel até se acalmar? — Assinto, incapaz de falar.

Quando chegamos, me livro dos sapatos, abro o frigobar atrás de álcool e pego um punhado de garrafinhas de uísque, equilibrando todas até a cama, onde me jogo em um monte de nada, incerteza e raiva.

— Ele vai casar com ela. Isso não vai ser suficiente. — Suspiro, sentindo a bebida queimar a garganta depois de virar metade das garrafinhas. Será que vou chorar para o resto da vida? Lamar não diz nada, apenas me entrega uma sacola com uma garrafa de tequila e continua pendurado no telefone, que tocou assim que entramos. — Um casamento pede tequila — falo, pensando que ele acertou o que eu teria escolhido se fosse comprar. Abandono as minigarrafas para abraçar aquela maravilha. A meta hoje é não deixar restar uma gota dentro dela.

Lamar arremessa o aparelho em cima do colchão e caminha distraidamente pelo quarto quando chego à metade. Estou rápida hoje.
Está faltando sal e limão. Noah teria se lembrado disso, mas podia ser pior. Pelo menos tenho um show particular de strip. Me recosto mais nos travesseiros para observá-lo enquanto afogo as mágoas. A gravata vermelha que ele tira com um puxão, o paletó caindo dos ombros e o cabelo cobrindo a face quando joga a cabeça para trás a fim de se soltar dele. A maneira tranquila como abre os botões e tira a camisa, como se arrancasse a roupa na minha frente todo dia. Não é um prêmio de consolação ruim.

Caçadora de estrelas - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora