Blood Choice

Capítulo 16 - You are not that scary

Ano 1862:

Astrid não sabia o que estava acontecendo, se sentia fraca, muito fraca, se sentia tonta e seu corpo girava, seu estômago estava embrulhado e sentia que iria vomitar a qualquer momento.

Sua visão estava turva, não conseguia focar em nada, não conseguia nem se manter em pé, estava sentada em sua cama, e só não havia caído totalmente, porque seu corpo estava sendo segurado por duas pessoas.

Astrid sentia uma dor forte em seu pescoço e outra igualmente, em seu braço. Queria fazer algo, queria fugir, sabia que precisava fugir, ou iria acabar morrendo, mas não conseguia. Não conseguia fazer nada além de continuar sentada em sua cama, enquanto seus pais sugavam o seu sangue.

Ouviu barulhos e vozes próximas a si, pareciam gritos. Viu dois borrões surgirem em sua frente, mas não conseguiu focar a visão para identificá-los. Segundos depois, sentiu as presas saírem de sua pele e as mãos que a seguravam, a soltarem.

Seu corpo pendeu para o lado e Astrid caiu deitada na cama. Sua visão continuava desfocada, mas percebeu que duas pessoas seguravam seus pais. Eles os arrastaram para fora da cabana, deixando Astrid sozinha. Ela começou a sentir falta de ar e uma queimação intensa em seus pulmões. Abriu a boca, tentando respirar, mas não conseguia, tentou gritar por socorro, mas nenhum som saiu de sua garganta. Sentiu todo o seu corpo doer, a sensação era que haviam facas sendo enfiadas por toda a extensão do seu corpo. Começou a sentir frio, muito frio, como se cada célula sua estivesse congelando, não conseguia mexer um músculo sequer e sentiu como se seus ossos estivessem se quebrando, e então, tudo ficou escuro.

Aos poucos, Astrid foi voltando a si. Percebeu que estava deitada em uma cama e que havia algo lhe cobrindo. Ouviu vozes, no qual reconheceu, como sendo de Bily e Melinda, os dois discutiam.

– Eu sabia, sabia que não podíamos deixá-la sozinha – Bily falava exaltado.

– Eu sei, ta bom, mas agora já foi, não tem como voltar atrás.

– E o que vamos fazer? Ela morreu, precisávamos dela viva.

– Agora já era, sem a Astrid, não teremos o Dark Seal, e ainda corremos risco do próprio Breu nos matar – Melinda bufou irritada – maldita hora que eu fui transformar os pais dela.

– Precisamos ir embora, assim que o Breu descobrir que ela está morta, vai nos caçar.

– Do que estão falando? – Astrid perguntou fraca, abrindo os olhos devagar, mas os voltou a fechar devido a claridade intensa.

– Astrid? – Bily perguntou surpreso.

Astrid abriu os olhos mais uma vez, dessa vez os ajustando à claridade.

– O que aconteceu? – perguntou se sentando na cama e se assustou ao perceber que seu movimento havia sido muito rápido.

– Você não se lembra? – Melinda a encarou.

– Me lembro dos meus pais estarem gritando, eles se soltaram e invadiram a cabana – ela levou a mão até as têmporas, as massageando.

– Eles te atacaram.

– Eles me morderam?

– Sim, estavam descontrolados.

– Mas o Bily disse que não estariam com tanta fome, já que haviam se alimentado mais cedo – ela disse confusa.

– Sim e deveria ser assim, mas seus pais são diferentes, Astrid, por mais que eles te mordessem, não era para irem tão longe, além de já terem se alimentado mais cedo, você é filha deles, isso deveria contar – Bily disse frustrado.