Capítulo 9 - Blokker

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Ano 1862

Astrid adentrou mais na casa, tendo a certeza cada vez mais de que algo estava errado.

– Papai, mamãe – chamou, mas ninguém respondeu – Nina, alguém em casa?

Ela continuou a chamar, mas não obteve resposta, apenas silêncio. Astrid foi até o quarto de seus pais, bateu na porta, ao não ouvir resposta, entrou no quarto, mas estava completamente escuro e vazio.

Astrid voltou a descer as escadas, não encontrando ninguém nos corredores. Foi para a cozinha que também estava vazia, o que era muito estranho, já que pelo horário, os criados deveriam estar fazendo o jantar.

O arrepio voltou a percorrer seu corpo e ela tinha a sensação de não estar sozinha em casa.

Decidiu ir até o quarto de Nina. Bateu na porta algumas vezes antes de entrar. O quarto estava escuro, sendo iluminado apenas por uma fraca vela acesa em cima de um móvel. Astrid olhou ao redor, vendo Nina adormecida em uma cadeira.

– Eu morrendo de preocupação e você está dormindo? – Astrid balançou a cabeça em reprovação – Nina, acorde.

Astrid esperou um pouco, mas a mulher à sua frente nem se mexeu, ela a chamou novamente, um pouco mais alto, mas Nina continuava imóvel. Astrid se aproximou dela e a balançou, foi quando percebeu que Nina estava gelada. A soltou devagar e o corpo dela se inclinou para o lado, caindo no chão sem vida.

Astrid olhou assustada e se aproximou mais do corpo, notando que o pescoço estava sujo de sangue e havia uma mordida no local.

Astrid deixou escapar um grito, mas logo o conteve, o assassino poderia ainda estar na casa. Silenciosamente saiu do quarto e foi para a cozinha, pegou uma faca e foi em direção a porta dos fundos. Quando estava chegando, alguém segurou seu braço, ela se virou, se deparando com um homem estranho que estava com a boca suja de sangue.

Astrid enfiou a faca no coração do homem e saiu correndo. Ela corria com dificuldade e já estava ficando sem fôlego. Olhou para trás e percebeu que alguém corria atrás dela, tentou apressar ainda mais seus passos e deu mais uma olhada para trás, já não tinha ninguém, quando se virou novamente para frente ela bateu em algo, ela sentiu um dor em seu pescoço e um líquido escorrer por ele, então tudo ficou escuro.

Astrid acordou com dor, principalmente em seu pescoço, abriu os olhos devagar, percebendo que estava deitada no chão do porão de sua casa. Com dificuldade se sentou e olhou para frente, foi quando viu seus pais e alguns criados no local. Todos estavam quietos e havia sangue em seus pescoços.

– Mamãe, papai, o que houve? – perguntou preocupada e tentou se levantar, mas estava muito fraca.

Seus pais não responderam, continuaram quietos encarando algum ponto qualquer.

– Eles não vão te responder.

Astrid se virou assustada quando ouviu uma voz próxima a si e viu o homem que havia lhe atacado.

– Quem é você?

– Meu nome é Bily e o seu?

– A-astrid. O que você fez com eles?

– Eles estão sob uma espécie de feitiço, farão tudo o que nós mandarmos e no momento, mandamos ficarem quietos.

– Nós? – Astrid o olhou confusa.

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