Ano 1862:
Astrid estava na floresta, em frente a uma cachoeira. Estava sentada em um tronco caído, observando a água. Ela fechou os olhos, sentindo o vento frio em sua pele.
Já fazia alguns dias que a rotina era a mesma, seus pais a mandavam morder alguém, para então poderem se alimentar dela. Ela saía cedo e voltava só a noite, o que eles não sabiam era que ela ficava grande parte do dia, naquele lugar, observando a água e pensando.
Seus pensamentos se resumiam a uma pessoa: Steven. Queria vê-lo, queria saber como ele estava, mas não podia, ainda mais depois de ter confessado a ele, que ela era o monstro que matava pessoas.
Um barulho de passos se aproximando interrompeu os pensamentos de Astrid. Ela se levantou e se virou em direção ao som. Segundos depois, Steven surgiu em seu campo de visão.
– Finalmente encontrei você – ele puxou o ar com força, estava visivelmente cansado.
– O que faz aqui? – ela o encarou.
– Procurando você, passei os últimos dias fazendo isso. Procurei em todos os lugares que tem água em Berk, sabia que estaria em um deles – Steven sorriu e como resposta, Astrid apenas o olhou confusa – Você ama água, você sempre dizia que a vida deveria ser como a água, sempre em movimento, sempre nova, sempre linda.
– Você se lembra – os olhos dela se encheram de lágrimas.
– Sim, eu me lembro de tudo o que você me disse – ele deu um passo em direção a ela, mas ela recuou.
– Por favor, Steven, você precisa ir embora.
– Eu não vou e peço que também não vás, não fujas de novo, Astrid.
– Eu preciso, eu me tornei algo horrível – ela começou a chorar – você não entende.
– Então me ajuda a entender, me explica o que houve – ele a olhou suplicante.
– É uma história longa e complicada.
– Eu tenho tempo e vou me esforçar para entender – Steven sorriu.
– Você já ouviu falar de vampiros?
– Seres que se alimentam de sangue para sobreviver?
– Sim, eles são reais, Steven, e eles me transformaram, me tornaram em um deles. Eu sou uma vampira agora.
– Foi isso o que quis dizer quando me falou que era um monstro? – ele a encarou e Astrid assentiu – Por que matou aquelas pessoas?
– Eu estava com sede – Astrid fitou o chão.
– Você quis matá-las?
– Não, claro que não – respondeu rápido – mas eu perdi o controle.
– Então só as matou para saciar a sede, para sobreviver, não vejo isso como um comportamento de um monstro – falou simplista.
– O quê? – Astrid o encarou.
– Eu te conheço, Astrid, conheço melhor que ninguém, você não é um monstro.
– Eu sou sim, eu sou uma assassina.
– Astrid, não diga isso – Steven deu um passo na direção dela – Claro que não é.
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Blood Choice
FanfictionVampiros, lobos, bruxas e caçadores, talvez você já tenha ouvido sobre as lendas. Dizem que essas criaturas já existiram, criaturas sobrenaturais e criadas para o mal. Criaturas que matam, que caçam, que trazem dor e sofrimento. Você já deve ter ouv...