Capítulo 24 - The cave

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Ano 1862:

Astrid estava na floresta, em frente a uma cachoeira. Estava sentada em um tronco caído, observando a água. Ela fechou os olhos, sentindo o vento frio em sua pele.

Já fazia alguns dias que a rotina era a mesma, seus pais a mandavam morder alguém, para então poderem se alimentar dela. Ela saía cedo e voltava só a noite, o que eles não sabiam era que ela ficava grande parte do dia, naquele lugar, observando a água e pensando.

Seus pensamentos se resumiam a uma pessoa: Steven. Queria vê-lo, queria saber como ele estava, mas não podia, ainda mais depois de ter confessado a ele, que ela era o monstro que matava pessoas.

Um barulho de passos se aproximando interrompeu os pensamentos de Astrid. Ela se levantou e se virou em direção ao som. Segundos depois, Steven surgiu em seu campo de visão.

Finalmente encontrei você – ele puxou o ar com força, estava visivelmente cansado.

O que faz aqui? – ela o encarou.

Procurando você, passei os últimos dias fazendo isso. Procurei em todos os lugares que tem água em Berk, sabia que estaria em um deles – Steven sorriu e como resposta, Astrid apenas o olhou confusa – Você ama água, você sempre dizia que a vida deveria ser como a água, sempre em movimento, sempre nova, sempre linda.

Você se lembra – os olhos dela se encheram de lágrimas.

Sim, eu me lembro de tudo o que você me disse – ele deu um passo em direção a ela, mas ela recuou.

Por favor, Steven, você precisa ir embora.

Eu não vou e peço que também não vás, não fujas de novo, Astrid.

Eu preciso, eu me tornei algo horrível – ela começou a chorar – você não entende.

Então me ajuda a entender, me explica o que houve – ele a olhou suplicante.

É uma história longa e complicada.

Eu tenho tempo e vou me esforçar para entender – Steven sorriu.

Você já ouviu falar de vampiros?

Seres que se alimentam de sangue para sobreviver?

Sim, eles são reais, Steven, e eles me transformaram, me tornaram em um deles. Eu sou uma vampira agora.

Foi isso o que quis dizer quando me falou que era um monstro? – ele a encarou e Astrid assentiu – Por que matou aquelas pessoas?

Eu estava com sede – Astrid fitou o chão.

Você quis matá-las?

Não, claro que não – respondeu rápido – mas eu perdi o controle.

Então só as matou para saciar a sede, para sobreviver, não vejo isso como um comportamento de um monstro – falou simplista.

O quê? – Astrid o encarou.

Eu te conheço, Astrid, conheço melhor que ninguém, você não é um monstro.

Eu sou sim, eu sou uma assassina.

Astrid, não diga isso – Steven deu um passo na direção dela – Claro que não é.

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