Capítulo 26 - You lied

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Ano 1862:

Astrid estava sentada numa cadeira bordando um lenço para o seu bebê, ao seu lado estava sua sogra, cortando um tecido.

– Está ficando muito bom – Gertrudes comentou, observando o bordado – mas já pensou se não for uma menina?

– O Steven acha que é e eu tenho pensado muito nisso também.

– Vai ser a menina mais linda de Berk – Gertrudes sorriu.

– E a mais amada também – Astrid parou o bordado e acariciou a barriga.

– Ai – Gertrudes exclamou ao fazer um corte em seu dedo com a tesoura.

– A senhora se machucou? – Astrid perguntou fitando o sangue.

– Foi só um corte.

– Eu preciso sair daqui – Astrid se levantou apressada, derrubando o lenço e a agulha no processo.

– Algum problema, querida? – Gertrudes perguntou preocupada.

– Não, eu só preciso de um pouco de ar – Astrid forçou um sorriso.

– Eu a acompanho.

– Não – Astrid gritou – não precisa.

Ela prendeu a respiração, tentando não sentir o cheiro do sangue.

– Você não está bem, é melhor se sentar – Gertrudes se aproximou de Astrid e segurou nos ombros dela, na tentativa de ajudá-la a se sentar.

Astrid segurou com força os braços de Gertrudes e a encarou.

– Se afaste.

– Seus olhos, estão vermelhos – Gertrudes a olhou surpresa.

– Eu.. eu.. eu preciso ir.

Astrid empurrou Gertrudes para longe e se virou na intenção de sair da casa, mas ao dar o primeiro passo, sentiu uma dor forte em sua barriga e um líquido escorrer entre suas pernas.

– Não, não, não – disse desesperada – o que está acontecendo?

– O bebê vai nascer – Gertrudes comentou.

– Agora? – Astrid arregalou os olhos – Mas ainda não está na hora.

– Pelo jeito ele decidiu vir antes, venha – Gertrudes caminhou até a nora e a segurou pelos ombros – vou te levar para o quarto.

Astrid assentiu e seguiu a mulher até o quarto, já não sentia o cheiro do sangue, sentia apenas uma dor profunda no pé da barriga.

Gertrudes colocou Astrid deitada na cama e se afastou, começando a pegar alguns lençóis dentro dos armários.

– O que eu faço? – Astrid a encarou aflita.

– Respira, vou pegar água morna.

– Vai me deixar aqui sozinha?

– Não se preocupe, volto logo – Gertrudes abriu um leve sorriso e saiu do quarto.

Astrid tentou respirar, mas estava cada vez mais difícil e a dor só aumentava.

Depois de alguns minutos, Gertrudes voltou para o quarto, a mulher colocou uma bacia com água morna em uma cadeira ao lado da cama e se posicionou em frente a Astrid.

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