Ano 1862:
Astrid estava sentada nos degraus da entrada da cabana, ela encarava as marcas de mordida em seus braços, seus pais haviam sugado uma quantidade considerável de sangue e por causa disso se sentia muito fraca.
Sentiu seu estômago revirar e colocou as mãos na barriga, fazendo um leve carinho no local.
– Como você está? Espero que esteja bem, mesmo levando em consideração tudo o que está acontecendo – ela suspirou – sinto muito por tudo, sei que não estou sendo uma boa mãe, mas por favor, se mantenha forte, mesmo eu sentindo que não conseguirei ir até o final, por favor, sobreviva.
– O bebê não pode te escutar – Olívia comentou.
– Mãe, a senhora conversava comigo quando eu estava na barriga da senhora? – Astrid ergueu o olhar para ela.
– Por que eu faria uma bobagem dessas?
– A senhora tinha medo de me perder?
– Por que essas perguntas agora, Astrid? Está preocupada com seu bebê?
– As vezes eu sinto que não vou conseguir tê-lo.
– É porque não vai conseguir.
– Como? – os olhos da Astrid ficaram marejados.
– Você é um monstro agora, acha mesmo que um monstro pode ter um bebê?
– Eu não sou um monstro.
– Isso não importa, ainda estamos com sede – Harald disse – precisamos de mais sangue.
– Eu estou fraca, se me morderem de novo, não sei se conseguirei aguentar.
– Não podemos correr o risco de você morrer, o Bily e a Melinda nos trancafiaram e nunca mais nos soltariam – Olívia suspirou.
– Você precisa recuperar suas forças, filha, assim poderemos te morder de novo, você precisa morder alguém – Harald disse simplista.
– Não, eu não quero morder ninguém, por favor – Astrid se levantou e os encarou – foi horrível, eu ouvi os órgãos da Emily Hastings pararem de funcionar, eu ouvi o coração dela parar de bater, não me façam fazer isso de novo.
– Se não quer que ninguém morra enquanto você os morde, é simples, basta matá-los antes.
– O quê?
– Isso mesmo – Olívia sorriu – encontre alguém, mate-o, sugue o sangue e depois volte para sugarmos o seu sangue.
– E isso antes do Bily e da Melinda voltarem, agora vá – Harald disse autoritário.
Astrid passou a mão nos olhos enxugando as lágrimas e saiu correndo. Em poucos minutos ela chegou à cidade, precisou caminhar apenas alguns passos até se encontrar com um homem visivelmente bêbado, ele caminhava aos tropeços enquanto mantinha uma garrafa debaixo do braço.
– Me desculpa – o homem falou ao se esbarrar em Astrid.
– Não, eu que peço desculpas.
– Pelo o que está me pedindo desculpas? – o homem tentava se manter em pé.
"Encontre alguém, mate-o, sugue o sangue e depois volte para sugarmos o seu sangue."
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Blood Choice
FanfictionVampiros, lobos, bruxas e caçadores, talvez você já tenha ouvido sobre as lendas. Dizem que essas criaturas já existiram, criaturas sobrenaturais e criadas para o mal. Criaturas que matam, que caçam, que trazem dor e sofrimento. Você já deve ter ouv...