Capítulo 19 - The shed

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Ano 1862:

Astrid estava sentada nos degraus da entrada da cabana, ela encarava as marcas de mordida em seus braços, seus pais haviam sugado uma quantidade considerável de sangue e por causa disso se sentia muito fraca.

Sentiu seu estômago revirar e colocou as mãos na barriga, fazendo um leve carinho no local.

Como você está? Espero que esteja bem, mesmo levando em consideração tudo o que está acontecendo – ela suspirou – sinto muito por tudo, sei que não estou sendo uma boa mãe, mas por favor, se mantenha forte, mesmo eu sentindo que não conseguirei ir até o final, por favor, sobreviva.

O bebê não pode te escutar – Olívia comentou.

Mãe, a senhora conversava comigo quando eu estava na barriga da senhora? – Astrid ergueu o olhar para ela.

Por que eu faria uma bobagem dessas?

A senhora tinha medo de me perder?

Por que essas perguntas agora, Astrid? Está preocupada com seu bebê?

As vezes eu sinto que não vou conseguir tê-lo.

É porque não vai conseguir.

Como? – os olhos da Astrid ficaram marejados.

Você é um monstro agora, acha mesmo que um monstro pode ter um bebê?

Eu não sou um monstro.

Isso não importa, ainda estamos com sede – Harald disse – precisamos de mais sangue.

Eu estou fraca, se me morderem de novo, não sei se conseguirei aguentar.

Não podemos correr o risco de você morrer, o Bily e a Melinda nos trancafiaram e nunca mais nos soltariam – Olívia suspirou.

Você precisa recuperar suas forças, filha, assim poderemos te morder de novo, você precisa morder alguém – Harald disse simplista.

Não, eu não quero morder ninguém, por favor – Astrid se levantou e os encarou – foi horrível, eu ouvi os órgãos da Emily Hastings pararem de funcionar, eu ouvi o coração dela parar de bater, não me façam fazer isso de novo.

Se não quer que ninguém morra enquanto você os morde, é simples, basta matá-los antes.

O quê?

Isso mesmo – Olívia sorriu – encontre alguém, mate-o, sugue o sangue e depois volte para sugarmos o seu sangue.

E isso antes do Bily e da Melinda voltarem, agora vá – Harald disse autoritário.

Astrid passou a mão nos olhos enxugando as lágrimas e saiu correndo. Em poucos minutos ela chegou à cidade, precisou caminhar apenas alguns passos até se encontrar com um homem visivelmente bêbado, ele caminhava aos tropeços enquanto mantinha uma garrafa debaixo do braço.

Me desculpa – o homem falou ao se esbarrar em Astrid.

Não, eu que peço desculpas.

Pelo o que está me pedindo desculpas? – o homem tentava se manter em pé.

"Encontre alguém, mate-o, sugue o sangue e depois volte para sugarmos o seu sangue."

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