Ano 1862:
Astrid estava no quarto de Camicazi, ela velava o sono da filha que dormia tranquila no berço. Astrid ainda conseguia se lembrar do cheiro da casa pegando fogo e dos gritos dos caçadores enquanto eles morriam queimados.
Não tinha sido fácil vencer os dois caçadores, Astrid estava com marcas de flechas em seu corpo e cortes causados por adagas de ferro gronckle, mas tinha algo que fazia Astrid suportar qualquer dor que fosse, sua filha. E a prova disso era que ela estava com Camicazi em casa, já os caçadores estavam mortos.
Astrid abriu um sorriso involuntário. Pela primeira vez ela se sentiu feliz por causar sofrimento em alguém, por ter matado alguém que não fosse para matar sua sede.
As lembranças de Astrid foram interrompidas por batidas na porta. Rapidamente ela se levantou e foi até a janela, verificando quem era. Respirou fundo e saiu da casa.
– Olá, Magda. Que surpresa. – Astrid abriu um leve sorriso, enquanto observava a mulher em sua frente.
– Tenho certeza de que não está mais surpresa que eu. Pensei que não havia ninguém em casa. – Ela abriu um sorriso largo. – Pelo que eu soube, sua família havia se mudado, mas ouvi barulhos nos últimos dias e decidi vir. Seus pais estão em casa?
– Não, eles estão viajando.
– Eu fui até a casa dos seus sogros, mas não tinha ninguém.
– Eles também estão viajando. – Astrid abaixou o olhar.
– Fico feliz em vê-la, pensei que não voltaria mais depois do que houve.
– Do que está falando? – Astrid perguntou receosa.
– Todos estão comentando que o senhor Larsen a abandonou depois que a senhorita teve o bebê,.
– Ele não me abandonou. – Astrid falou brava. – Ele nunca faria isso. Então nunca questione o caráter do Steven, entendeu?
Astrid se virou de costas ao sentir suas íris mudarem de cor e suas presas crescerem.
– É melhor ir embora.
– Certo, foi bom vê-la senhorita Hofferson. – Dagmar se virou e fez menção de ir embora, mas parou ao ouvir o choro de um bebê vindo de dentro da casa. – Ela está com fome.
– Como sabe? – Astrid se virou para ela novamente.
– Eu sei reconhecer o choro da Camicazi. Não sei se a senhorita sabe, mas eu era ama de leite dela. Sua sogra levava a bebê para eu dar de mamar, ela disse que a senhorita tinha pouco leite, mas isso deve ter mudado. Vou embora para que possa alimentar sua filha.
– Espera, você ainda tem leite?
– Sim, eu perdi o meu filho, mas acredito que o meu corpo não entendeu, já que eu continuo tendo leite.
– Você poderia dar de mamar para a Camicazi? Eu tenho pouco leite e ela continua com fome. – Os olhos de Astrid ficaram marejados.
– Claro, ficarei feliz em ajudar. – Dagmar abriu um sorriso largo.
Astrid conduziu Dagmar até o quarto da filha que cada vez chorava mais.
A mulher pegou a bebê no colo e começou a amamentá-la.
– Obrigada! Muito obrigada! – Astrid disse, quando Dagmar colocou Camicazi novamente no berço.
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Blood Choice
FanfictionVampiros, lobos, bruxas e caçadores, talvez você já tenha ouvido sobre as lendas. Dizem que essas criaturas já existiram, criaturas sobrenaturais e criadas para o mal. Criaturas que matam, que caçam, que trazem dor e sofrimento. Você já deve ter ouv...