Capítulo 31 - Two options

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Ano 1862:

Astrid jogou a última pá de terra em cima do corpo e depois deu algumas batidinhas com a ferramenta, para que a terra se assentasse mais. Ela subiu na árvore, amarrou a pá em um galho resistente. Antes de descer, olhou para o chão, vendo a quantidade de covas fechadas que tinha feito.

Fazia algumas semanas que Astrid se alimentava de pessoas, ela tentava se controlar e sugar apenas um pouco do sangue, mas nunca conseguia, quando percebia, a pessoa já estava morta.

Ela sempre saía em um horário que ninguém da casa visse, assim, não levantaria suspeitas, principalmente de Steven. Ela encontrava alguém na rua, sugava o sangue até a morte e depois levava o corpo para a floresta, onde o enterrava, sempre se certificando de que ninguém a tinha visto.

Astrid saltou para o chão e foi para casa. Antes de entrar, deu uma olhada em seu vestido, além de sujo de sangue, estava sujo de terra.

Aproveitando que sua sogra estava ocupada colhendo algumas hortaliças no lado externo da casa, Astrid trocou de roupa e lavou as sujas.

– Astrid, já falei que não precisa lavar as roupas, eu mesmo faço isso. – Gertrudes disse ao ver a nora entrando na sala com a roupa molhada.

– A senhora já faz tanto, eu preciso ajudar de alguma forma. – Astrid abriu um leve sorriso.

– Certo. Precisamos conversar, menina.

– Sim?

– Eu já perguntei ao Steven, mas ele não me responde e pediu para eu não insistir.

– O que a senhora perguntou para o Steven? – Astrid perguntou receosa.

– Sobre o que aconteceu com você. Você não está bem.

– Sobre o que está falando? É claro que estou bem.

– Astrid, o seu parto foi incomum, você só come o que o Steven traz e nunca me deixam ver o que é.

– Para seu próprio bem, esqueça isso. – Astrid falou séria e foi em direção ao quarto da filha.

– Astrid, espere. Eu só quero entender. – Gertrudes a seguiu.

– A senhora não está preparada para a verdade.

Astrid caminhou até o berço de Camicazi e a pegou no colo.

– O que aconteceu com você, não é normal.

– Senhora, por favor, pode me dar licença?

– Não, não posso, eu não vou mais fingir que não está acontecendo nada. Vou conversar com o Steven assim que ele chegar. Se você não quer me explicar, ele vai ter que fazer isso. Ele vai ter que me dizer onde você vai todos os dias e porque volta suja de sangue. – Gertrudes falou brava e saiu do quarto.

– Me desculpa, meu amor. Você não devia presenciar essa discussão. – Astrid acariciou o rosto de Camicazi. – Vou precisar resolver um assunto, daqui a pouco eu volto.

Astrid depositou um beijo na testa da filha e a colocou de volta no berço.

Saiu do quarto e foi para a cozinha, onde sua sogra estava.

– Senhora, por favor, não conte ao Steven sobre minhas saídas e sobre o sangue.

– Ele não sabe? – Gertrudes arregalou os olhos. – Está enganando o meu filho?

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