Capítulo 1

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AGORA

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AGORA

Primeira para dez, o San Francisco 49ers se preparam para uma nova descida na linha das vinte jardas,  Rios recebe o snap direto do Davis, e surpreende a todos quando decide driblar os adversários e corre para a linha final, mostrando a todos que já está recuperado da sua lesão. E é touchdown!

O estádio explodiu em gritos e comemoração, depois de ouvir o locutor narrar os minutos finais da partida. Virei a cerveja em minha boca, vendo pela TV a comemoração do meu ex-namorado e dos demais jogadores dos 49ers.

Eu estava feliz por ele, mas ao mesmo tempo triste de não poder estar lá comemorando, como estive nos últimos jogos. Nosso para sempre chegou ao fim, mas eu não conseguia me desligar dele.

Muitas coisas aconteceram desde que nos formamos e saímos de San Diego e viemos morar juntos em San Francisco. Parece que vivemos dez anos em apenas alguns meses, e eu nem sei bem quando foi que nossa relação começou a desandar, só sabia que eu sentia saudades dele todos os dias, e que o dia que ele decidiu ir embora de casa, foi o pior dia da minha vida.

Pior do que quando eu descobri da aposta.

Meu celular vibrou no sofá ao meu lado, e vi o nome da minha mãe surgir na tela. Sequei as lágrimas do meu rosto e respirei fundo antes de atender a chamada.

— Oi, mãe. — disse assim que coloquei o aparelho no ouvido.

— Achei que fosse estar mais barulhento aí, acabei de ver o jogo do Rodolffo e eu estou tão feliz que ele está recuperado. — ouvi dona Mary dizer orgulhosa do outro lado e bebi mais um gole da minha cerveja para ter forças para mentir, ninguém ainda sabia sobre o nosso término.

— Eu não consegui ir ao estádio hoje, estou acompanhando pela tv, exatamente como a senhora. — tentei soar divertida e minha mãe soltou uma expressão surpresa.

— Bom, fico feliz pelo meu genro de qualquer forma. — eu havia colocado a tv no mudo, mas vi o exato momento em que o entrevistador abordou Rodolffo, e ver seu sorriso, mesmo que pela tela da TV, fez meu coração disparar no peito. — Filha, tá me ouvindo?

— Ah! Sim, mamãe.

— Eu estava dizendo que espero vocês para o jantar de Ação de Graças, estou sentindo falta do meu genro e não vou aceitar não como resposta.

— Sinto sua falta também, mamãe. — debochei e ouvi Mary estalar a língua.

— Não seja boba, claro que sinto sua falta também, querida, e por isso quero vocês dois com a gente no dia de Ação de Graças. 

— Mãe, não sei se poderemos ir, Rodolffo tem os treinos e os jogos, não tenho certeza se ele vai jogar no dia de Ação de Graças... vou olhar com ele, mas não te prometo nada. — menti e me senti péssima por continuar mentindo.

Eu sabia bem que uma hora ou outra as pessoas descobririam sobre nós dois, e seria muito mais humilhante se descobrissem quando os tablóides estivessem estampados com um novo affair, e só de pensar nisso eu sentia meu estômago revirar. Porém, ainda existia uma parte de mim que nutria esperanças de que ele mudaria de ideia e voltaria para mim.

— Já conferi e sei que ele não tem jogo no dia, tenho certeza que meu genro não vai recusar, eu nem moro tão longe assim de vocês. — eu deveria saber que ela sabe mais da agenda dele do que eu, e que não iria descansar até ouvir um sonoro sim.

— Ok, mamãe. Estaremos aí. — confirmei e a escutei comemorar do outro lado, minha mãe é apaixonada pelo meu ex-namorado, e possivelmente ela ficará ainda mais arrasada do que eu quando descobrir sobre o nosso término.

— Perfeito, farei todas as comidas que sei meu genro gosta.

— Mamãe, sem exageros. Sabe que ele precisa manter uma dieta e não poderá comer de tudo assim. — alertei

— Tudo bem, querida. Vejo vocês na Ação de Graças. — suspirei, enquanto massageava minha têmpora.

— Tchau, mamãe.

Ainda com o celular em mãos, resolvi mandar uma mensagem a ele.

22h45 - Parabéns pela vitória, estou feliz que está bem e conseguiu voltar a jogar.

22h45 - Mamãe quer que vá ao jantar de Ação de Graças...

22h45 - Será que poderia vir comigo?!

Atirei meu celular novamente no sofá sabendo que ele não responderia agora, e talvez nem mesmo respondesse, mas não custava tentar, virei o restante da cerveja de uma só vez. Coloquei a garrafa em cima da mesa de centro e me deitei no sofá, na TV ainda passavam cenas dos melhores momentos do jogo e foi assim que eu adormeci.

ANTES

Fazem apenas algumas semanas que estávamos morando juntos, Rodolffo já tinha iniciado os treinos, e eu ainda aguardava os meus documentos ficarem prontos para iniciar na editora. Retirei um pedaço de pizza da caixa e dei uma mordida generosa, antes de ir até ele no sofá e me sentar de frente no seu colo.

Rodolffo sorriu antes de morder um pedaço da minha pizza, eu sabia que essa não era a alimentação ideal para um atleta da liga e sabia que teria que aprender a cozinhar para não termos que sobreviver apenas de comidas semi prontas. 

— Deixa seu treinador saber que estou alimentando o atleta de ouro dele com pizza e cerveja. — brinquei e ele deu uma risada alta, fechando os olhos enquanto me puxava pelos quadris para ficarmos mais próximos.

— Ele não precisa saber. — pisquei para ele, como se ali selássemos um acordo para mantermos nossa traquinagem em segredo, e mordi um pedaço da pizza, gemendo quando senti o sabor do recheio. — Só você para me deixar excitado enquanto devora uma fatia de pizza. — ele brincou mordendo os lábios e eu dei uma risada, enquanto levava o que restou da fatia a sua boca para que ele comesse também.

— Diz se isso não está uma delícia. — pedi me referindo a pizza, lambendo os meus dedos engordurados, mas meu namorado desceu os olhos pelo meu corpo, e me deu um aperto de leve nos quadris.

— Delícia. — ele respondeu sorrindo de forma maliciosa, e eu belisquei seu abdômen, o fazendo retrair.

— Tô falando da pizza.

— Eu também. — ele retrucou, antes de me agarrar, me virando no sofá, ficando por cima de mim. — Apesar que você é muito mais deliciosa do que essa pizza. — ele disse enquanto afundava o rosto na curva do meu pescoço e me beijava ali, me arrancando um gemido contido.

— Nós vamos ser assim pra sempre? — perguntei involuntariamente, e ele levantou a cabeça para me olhar.

— Assim como?

— Assim. — respondi fazendo um carinho em seus cabelos. — Vamos nos amar assim pra sempre?

— Eu vou. — ele respondeu sem pestanejar. — Não existe outra mulher para mim nesse mundo, apenas você. O que temos é para sempre.

— Promete? — pedi e ele sorriu, beijando delicadamente a minha bochecha.

— Prometo.

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N/A: Lembrando que a fic se passa nos EUA e todos os cenários são fictícios. 😘

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