Capítulo 26

196 37 20
                                    


AGORA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

AGORA

A manhã estava fria e eu estava agarrada a Rodolffo na cama, querendo aproveitar o calor que emanava de seu corpo. Ele envolvia minha cintura com uma das mãos, e tinha o outro braço apoiado em baixo da cabeça, seus lábios estavam levemente entreabertos e sua respiração era calma, ele dormia tranquilo.

Sabia que meu despertador não demoraria a tocar, sempre quando eu ficava ansiosa eu acordava alguns minutos antes dele, mas hoje, eu estava com muita preguiça de soltar meu namorado e levantar da cama.

Ele se remexeu quando o alarme enfim soou, fazendo uma careta sem nem abrir os olhos.

— Desliga isso, amor. — sua voz estava rouca e preguiçosa e eu a contragosto me afastei de seu corpo quente e rolei até o outro lado da cama para pegar meu celular na mesa de cabeceira e desligar o alarme. Rodolffo se aproximou e me puxou pela cintura, minhas costas chocaram contra seu peito rígido e ele afundou o rosto em meu pescoço, enquanto me abraçava mais forte.

Seu carinho na minha barriga e sua respiração quente no meu pescoço me causavam arrepios por todo o corpo, o que me fazia ter ainda mais preguiça de deixar ele na cama e seguir para os meus afazeres.

— Preciso começar a cozinhar.

Era manhã de Natal, e hoje, tanto meus pais, quantos os pais dele, além de nossos irmãos, se reuniriam aqui para a ceia. Obviamente eu estava ansiosa, eu estava aprendendo a cozinhar, e hoje teria que fazer um almoço para todas essas pessoas e estava nervosa com isso. Minha mãe e minha sogra prometeram chegar mais cedo para me ajudarem a fazer a comida, mas mesmo assim a responsabilidade maior era minha.

— Ainda tá muito cedo, pequena. — respondeu e deu um beijo em meu ombro.

— Eu sei, mas eu ainda não coloquei o peru para marinar porque ele não havia descongelado direito ainda, e tenho muita coisa para fazer antes de todos chegarem...

— Vai dar tudo certo. — me interrompeu quando comecei a tagarelar, e eu sorri quando o ouvi tão otimista, tão certo de que eu daria conta de tudo. Suas mãos acariciavam minha barriga de forma lenta e carinhosa, e eu sabia exatamente o que ele pensava quando fazia isso.

Desde que começamos a suspeitar que eu pudesse estar grávida, ele estava ainda mais carinhoso comigo, sempre dava beijos na minha barriga e a tocava com carinho. Ainda não havia feito o teste para confirmar nossas suspeitas, mas como minha menstruação continuava atrasada, muito provavelmente eu estava mesmo esperando um bebê.

— Fica mais um pouco comigo na cama. — pediu manhoso e mesmo querendo muito continuar na cama com ele, sabia que não poderia.

— Não posso. — dei uma risadinha quando ele bufou, e me virei de frente a ele e dei um beijo em seus lábios macios — Feliz Natal! — desejei recebendo um sorriso lindo dele como resposta, e eu aproveitei para morder sua bochecha, onde sua covinha charmosa aparecia quando ele sorria.

— Feliz Natal! — desejou de volta, acariciando minha bochecha e aproveitando para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, apoiei meu queixo em seu peito, e fiquei aproveitando seu carinho enquanto admirava seu rosto bonito e concentrado.

— Tá pensando em que? — perguntei e ele sorriu de novo.

— No quanto você me faz feliz. — eu sorri e selei nossos lábios, pensando no quanto ele me fazia feliz também, apesar de tudo o que já aconteceu entre a gente. As coisas boas do nosso relacionamento sempre sobrepunham as ruins — Sonhei com você. — contou e eu estreitei meus olhos, curiosa para saber seu sonho — Sua barriga já estava grande no meu sonho, nosso Theo estava prestes a nascer. Você já é linda, mas parecia tão mais linda, você usava um vestido longo, e estávamos em um gramado. Quando o sol batia em você, te iluminava de um jeito que fazia você parecer um anjo, meu anjo. — sua voz estava carregada de emoção ao terminar de me contar o sonho, e eu já sentia meus olhos marejados.

— Vou fazer o teste mais tarde, precisamos tirar essa dúvida logo.

— Eu concordo. — ele me puxou para um beijo suave, e mesmo a contragosto, precisei me separar dele.

— Preciso mesmo me levantar, nossos pais devem chegar em algumas horas e eu não tenho nada pronto.

Ele deu um sorriso e avisou que dormiria mais um pouco. Tomei um banho rápido e me agasalhei, antes de prender meus cabelos e seguir para a cozinha. No nosso estado não nevava, mas estava frio demais para o meu gosto e ajustei o aquecedor para que nosso apartamento ficasse mais quentinho.

O peru já estava descongelado, e eu o preparei e deixei marinando nos temperos pelo tempo indicado antes de começar a preparar o restante do nosso almoço, algumas horas mais tarde, Rodolffo levantou e eu fui me arrumar para receber nossa família.

Escolhi um vestido vermelho, de decote quadrado e mangas longas, era bem acinturado e abria em uma saia rodada que terminava um palmo antes dos meus joelhos, o tecido dele era encorpado e quente. Vesti uma meia calça preta e coloquei minhas botas, fui até o banheiro e fiz uma maquiagem leve e ajeitei meus cabelos que estavam com cachos nas pontas.

Voltei para a cozinha e encontrei Rodolffo batizando o *eggnog com conhaque.

— Sabia que ia fazer isso. — o repreendi com tom de brincadeira e ele me olhou com cara de menino que acabou de ser descoberto enquanto fazia arte.

— Só coloquei um pouquinho, amor. — justificou e eu rolei os olhos — Você está perfeita.— elogiou e me puxou pela cintura para colar nossos lábios, ao mesmo tempo em que a campainha tocava, anunciando que nossos convidados já haviam chegado.

Coloquei o peru no forno, enquanto Rodolffo atendia a porta, parecia que havia até combinado de chegarem todos ao mesmo tempo.

Depois de todas as trocas de "feliz natal" e abraços, eles colocaram os presentes debaixo da árvore. Os homens sentaram juntos, conversando alto enquanto degustavam o eggnog batizado de conhaque. Minha mãe e sogra vieram me ajudar na cozinha, e as duas tagarelavam sem parar, enquanto eu tentava preparar o restante da comida. Elas trouxeram alguns pratos já prontos, para contribuírem, e em meio às conversas me ajudaram a terminar tudo.

Pelas risadas masculinas e vozes cada vez mais altas, eu sabia que muito provavelmente já estavam ficando bêbados. Montamos a mesa e chamamos todos para a ceia, foi divertido passarmos todos juntos, e demos muitas risadas enquanto comíamos, já que meu pai e meu sogro resolveram lembrar-se de natais passados e histórias das nossas infâncias, era gostoso conhecer mais sobre Rodolffo.

Nossa intimidade e troca eram tão grandes, que eu tinha a sensação de que estávamos juntos há anos, quando na verdade havia se passado apenas um ano. Rodolffo me olhava com ternura, segurando minha mão por debaixo da mesa enquanto sorria para mim, bebi um pouco do meu suco, apenas suspeitava de uma gravidez, mas mesmo assim não queria consumir álcool.

Já estávamos na sobremesa, quando senti algo quente entre as pernas e me levantei depressa, pedindo licença e indo até ao banheiro, apenas para constatar o que eu já suspeitava, minha menstruação havia descido.

******

N/A: *Eggnog: é uma bebida típica natalina de lá, que pode ou não conter álcool.

Depois da ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora