Capítulo 14

216 40 20
                                    

ANTES

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ANTES

Desci de elevador e entrei na caminhonete apressada, decidi parar na loja de equipamentos médicos domiciliares no caminho, preciso de uma cadeira de banho. Depois fui ao mercado comprar algumas coisas que faltavam, antes de ir para casa.

Ele ainda não havia respondido minha mensagem, e isso de certa forma me deixou preocupada, segui o caminho até nosso apartamento e deixei a caminhonete no estacionamento, antes de subir com as compras, deixaria para buscar a cadeira depois.

Assim que abri a porta e entrei, ouvi barulho da televisão ligada no nosso quarto, no mínimo dormiu assistindo a algum filme. Fechei a porta com os pés, e levei as sacolas para a cozinha, apoiando os sacos de papel na bancada. Estava aflita demais para guardar as compras agora e fui até o nosso quarto ver se ele estava ou não dormindo, e para minha surpresa meu namorado estava muito bem acordado, e com uma expressão nada boa enquanto olhava para a TV.

— Tá assistindo filmes de serial killer para estar com essa cara? — brinquei, e finalmente sua atenção se voltou a mim, esboçando um sorriso de lado quando me viu. 

Me aproximei dele na cama, e tirei os tênis, antes de subir e me sentar de frente em seu colo, aproveitando para fazer um carinho em seus cabelos macios, e o vendo fechar os olhos, enquanto suas mãos pousavam em meus quadris.

— Estava assistindo outro tipo de filme de terror. — respondeu com a voz dengosa.

— Me conta. — pedi e ele deu um meio sorriso, ainda sem abrir os olhos, e eu não resisti e dei um beijo em seus lábios macios.

— É sobre um casal, parecido com nós dois, ele é um desajustado, bad boy, e ela uma doce menina que ama literatura, assim como você. — mesmo que ele não pudesse ver por estar de olhos fechados, eu franzi a testa sem entender como aquela descrição poderia ser de um filme de horror — Eles se apaixonam um pelo outro, apesar das diferenças... — continuou e eu o interrompi.

— Não parece um filme de terror. — dei uma risadinha nervosa e ele abriu os olhos, foi quando eu vi que eles estavam marejados e eu fiquei preocupada. — Amor?

— O cara é tão parecido comigo, que foi babaca o suficiente para fazer uma aposta, e magoar a única garota que já o amou. — completou com a voz embargada e eu engoli seco — Você tem razão quando diz que não parece ser um filme de terror, é um romance clichê, mas que me fez relembrar das coisas horríveis que eu fiz a você, e isso é um terror suficiente para mim.

— Não sei por que está relembrando essas coisas, e nem por que está se comparando a qualquer que seja o personagem do filme que assistiu. — o repreendi e olhei por cima do ombro, olhando para a TV atrás de mim e rolei os olhos quando vi de qual filme ele se referia, e me virei novamente para ele, sem conseguir segurar minha braveza — Você não tem absolutamente nada a ver com ele. — disse ríspida e séria, e ele apenas continuou olhando em meus olhos, sem dizer nada — Ele foi cruel com ela, de uma forma quase que impossível de descrever. Você se arrependeu e não quis seguir com a aposta quando se apaixonou por mim, ele mesmo apaixonado foi até o fim. — contei, já sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas e vi os olhos dele se abrirem em espanto — Nunca mais se compare a ele, você não tem qualquer semelhança com ele!

— Desculpa. — pediu num sussurro rouco, e eu conseguia ver seu lábio inferior tremer por segurar a vontade de chorar — Por tudo, eu fui tão imbecil, e quase estraguei tudo...

— Ei, para de pensar nessas coisas, é passado, já passou e eu nem penso mais sobre isso, e nem você deveria.

— É difícil evitar. — suspirou e desviou seu olhar do meu, e eu segurei seu rosto entre minhas mãos, forçando ele a voltar a olhar em meus olhos.

— Achei que tínhamos superado isso, meu amor. — falei, fazendo um carinho em sua bochecha com o polegar — Esquece isso, por favor? — pedi e ele assentiu.

Grudei meus lábios nos seus, e gemi contra a sua boca quando senti sua língua quente percorrer meu lábio inferior, para então invadir minha boca num beijo quente e urgente, que me deixou sem fôlego.

— Você não respondeu minhas mensagens. — interrompi o nosso beijo ofegante, me lembrando das mensagens que mandei pela tarde e ele não me respondeu.

— Desculpa, pequena.

— Como você está? Lembrou dos remédios? E de fazer a compressa? Conseguiu se alimentar? — o bombardeei de perguntas e ele sorriu.

— Sim, minha linda. — respondeu, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e fazendo um carinho em minha bochecha — Só não consegui tomar banho ainda. — contou e eu sorri maliciosa.

— Eu aluguei uma cadeira para te dar banho. 

— Vai me dar banho todos os dias? — perguntou sedutor, e com a voz rouca como o inferno.

— Vou.

— Acho que vou ficar mal acostumado. — voltou a me puxar para um beijo, tão quente quanto o primeiro, e eu precisei me controlar.

— Vou guardar as compras, e já volto para te dar um banho. — anunciei já me levantando antes que ele me impedisse, e me sentindo malvada por saber que ele não poderia correr atrás de mim — Não sai daí. — provoquei e ele fez uma careta.

— Engraçadinha, estou ficando muito bom em andar de muletas. — ele contou e eu dei uma risadinha — Não demora. — pediu e eu pisquei antes de deixar nosso quarto.

********

Depois da ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora