Capítulo 9

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ANTES

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ANTES

Mais algumas horas se passaram, minhas costas doem e meus olhos parecem que tem areia neles, eu não aguento mais ficar nesse lugar. Esfreguei meu rosto, tentando me livrar do sono, quando a porta voltou a se abrir e um policial apareceu e soltou minha algema.

— Você está livre. — ele falou e eu franzi minhas sobrancelhas, sem entender nada.

— Como assim livre? — perguntei confuso, achando que talvez o cansaço estivesse afetando meu juízo e raciocínio.

— As queixas foram retiradas, você está liberado. — voltou a dizer, e eu me levantei e o segui para fora da sala.

A primeira coisa que vi, foi Juliette ao lado do advogado que falou comigo mais cedo, e assim que ela me viu, correu ao meu encontro e me abraçou, seu rosto se afundou no meu peito e eu senti ela segurar minhas costas com força.

— Oi, meu amor. — disse ao retribuir ao abraço.

— Vem, vamos pra casa. — ela chamou, e vi pelos seus olhos que ela havia chorado muito.

— Como? — perguntei olhando para o advogado e ele deu de ombros.

— Em casa eu te explico. — a Ju se intrometeu e eu neguei com a cabeça, já imaginando que ele a convenceu a aceitar o acordo para me livrar — Quer passar no hospital para olhar sua mão? — perguntou ao ver minha mão direita inchada.

— Não, pequena. — neguei — Só quero ir pra casa.

Passei meu braço por cima de seu ombro, e caminhamos juntos até a saída. Vi minha caminhonete parada na porta e me lembrei que me tiraram todos os meus pertences quando me trouxeram pra cá.

— Já peguei tudo, não se preocupe. — ela respondeu, quando percebeu que toquei o bolso da calça procurando pelas minhas chaves — Deixa que eu dirijo. — aceitei seu pedido, com o sono que eu estou, sei que não iríamos muito longe.

Fizemos todo o caminho em silêncio, e eu meio que cochilava no banco quando chegamos em casa.

Ela me levou direto para o banheiro, e me ajudou a retirar minhas roupas, antes de retirar as dela. Não havia maldade em suas intenções, e mesmo que eu fosse louco por ela, eu não conseguiria mesmo fazer nada com o cansaço que eu estava.

Vi ela ligar o chuveiro, e fechei os olhos quando a água morna tocou meus ombros, a Ju despejou um pouco de sabonete líquido em uma esponja, e delicadamente começou a me dar banho. Beijando os nós dos meus dedos machucados, e tomando um cuidado extra para não machucar ainda mais minha mão.

Depois de tomarmos banho, vesti uma bermuda e me joguei na cama, me sentindo exausto como não sentia há tempos.

— Tá com fome? — perguntou, depois que terminou de vestir o pijama.

— Tô, mas tô cansado demais pra comer. — respondi e ela se deitou ao meu lado.

— Vem cá. — ela chamou, me fazendo deitar em cima dela, então ela me abraçou e fez um carinho em meus cabelos, até que eu adormecesse em seus braços.

Meu sono foi agitado, vários flashes dos últimos acontecimentos foram brotando na minha mente, junto com coisas que não haviam acontecido. E eu acordei assustado, vendo que o sol já estava quente lá fora.

— Bom dia! — a Ju surgiu sorridente no quarto, trazendo com ela uma bandeja recheada de coisas para o café da manhã, e colocou na cama ao meu lado — Você precisa comer, está há muito tempo sem se alimentar e isso não é bom. — me entregou um copo de suco de laranja — Não posso te dar remédio se você estiver com o estômago vazio, sua mão está muito inchada e deve estar doendo.

— Doendo muito. — concordei e ela me deu um sorriso triste, tomei um gole do suco, enquanto ela ajeitava os travesseiros atrás de mim, para que eu me sentasse melhor — Como me tiraram de lá? — perguntei e vi ela morder os lábios com nervosismo.

— Coma, depois a gente conversa. — pediu, me entregando um sanduíche — Vou pegar uma bolsa para fazer uma compressa na sua mão, seus treinadores foram compreensivos, mas amanhã já precisa voltar ao treino, e não conseguirá com a mão desse jeito.

— Então eu continuo no time?

— Claro que sim. — afirmou e logo saiu do quarto, sem me dar a chance de perguntar mais nada por enquanto.

Comi o meu sanduíche e tomei meu suco, e ainda comi as frutas que ela picou para mim, ela demorou a voltar, mas assim que voltou ela sorriu ao ver que eu comi tudo.

— Bom garoto. — elogiou e me entregou um comprimido e um copo com água — Vai ajudar com a dor.

Tomei o remédio e ela retirou a bandeja da cama, antes de se sentar ao meu lado, com uma toalha e uma compressa de gelo para colocar em minha mão.

— Como você está? — perguntei, usando minha mão livre para tocar seu rosto.

— No momento é você quem precisa de cuidados. — ela desconversou, e eu a puxei para que se sentasse de frente no meu colo — Amor...

— Me conta o que aconteceu? — pedi olhando em seus olhos.

— De qual parte você está falando?

— Como me tirou de lá? — perguntei e ela suspirou.

— Eu estava na delegacia quando vi seu advogado sair, e perguntei a ele o que aconteceria com você. Ele me contou sobre o acordo, e eu não pensei duas vezes, nunca que eu iria te prejudicar, sendo que minha única intenção quando fiz a denúncia, foi fazer com que você fosse liberado.

— Juliette....

— Não começa, Rodolffo. Eu fiz o que fiz, e não me arrependo.

— E agora ele vai sair impune. — retruquei, sentindo uma raiva me dominar, só de lembrar daquele verme tocando ela.

— Não pensa nisso, eu tô bem, eu sei que não é o melhor cenário, mas eu não podia deixar que nada te acontecesse, nem que perdesse sua vaga no time por causa disso, é seu sonho e eu sei o quanto se esforça, não me parecia justo.

— Devia ter falado comigo antes de tomar essa decisão, fui claro ao meu advogado que eu não te pediria isso.

— Não foi você quem pediu, foi ele e foi uma escolha minha aceitar. — respondeu e fez um carinho em minha barba — E tem outra coisa.

— O que?

— Preciso do vídeo. — disse e eu engoli seco.

— Ele te contou? — perguntei e ela confirmou, e eu mordi os lábios para não praguejar.

— Não adianta ficar bravo, dei minha palavra que destruiríamos e eu não volto atrás com a minha palavra.

— Tá brava comigo? — perguntei receoso que ela brigasse por ter escondido isso dela.

— Eu consigo entender o porque fez isso, mas não esconde mais nada de mim, por favor?

— Desculpa. — pedi e ela se inclinou para me beijar — Por tudo, eu não deveria ter deixado você subir sozinha, deveria estar lá para te proteger antes.

— Não tínhamos como prever isso, meu amor, e se culpar não vai adiantar em nada.

— Só de lembrar dele com as mãos em você... — cerrei meus punhos e ela levou o indicador até meu lábio.

— Shii... não pensa nisso. — ela pediu — As últimas horas foram cansativas, vamos descansar, tá bom?

— Tá. — concordei, e ela desceu do meu colo, enquanto eu me ajeitava para me deitar, e a puxava para o meu peito — Te amo.

— Te amo mais.

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