Capítulo 34

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AGORA

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AGORA

Só a deixei sozinha na cama quando percebi que ela dormia em um sono profundo. Levantei com cuidado e tirei minhas roupas antes de entrar no chuveiro, preciso desesperadamente de um banho. Vesti uma bermuda e uma camiseta e voltei a deitar ao seu lado, a abraçando e beijando seus cabelos antes de fechar os olhos e dormir também.

— Rodolffo... você está em cima de mim e eu preciso fazer xixi. — senti ela chacoalhar meu corpo e eu acordei assustado, nem sei como ela estava aguentando meu peso em cima dela e me desculpei enquanto me ajeitava na cama e a deixava livre.

Ela levantou sem dizer mais nada e entrou no banheiro, cocei meus olhos e me sentei na cama, escorei minhas costas na cabeceira, e esperei ela voltar para o quarto. Pelo tanto que ela bebeu provavelmente está com uma ressaca tenebrosa.

— Como você está? — perguntei assim que ela voltou para o quarto e ela fez uma careta, Juliette ainda cambaleava um pouco, sinal de que a bebida ainda não havia saído completamente do seu organismo.

— Com enjoo e dor de cabeça. — respondeu com a voz rouca pelo sono e eu sorri antes de me levantar da cama.

— Deita de novo, vou pegar um remédio para você. — me inclinei para dar um beijo em sua testa e segui pelo corredor até chegar a sala.

Peguei a garrafa de vinho em cima da mesa de centro e vi que ela estava com menos da metade, suspirei e levei a garrafa para a cozinha. Despejei o restante do vinho na pia e juntei a garrafa vazia com as outras duas que já estavam ali, as descartaria mais tarde. Nunca mais deixaria tanta bebida em casa, gosto mais quando ela bebe e fica safada, a bêbada chorona que eu vi ontem me assustou para caralho.

Procurei na gaveta um comprimido que a ajudaria com a dor de cabeça e enchi um copo com água. Voltei para o quarto e entreguei o comprimido e o copo para ela.

— Quer me contar o que aconteceu e porque bebeu tanto desse jeito? — perguntei e ela continuou bebendo todo o conteúdo do copo, na tentativa de se esquivar da minha pergunta — Fiquei tão preocupado com você, não atendia minhas ligações, parecia bem triste quando finalmente atendeu, e disse coisas tão confusas que só aumentaram meu nível de preocupação com você. Quando eu cheguei aqui você estava apagada no sofá e havia garrafas vazias de vinho pela casa, por que fez isso, pequena?

— Eu só estava triste.

— Vem cá. — a chamei e antes mesmo que ela pensasse em atender meu pedido, a puxei pelas mãos, me recostei na cabeceira da cama e a ajeitei para se sentar no meu colo. A imagem dela tão frágil ontem deitada no sofá voltaram para a minha cabeça, e eu abracei da maneira que não pude abraçar ontem.

Ela apoiou a cabeça em meu ombro, evitando me olhar nos olhos, ficou brincando com a corrente em meu pescoço para se distrair. Sabia que precisava entrar no assunto que a atormentava mais cedo ou mais tarde, e mesmo que eu não a quisesse pressionar, eu precisava que ela falasse comigo a respeito.

— Você não me contou sobre a sua consulta. — senti seu corpo ficar tenso nos meus braços e fiz um carinho em seus cabelos para tentar amenizar — O que quer que tenha acontecido, podemos superar isso juntos. Me conta?

— Eu não posso ter filhos. — sua voz saiu muito baixa, seus dedos tremiam enquanto ela mexia na corrente em meu pescoço, e eu precisei respirar algumas vezes para não dizer as coisas erradas.

Eu desconfiei que era esse o motivo da sua bebedeira ontem, mas ter certeza fez meu coração doer no peito.

Várias imagens começaram a saltar na minha cabeça, ela grávida em meu sonho, seguidas de imagens de um garotinho de cabelos pretos correndo atrás de um cachorro que era dobro do seu tamanho, para logo depois virarem fumaça e desaparecerem.

Seria mentira dizer que não fiquei chateado, mas não acho justo dizer isso a ela. Ela já está lidando com coisas demais, não posso ser egoísta.

— Ele disse isso? — perguntei tentando controlar a vontade que eu tive de chorar e ela fungou algumas vezes antes de olhar para mim pela primeira vez.

— Ele usou a palavra improvável, disse que as chances são bem pequenas e existe um risco grande que eu sofra um aborto. Ele comentou sobre um tratamento que pode me ajudar a engravidar, mas posso passar anos tentando e mesmo assim não conseguir.

— Podemos tentar o tratamento se você quiser, amor. — tentei manter o otimismo e a esperança vivos.

— Esses tratamentos não são baratos. E eu não sei se eu teria estruturas para perder um filho, já tem sido tão frustrante quando minha menstruação chega no fim do mês.

— Se for por causa de dinheiro, eu tenho muito e você também vai ter um salário melhor agora que vai assumir o lugar da Kate na editora, podemos tentar. — sugeri e ela pareceu pensar nas minhas palavras — O que quer que decida, quero que saiba que estou ao seu lado.

— Você ainda quer ficar comigo? — ela perguntou hesitante, os olhos castanhos inundados de lágrimas, havia tanta incerteza e insegurança em sua voz, como se isso fosse fazer com que eu me desapaixonasse por ela — Agora que sabe que eu sou estragada?

— Não diz isso. — a repreendi no mesmo instante — Não tem nada errado com você, e não sei de onde tirou que eu desistiria de nós por isso.

— Eu não posso te dar filhos.

— Amor. — segurei seu rosto entre as minhas mãos, e fixei meus olhos nos dela — Antes de você, eu nem me imaginava namorando. Sempre achei que viveria de relações rasas e sem sentimentos, você lembra como eu era. Você mudou tudo em mim, depois de você que veio o desejo de me casar e ter uma família, sem você nada disso tem sentido. Eu quero me casar com você, quero viver o resto da minha vida com você, independente de termos ou não filhos biológicos.

— Tem certeza?

— Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. — afirmei e a puxei para um beijo que demonstre toda a segurança que eu quero que ela sinta, mesmo tendo ficado abalado com a possibilidade de não ser pai, eu não quero que ela pense que isso seria um motivo para eu não ficar com ela.

— Preciso de um banho. — ela se afastou quando nosso beijo se tornou mais ardente e urgente.

A peguei no colo e a carreguei até o nosso banheiro, a ajudei a retirar as suas roupas, antes de tirar as minhas. Entramos debaixo da água quente e eu pedi para ela se virar de costas para lavar o seu cabelo, o cheiro de baunilha inundou o banheiro, e ela parecia relaxada enquanto eu terminava de enxaguar seus cabelos.

Tomamos um banho gostoso, entre beijos e carícias, e não demorou para que tudo ficasse ainda mais quente entre nós dois, a prensei na parede. Me enterrei nela e a amei com vontade, ouvindo seus gemidos ecoarem no box pequeno e sentindo suas unhas arranharem as minhas costas.

Poderia passar o resto da vida tranquilamente só ouvindo os sons que ela emite enquanto fazemos amor.

Depois da ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora