AGORA
Eu sempre soube que a Ju era teimosa, mas nas últimas semanas tive uma noção maior da sua teimosia. Eu sei que ela ama nosso apartamento, foi o lugar que começamos, nosso primeiro cantinho, e mesmo pequeno, ele guarda várias memórias de momentos - na maioria felizes - do nosso tempo juntos.
Ela queria adiar nossa mudança para depois do casamento, e por mim, já teríamos mudado no dia seguinte ao que assinei o contrato. Eu compreendo seu apego ao lugar, mas não via lógica em continuar pagando aluguel do apartamento, agora que tínhamos uma casa só nossa.
Como não conseguíamos entrar em consenso, resolvemos usar a sorte. Separamos alguns palitos de tamanhos diferentes e quem tirasse o maior ganharia. Era para ser simples, certo?
Eu ganhei de forma justa, mas isso não a impediu de ficar brava, e agora ela enchia as caixas de cara fechada e não falava comigo há mais de vinte e quatro horas. Nem consegui ficar bravo, acho que senti falta de ver suas bochechas coradas de raiva. Sempre a achei linda emburrada, era um dos motivos que amava provocá-la antes, mesmo sentindo saudades dos seus abraços e dos seus beijos nas últimas horas.
Ignorei o seu mau humor, peguei algumas caixas e levei para a caminhonete, fretamos um caminhão para levar os móveis, e eles já estavam quase todos dentro do baú. Depois de colocar todas as caixas no carro e algumas no caminhão, subi para chamá-la.
Vi a forma nostálgica que ela olhava para a sala vazia, como se estivesse se lembrando dos nossos momentos ali, e mesmo ela ainda estando brava comigo, me aproximei dela e a abracei por trás, envolvi sua cintura e a puxei contra o meu corpo, ela entrelaçou os seus dedos nos meus e suspirou.
— Vamos ser muito felizes lá também, pequena.
— Eu sei. — respondeu com a voz embargada e eu me inclinei para beijar seu ombro — Desculpa estar sendo chata. — girei seu corpo e a coloquei de frente para mim, ela envolveu meu pescoço com seus braços e eu segurei sua cintura — Sei que isso é especial para nós dois e não era minha intenção estragar tudo, só que eu imaginava a gente se mudando depois do casamento.
— Faz tanta diferença assim? — perguntei e ela desviou o olhar — Conversa comigo, menina!
— Promete que não vai rir? — assenti com a cabeça e vi suas bochechas corarem, ela mordeu o lábio inferior de nervosismo, e depois de um longo suspiro ela finalmente falou — Eu queria que a gente se mudasse quando eu já fosse a senhora Rios.
— É estranho ficar excitado quando você fala isso? — ela deu uma risada, e eu escorreguei minhas mãos pelos seus quadris, segurei suas coxas e a carreguei. Ela envolveu minha cintura com suas pernas e me abraçou mais — Será que dá tempo de pedir para eles voltarem com nossos móveis? Posso pagar mais se for o caso. — sua risada gostosa ecoou pelo cômodo vazio, fazendo as borboletas no meu estômago se agitarem.
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Depois da Aposta
FanfictionNova cidade, nova vida! Em San Francisco, Rodolffo se prepara para ingressar nos 49ers, enquanto Juliette inicia seu trabalho na White Castle Publishing. Tudo na vida deles ia bem, cada dia mais apaixonados um pelo outro e não poderiam estar mais fe...