AGORA
Eu olhava admirada para a pulseira em meu pulso, era um dos presentes mais lindos e atenciosos que eu já recebi, e aquele aniversário já estava no meu top5 dos melhores que eu já tive. Senti um cheiro bom vindo da cozinha, e levei a bandeja de café até lá e encontrei Rodolffo desenformando o bolo.
— O cheiro está bom. — elogiei e ele sorriu.
— Espero que esteja gostoso, primeira vez que eu faço bolo. — Rodolffo deu aquela risada gostosa que eu amo, e voltou a olhar o celular, enquanto escutava uma receita que ensinava a fazer a cobertura.
— Quer ajuda? — perguntei, não era nenhuma cozinheira profissional, mas estava melhorando na cozinha.
— Não, pequena, hoje você não vai fazer nada.
O vi pegar a batedeira, e me diverti o vendo enrugar o nariz enquanto colocava os ingredientes ali. Estávamos tentando superar tudo o que aconteceu, tivemos uma longa conversa, onde ele me contou tudo, inclusive o que o Yuri falou com ele na academia, depois de brigar com ele por ter dado ouvidos a aquele canalha, eu sugeri que ele fizesse terapia, e é claro que a minha ideia não foi bem aceita.
Rodolffo é forte, mas todo mundo precisa de ajuda às vezes, aconteceram muitas coisas, e ele começou a se culpar por coisas que não eram culpa dele, eu sei que ele se sentia mal pela aposta, mas ele estava se responsabilizando por coisas que estava fora do seu controle, e além disso teve a lesão no tornozelo, que o abalou mais do que ele admite.
Sei que ele ainda sente dor às vezes, e que era uma coisa com a qual talvez ele tivesse que conviver pelo resto da vida, já que os médicos descartaram a cirurgia.
— Tá ficando bonito. — elogiei ao vê-lo passar a cobertura por cima do bolo e ele sorriu.
— Juliette, eu sou bom em tudo o que eu faço. — se gabou e eu joguei um confete nele, que riu — Owen disse que vai mandar os convites essa semana, mas já adiantou que o casamento é depois do Natal.
— Dá para acreditar que nossos amigos já vão se casar?
— É pequena, espero que em breve seja a gente.
— Já imaginou a gente casado e com filhos? — perguntei e pelo sorriso dele, eu já sabia a resposta.
— Já. — ele deu uma risadinha.
— Acha que vamos ter quantos filhos? — fiquei curiosa com a sua resposta, nunca falamos tão abertamente sobre o nosso futuro juntos e era gostoso pensar que teríamos um.
— Dois, um menino que eu vou ensinar a jogar futebol, e uma menina que vai ser igualzinha a você.
— E se for ao contrário? — perguntei e ele deu risada.
— Vai ser bom também.
Acho que o olhava com cara de boba, quando via aquele homem grande e gostoso, concentrado em confeitar o bolo que fazia para mim. Era estranho pensar que há um pouco mais de um ano atrás nos odiávamos, e vivíamos nos provocando na faculdade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois da Aposta
FanfictionNova cidade, nova vida! Em San Francisco, Rodolffo se prepara para ingressar nos 49ers, enquanto Juliette inicia seu trabalho na White Castle Publishing. Tudo na vida deles ia bem, cada dia mais apaixonados um pelo outro e não poderiam estar mais fe...