Capítulo 8

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ANTES

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ANTES

Fui colocado na sala de interrogatório, mas ninguém falava comigo, estava lá a não sei quanto tempo e não tinha noção do que acontecia lá fora. Minha mão direita está doendo como o inferno, e nem atendimento eles me ofereceram, apenas colocaram um café horrível em cima da mesa para mim e me deixaram sozinho.

Eu sabia que eles me observavam por de trás dos vidros, e eu já estava começando a ficar incomodado com isso. Acho que era a hora de exigir um dos meus direitos.

— Quero fazer a minha ligação agora. — pedi alto e não demorou muito para que um policial aparecesse e soltasse as algemas do meu pulso, que estava presa a mesa, e me conduzisse para outra sala.

Suspirei antes de ligar para o meu pai, e fiquei esperando até que ele me atendesse.

— Alô?

— Pai, preciso de ajuda.

— Rodolffo? O que houve? — ouvi a preocupação em sua voz e respirei fundo antes de responder.

— Estou preso, preciso de um advogado.

— Por que?

— Eu bati em um cara.

— Rodolffo, você não é mais um adolescente pra ficar brigando na rua, achei que isso tinha acabado...

— Ele tentou agarrar a Juli a força — interrompi o sermão que eu sabia que viria do meu pai, e eu não tinha tempo de ouvir agora — Quando dei por mim já estava em cima dele. — contei e ouvi meu James suspirar pesadamente do outro lado.

— Como está a minha nora?

— Espero que bem, não sei de muitas coisas preso aqui, por isso que preciso de um advogado.

— O cara está vivo?

— Estava quando os paramédicos o levaram.

— Vou ligar pro advogado, e mantenha a porra da boca fechada até ele chegar aí. — meu pai gritou do outro lado da linha, enquanto o policial ao meu lado tocava o punho, fazendo sinal que meu tempo havia acabado.

— Isso não será um problema. — afirmei, antes de desligar o telefone e voltar a ser conduzido para a sala de interrogatório novamente.

O policial voltou a algemar uma das minhas mãos à mesa, e saiu da sala em seguida, me deixando novamente sozinho.

A falta de notícias me deixava cada minuto mais ansioso, nenhum policial entrava para me interrogar, ou para me direcionar a cela, ou até mesmo ao presídio. Sentia as horas passarem, estava ali há muito tempo e me sentia cansado, minha mão estava latejando de dor e não me oferecerem nem mesmo um analgésico.

Eu sabia que eu devia estar bem encrencado, mas não conseguia nem mesmo me importar com isso.

Meus olhos estavam pesados, e eu resolvi apoiar meus braços na mesa e deitar minha cabeça sobre elas para descansar meus olhos. Não sei quanto tempo passou desde então, até que a porta se abrisse e um homem de terno e gravata entrasse na sala.

— Senhor Rios, sou seu advogado, Robert Lewis. — se apresentou, já se sentando na cadeira a minha frente.

Levantei meu corpo e espreguicei, coçando meus olhos e ajeitando meus cabelos em seguida.

— Desculpe ter demorado tanto, mas precisei me inteirar completamente sobre o caso antes de vir aqui e te inteirar de tudo. — explicou e eu assenti.

— Nem sei quanto tempo faz que eu estou aqui.

— Mais de vinte e quatro horas. — ele informou — Nesse meio tempo muitas coisas aconteceram.

Suspirei e cocei a cabeça, aguardando o restante das informações.

— Sua namorada registrou um boletim de ocorrência de assédio e tentativa de estupro contra o senhor Montgomery, nessa denúncia ela contou sobre um vídeo que ele fez sem o consentimento dela quando ainda estavam na faculdade, o senhor tem conhecimento sobre esses fatos?

— Sim, ainda tenho o vídeo que comprova o que ela está dizendo. — admiti, sabendo que ela ficaria furiosa quando descobrisse que escondi isso dela, mas não poderia esconder provas, não agora.

— Certo. — ele retirou alguns papéis da maleta, antes de voltar a olhar para mim — Preciso que convença ela a retirar a queixa, e depois destrua esse vídeo.

— Como é? — perguntei surpreso e com os olhos arregalados.

— Sei que ela fez isso com a intenção de te ajudar, e de certa forma foi crucial para conseguirmos um acordo. — ele começou — O senhor Montgomery teve uma fratura no maxilar, e precisou passar por uma cirurgia, ele já acordou e concordou em retirar as queixas contra você, se a Juliette também retirar as queixas de assédio e tentativa de estupro.

— Eu não vou pedir isso à ela.

— Pense bem, caso as denúncias sejam retiradas, nada afetará você. Não vai ter ficha criminal e nem vai perder a sua vaga nos 49ers e ainda vamos conseguir abafar as notícias da impressa. Os Seagulls, time que o senhor Montgomery joga atualmente, teve recentemente um caso de violência doméstica contra um dos seus jogadores, e eles querem evitar outra mídia negativa no momento.

— Não vou pedir pra ela retirar as queixas. — voltei a afirmar — Yuri é um nojento e merece pagar pelo que ele fez.

— Não discordo do senhor, mas seu pai me pediu para que eu fizesse de tudo para ajudá-lo, sua namorada está desesperada para te tirar daqui, e esse acordo seria a melhor opção no momento, foi por pouco que ele sobreviveu.

— Pouco me importo com o Yuri, ele mereceu cada soco e eu deveria ter batido mais por tudo o que ele já fez. — meu advogado olhou para os lados e fez sinal para que eu não continuasse falando essas coisas, eu sabia que estava sendo gravado, e eu pouco me importo, era o sentimento que eu tenho mesmo — Não posso pedir isso a ela, se essa é a única forma de me ajudar, então estou disposto a pagar pela minha pena.

— Seu pai me disse que é mesmo teimoso.

— Parece que ele tem razão.

— Vou informar aos advogados do Yuri que o senhor recusou o acordo, deve começar a ser interrogado daqui para frente, tente não falar nada até eu voltar.

— Se não for pedir muito, poderiam mandar algum analgésico? Minha mão está doendo pra caralho.

— Vou ver o que posso fazer. — disse, antes de se retirar da sala.

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