ANTES
A minha pequena tem sido maravilhosa, a sua preocupação e cuidado comigo, só me fazem amá-la ainda mais, se é que isso é possível. Eu não queria que ela ficasse em casa comigo, afinal só meu tornozelo estava torcido e era só questão de adaptação até que eu me acostumasse com as muletas e conseguisse fazer tudo sozinho, mas mesmo assim ela insistiu em ficar e disse que isso não prejudicaria seu emprego.
E por mais que estivesse amando tê-la em casa comigo, a culpa estava me consumindo de uma forma, que eu pensava que poderia me sufocar com ela. Eu a amo, e isso é um fato que acho que nunca irá mudar, mas não me sinto digno dela, depois de tudo o que eu fiz, e mesmo querendo mais do que tudo a fazer feliz, ainda assim acho que ela merece mais.
Eu não sou o mesmo Rodolffo que fez aquela aposta, ela me mudou de uma forma que nunca achei ser possível, tudo se tornou melhor com ela na minha vida, e desde que tudo aconteceu, coloquei na minha cabeça que faria de tudo para reparar meu erro, faria de tudo para fazê-la feliz. Por que vê-la feliz, vê-la sorrindo, era a melhor coisa do mundo. Mas eu não consigo me livrar da culpa de tê-la magoado. Eu achei que havia superado isso, mas a verdade é que eu implorei o seu perdão, mas eu mesmo não consegui me perdoar.
— Que foi, que tá me olhando com essa carinha? — ela perguntou sorridente, olhando para mim do outro lado da ilha da cozinha, de onde eu a olhava cozinhar.
Meus pais estavam vindo fazer uma visita, e ela olhou mil receitas diferentes para fazer o almoço perfeito para eles, mesmo eu dizendo que não precisava e que eu poderia encomendar algo para o almoço.
— Só vendo o quanto é linda. — a vi morder os lábios e suas bochechas corarem um pouco com meu elogio, seus olhos brilhavam como duas pedras preciosas, e todo esse conjunto fazia com que meu coração disparasse no peito, não sei o que seria de mim sem ela.
— Para de me galantear, seus pais chegam daqui a pouco e eu não posso pular em você agora. — ela brincou e eu dei uma risada.
Se não fosse a bota ortopédica e as muletas, eu já estaria atrás dela, beijando seu pescoço e a distraindo de seus afazeres. Não via a hora de poder me livrar delas.
Juliette continuou cozinhando, e montou uma linda mesa para o nosso almoço, o cheiro estava delicioso e eu já sentia meu estômago roncar e minha boca salivar. Ouvi a campainha, e antes que ela pudesse ir, eu peguei as muletas e me equilibrei nelas para atender a porta.
— Meu filho! — minha mãe colocou as duas mãos nas laterais do meu rosto e eu me inclinei um pouco para que ela pudesse dar um beijo em minha bochecha. Ela me analisou com o olhar depois que me soltou, parando os olhos por alguns segundos em meu tornozelo, para depois levantar os olhos novamente.
— Não precisa fazer essa cara, mamãe, eu estou bem. — a tranquilizei e ela sorriu, me afastei um pouco para que ela pudesse entrar, e recebi um tapa nas costas do meu pai, que entrou logo em seguida — Fiquem a vontade, a Juli está terminando o almoço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois da Aposta
FanfictionNova cidade, nova vida! Em San Francisco, Rodolffo se prepara para ingressar nos 49ers, enquanto Juliette inicia seu trabalho na White Castle Publishing. Tudo na vida deles ia bem, cada dia mais apaixonados um pelo outro e não poderiam estar mais fe...