🌙 Capítulo VI.

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(Makeup on your face, try to hide the pain. All the lies, they look like the truth)

Já havia 1 hora que estava esperando, sentada em um banco de cimento localizado em frente ao grande shopping iluminado atrás de mim. Como sempre acontece em Bangkok, a noite era agradável, com uma brisa leve que tocava minha nuca e me trazia a sensação de paz. As estrelas completam o céu e me fazem pensar em tudo que me trouxe até ali. Ela não viria e é uma pena. Nam era a minha melhor amiga, minha parceira, e nunca quis perdê-la no meio de toda essa confusão.

Partir há 5 anos foi uma decisão de vida ou morte e, por mais que ela não soubesse de tudo, poderia ter ideia, pois me avisou várias vezes para que não me envolvesse naquela confusão. Então, quando precisei delatar o meu cúmplice para não ter o mesmo destino dele, com uma longa sentença a ser cumprida, a única saída foi fugir. Esse tipo de pessoa nunca está sozinha. Protegi Nam, minha mãe, minha namorada... Charlotte me acolheu. Havia tido um problema similar na Tailândia e há muito tempo estava estabelecida na Inglaterra. Eu devia absolutamente tudo a ela e não pude negar quando me pediu para voltar.

Infelizmente o que me fez partir é quase o mesmo que preciso fazer para retornar. Na verdade, da primeira vez fui enganada. Me disseram que iríamos fazer hacktivismo* quando não era nada mais que um grande esquema de roubo, extorsão... Não gosto de lembrar, pois fui avisada. Pela Nam. Pela minha amiga que agora não quer saber de mim e ela está certa. Para ajudar Charlotte preciso resgatar esse passado, com as habilidades e hobbies que costumava ter, para poder acessar uma das maiores corporações do mundo. Simples, né?

Respiro fundo, me dando por vencida e enviando uma última mensagem para Nam, pedindo perdão por ter tentando voltar para sua vida e por insistir neste encontro. Não há mais o que ser feito. De pronto me dirijo para dentro do centralwOrld e começo a buscar a localização da Disaya, uma das minhas lojas preferidas. Quando chego no segundo andar observo uma pessoa acenando para mim e ao me aproximar vejo que se trata da loja.

Freen Sarocha? — Uma vendedora me pergunta e aceno positivamente. — Queira me acompanhar, por gentileza. — Ela me cumprimenta devidamente e me direciona para o interior da loja e a sigo cegamente, ainda sem entender o que está acontecendo. — As peças que separamos para a Srta. já estão no provador. Fique a vontade e nos diga qualquer coisa! — A porta do cubículo aberta é o local para onde ela aponta. Me direciono sem questionar, vendo algumas peças na arara que são do meu gosto e embora estranhe a situação, me disponho a experimentar as roupas.

Um vestido branco, com detalhes de comida estampados, com uma barra que alcança a altura dos meus pés, é o meu preferido. Ao lado dele, um lindo vestido verde me parece ser tão ideal quanto. Estou satisfeita com as escolhas.

Continuo deslumbrada pelas roupas expostas, e logo sou acordada da minha distração ao ouvir uma voz conhecida

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Continuo deslumbrada pelas roupas expostas, e logo sou acordada da minha distração ao ouvir uma voz conhecida.

Espero que eu ainda saiba muito bem quais são seus gostos, apesar de você ter chegado toda pomposa com essa roupa rosa. — Imediatamente sinto meus olhos se encherem de água e as lágrimas ameaçarem a cair quando a risada debochada de Nam ecoa no ambiente vazio. Abro a porta sem pensar duas vezes e me jogo em seus braços, em nossa amizade.

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