☀️Capítulo XIV.

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(My words roll off my tongue right onto your lips, I'm keeping cool while you keep smiling)

Droga. Droga. Droga. Droga.

Mas que diabos, Sarocha? Como você deixou isso acontecer?

Estou imóvel pelo que, para mim, se parece com mais de uma hora. Yha continua vidrada em mim, como se esperasse alguma explicação. Eu simplesmente não consigo reagir. A cada palavra que tento proferir algo parece impedir e sigo sem me pronunciar pela situação em que fui flagrada há poucos minutos.

A intervenção de Irin para retirar Rebecca dali com certeza foi mais do que necessária para evitar uma catástrofe. Não consigo imaginar uma interação pior do que surpreender sua chefe em um momento íntimo. Acredito que por estar embriagada, Rebecca talvez não tenha sequer se dado conta de quem estava ali de pé nos questionando, o que provavelmente é uma vitória para a sanidade de Yha.

Pareço recobrar a consciência quando compulsoriamente minhas mãos deslizam pela minha saia, na intenção de voltar a cobrir meu corpo adequadamente. Rebecca não estava para brincadeira. Esses jogos ainda vão me matar. A tensão entre nós duas é tão insana. É um absurdo não ter controle das minhas próprias ações.

Preciso apalpar o tecido para envolver corretamente minha barriga e ajusto a posição das mangas da blusa. Tento fazer com que a situação pareça um pouco menos humilhante.

Está tudo bem, Yha? Precisa de alguma coisa? — Não tenho como entrar no assunto, preciso desviar o máximo possível.

Si... Sim, está. — Ela também parece estar estática. Não sei se mais surpresa pelo que viu ou arrependida. — Apenas estava indo até o banheiro. Nam disse que você estava lá, pediu para te chamar também... — Suas palavras saem com dificuldade, visivelmente envergonhada, mal conseguindo me encarar diretamente nos olhos.

Ela está precisando de mim? — Ignoro o clima pesado que paira na conversa.

Não sei. Ela disse algo sobre Tee estar beijando alguém. — Tee? Que danadinha. A notícia parece aliviar o momento, me arrancando um sorriso discreto. — Freen... — Infelizmente Yha parecia querer insistir e conversar sobre o que estávamos passando. — Eu, eu, não sei muito bem o que dizer, sabe? Só consigo pensar se foi consensual, se foi algo que você quis. Desculpe, não quero parecer intrometida, mas me preocupo com você, é minha amiga e... — Meu coração parece se partir ao sentir a aflição em suas palavras, principalmente por saber que não posso ser honesta com ela. Nem sobre Rebecca, nem sobre nada.

Yha... — Dou um passo a frente, na tentativa de transparecer que está tudo certo. — Foi apenas algo de momento, bebemos demais e você sabe... a Srta. Armstrong é muito bonita e eu, enfim, acabei passando do ponto. — A risada de Yha me desconserta, deixando o rubor tomar conta da minha face.

Freen Sarocha, você tem um crush na Srta. Armstrong??? — A palma da mão tampa a boca como se estivesse incrédula. — Jura??? Nossa, ninguém que te viu babando por ela todos os dias no escritório poderia imaginar algo assim. — Estou confusa com sua resposta. Como pude ser tão óbvia? — Mas, concordamos com você, ela é realmente muito bonita. Se eu jogasse nesse time também estaria na disputa. — Ela continua rindo e me deixando ainda mais constrangida. — Mas isso é seguro? Vocês vão continuar... ficando? Não quero que você saia da empresa e se esqueça de nós, como foi com a Irin. — A Irin fazia parte do grupo? Por que será que se afastou a ponto disso ser uma preocupação para Yha?

Não se preocupe. Não vamos. Foi só algo de momento. Amanhã ela nem irá se lembrar e eu pretendia que fosse assim para mim também, mas algo me diz que você não vai me deixar esquecer tão cedo. — Ela não precisa nem me responder. A risada maléfica que solta é suficiente para eu saber que estou ferrada. — Podemos deixar isso entre nós? Não quero que achem que tenho algo com a chefe, para mim é importante que me vejam apenas pelo meu trabalho... — Espero tocá-la o suficiente para que esse deslize fique em segredo.

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