🛬Capítulo XXVII.

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(Everything's probably nothing. Everything's in the air)

Quando adentrei a cabine, o primeiro vislumbre de Rebecca no assento A2 acelerou meu coração. Ela estava ali, uma figura de poder e encanto, sentada em um assento espaçoso da classe executiva. O espaço se assemelhava a um pequeno cubículo privativo, com divisórias altas que nos isolavam do resto dos passageiros. A poltrona de couro em que ela se reclinava refletia um tom suave sob a iluminação delicada do avião, criando uma atmosfera de intimidade e isolamento. O som abafado dos motores adicionava um zumbido constante que parecia distanciar ainda mais o nosso espaço da realidade externa.

Oi, baby. O que você está fazendo aqui? — Sua voz me tirou dos meus pensamentos. Ela deixou o livro repousar em seu colo, admirando-me de cima a baixo com um olhar sugestivo. O uniforme de comissária que eu vestia parecia ter um efeito especial nela. — É algum presente para mim? Uma fantasia? — Sua língua deslizou entre os lábios de forma convidativa, realçando a tensão do momento.

Por um instante, fiquei paralisada, ponderando sobre o que sua presença significava. Saberia ela os meus motivos para estar ali? quais seriam os dela? por que o assento 3 e os demais estavam vazios?, em poucos segundos fiz a mim mesma uma infinidade de perguntas para as quais não tinha respostas. Mas então, seu olhar sereno e seu sorriso natural me resgataram, dissipando minhas suspeitas - pelo menos por ora.

De todo modo, eu precisava pensar em uma desculpa para minha presença ali e não havia nada crível passando em minha mente. 

Oi, Becky. — Disse, esforçando-me para manter a voz estável, apesar da batida irregular do meu coração. — Talvez seja mais do que apenas uma fantasia. — Respondi, minha voz um misto de promessa e mistério. Me inclinei um pouco, nossos rostos agora tão próximos que podia sentir sua respiração quente contra a minha pele. — Talvez seja uma experiência completa, só para você.

Nossos olhares se encontraram e, por um momento, o mundo ao redor se desvaneceu. Estávamos isoladas em nossa própria esfera, cercadas pelo zumbido suave do avião e por uma tensão crescente que parecia nos conectar mais profundamente. Quase me esqueço de que estou em uma situação ruim, da qual não tenho muitas saídas.

Você está incrivelmente sexy nesse uniforme de comissária, baby. — Sua voz era um sussurro suave e sensual, enviando ondas de calor através do meu corpo.

Fico feliz que você tenha gostado, Srta. Armstrong. Estamos só começando — Respondi, adentrando o jogo de sedução, enquanto me agachava à sua altura.

Na classe executiva, os assentos espaçosos nos proporcionavam uma intimidade inesperada. O sorriso provocante de Rebecca e o movimento de sua língua pelos lábios intensificaram a atmosfera entre nós.

Mal posso esperar para o que virá a seguir, então. — Ela murmurou, carregada de desejo.

Eu sabia exatamente onde ela queria chegar, e minha mente estava disposta a jogar o jogo.

Aproximei-me ainda mais, nossos rostos a centímetros de distância. A tensão entre nós era palpável, e eu sabia que não poderia mais esperar. Com delicadeza, minha mão deslizou por seu queixo, os dedos traçando sua mandíbula, enquanto nossos olhares ardiam de desejo mútuo.

Meu polegar esfregou-se contra seu lábio inferior, e ela o abocanhou, sugando-o vagarosamente. O calor e a umidade de sua boca eram elétricos, fazendo cada nervo do meu corpo acender em antecipação.

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