🌙Capítulo XI.

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(llusion never changed into something real)

Nam decidiu que iria dormir ao meu lado hoje. Depois que chegamos do restaurante estranhamente não falamos sobre nada. Ajeitei minhas coisas, tomei meu banho e me preparei para ir para a cama. Quando ela saiu do banheiro, já veio com o travesseiro para o sofá-cama em que eu estava. Se aconchegou, puxando meu corpo para um abraço terno, do qual eu senti bastante falta, confesso.

Vamos, Nong. Abra seu coração. Não aquela baboseira que você disse para o pessoal, quero saber o que está acontecendo de verdade. — Ela fala ao passar os dedos por entre os fios do meu cabelo.

Ai, P'Nam, não sei o que dizer. Não consigo entender nada. Eu me sinto estranha perto da Rebecca e também muito mal por enganá-la. Talvez eu nem tenha sentimentos por ela, como vocês disseram, e seja só um misto de culpa com vergonha...

— Te conheço desde que você era uma criancinha, Freen, correndo de todos os garotos que se aproximavam de você. Dona Nun dizia que era apenas uma fase, mas eu já sabia onde isso ia dar. Quando você teve a sua primeira paixão ficou fora do eixo, tal como agora, e, ainda assim, seu primeiro amor não parecia te fazer sentir 1/3 do que você nutre pela... Esqueci o nome! — Ela conclui com uma gargalhada.

É Rebecca, doida! — Dou um tapa de leve contra sua perna, acompanhando a sua risada. — Você acha mesmo? E se eu estiver entendendo tudo errado? Eu também não posso sacrificar meu objetivo aqui. Se tem alguém com quem não posso me envolver, é a pessoa que mais estou enganando. Quando eu entregar tudo que sei ou que vou saber para o jornal, Rebecca estará condenada por confiar em mim. — Respiro com pesar ao notar a complicação na qual me meti, com uma lágrima ousada escapando do meu olho.

Não se precipite. O lado bom de estar com alguém é ser parceiro e ter um ponto de apoio para resolver tudo. Nenhuma chance de vocês terem algo intenso o suficiente para que você confesse? — Seu abraço se intensifica.

Não! Pirou? Rebecca é muito séria sobre essa empresa, se ela sonhar sobre isso eu estou perdida. — Acredito que meu olhar esteja bastante assustado, pois Nam recua em suas sugestões.

Me diz sobre vocês... Como chegaram nisso? Ela é lésbica? Como você soube? — Ela pergunta.

Eu não soube. Na verdade, ainda não sei, mas ela me beijou, então se não for, está curiosa. — Reflito.

Conta logo! — Ordena.

Flashback On

Inicialmente os pensamentos que tive em relação à Rebecca Armstrong pareciam ser apenas admiração. Ela era uma mulher incrivelmente bonita e elegante, e poder vê-la dentro e fora do escritório fazia com que a curiosidade em mim despertasse. Então, desde o primeiro dia vinha a observando inconscientemente, sem perceber que talvez ela pudesse ter notado.

Quando me procurou em minha sala, alguns dias após o nosso primeiro encontro desastroso por causa daquele artigo, as coisas nunca mais foram as mesmas. A sua aproximação, parecia claramente uma investida, como se buscasse por respostas. E eu não dei nenhum indício, mas meu corpo não acompanhou e demonstrou para ela todas as sensações possíveis que me causava. Fiquei com receio de estar viajando, de nada ter sido real e por um tempo pareceu ser assim.

Freen, gentileza comparecer ao Dome. — A voz robótica da Assistente Virtual sempre me pegava de surpresa. Notei que ultimamente as chamadas para a sala redonda têm sido mais objetivas, sem rodeios ou muita formalidade e, sinceramente, não me importo nem um pouco. Fico feliz sempre que sou chamada, vejo como uma oportunidade para... entender um pouco mais sobre o trabalho.

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