SECRET

🌙 Capítulo XVI.

(Fake water all across the road. It's gone now, but sometimes, all I think about is you)

⚠️ AVISO: Compartilho a playlist no Spotify que fiz para Secret. São as músicas que possuem trechos no início dos capítulos e as que são citadas ao longo da história. As vezes insiro algumas que me inspiram, que não necessariamente vão aparecer na história, mas que podem deixar a leitura mais prazerosa. Sou apaixonada por música e é o que me motiva no momento da escrita. Queria dividir com vocês esse processo criativo. Obrigada por me acompanhar! Todos os feedbacks são bem vindos! Gosto de interagir nos comentários e inclusive me divirto muito com tudo que é dito! Bom capítulo :)

*https://open.spotify.com/playlist/4BB3OotMw8A0PgjqvIB01c?si=bdaf0a196cb44645* 

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O momento no closet quase me fez desistir dos planos para finalizarmos o dia. Fui honesta quando disse que seria um agradecimento e, por isso, gostaria de insistir na ideia.

— Rebecca, você está tornando tudo muito difícil. — Resisto a todos os estímulos do meu corpo que imploram para que eu ceda àquelas provocações e me embriague de Rebecca ali mesmo, no chão daquele cômodo. Separo nossa proximidade, agarrando as peças separadas por ela e me vestindo. — Estamos atrasadas. — Sua reação clara à minha desilusão é bufar e manter a expressão o mais fechada possível. Coloca as mãos no bolso, deixando sua postura mais rígida.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos. — Ela nos leva para fora do escritório, em direção ao elevador para a garagem.

— Aonde você está indo?

— Para a garagem? — Não estava a espera do meu questionamento e me devolve como se minha pergunta tivesse sido além de óbvia.

— Não. Vamos a pé, de trem, bicicleta, que seja. — Se já estava com uma atitude geniosa, minha explicação pareceu piorar muito mais sua inquietação.

— Perdeu o juízo, Freen? Por que faríamos isso? — Movimenta as chaves do porsche entre os dedos, na tentativa de me convencer ao contrário.

— Porque eu quero assim. Você me apresentou uma parte do seu mundo e eu quero fazer o mesmo por você. Pensei nesse momento para te mostrar um pouco da minha realidade. — Confesso ter me sentido magoada com sua relutância inicial ao meu convite. Mas, minhas palavras parecem a desmontar. A tensão em seus ombros se esvai. Estende a mão em minha direção.

— Ok. Vamos? — Ela realmente espera que andemos de mãos dadas dentro da empresa?

— Não podemos fazer isso aqui. E se alguém nos ver? — Rejeito a ideia, não quero ser questionada nos próximos dias. Uma sessão de estresse foi suficiente. Sua linha de expressão fica séria.

— Freen, já acabou o expediente. Não tem ninguém aqui. Quero andar de mãos dadas com minha... baby. — A sua pausa me faz pensar se no dia do Hotel ela tinha realmente dito "convidada". Me apresso em olhar em volta, certificando que, de fato, não havia mais ninguém no andar. Acabo cedendo, cruzando nossos dedos e indo em direção ao elevador principal. Em nossa caminhada, Rebecca repousa a cabeça em meu ombro, atrasando nossos passos para desfrutar do instante. Beijo demoradamente sua cabeça, pensando que não consigo decifrá-la, entender suas diferentes personalidades, mas está ótimo para mim dessa forma, desde que seja ela.