⏰Capítulo XXIX.

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(But who wants to live forever, babe?)

58 horas antes...

Todas as manhãs demoro alguns minutos para me situar. Antes de me lembrar onde estou e se é seguro, experimento todos os sintomas da ansiedade. Ataques de pânico deixam minha respiração acelerada, com uma quantidade exorbitante de ar ao mesmo tempo que parece faltar. A arritmia, completamente disparada, faz com que pareça que o coração está saltando. Os tremores são o único movimento que meu corpo se vê capaz de ter...

Pelo menos costumava ser assim.

Agora, involuntariamente, quando sente que estou em crise, Rebecca automaticamente cobre meu corpo com seus braços e me abraça tão profundamente que me faz desejar tê-la ao meu lado todas as manhãs. É sempre tão inconsciente, o que torna seu gesto ainda mais honesto.

Desvencilho-me de seu braço e cuidadosamente me levanto. Consigo ver pedaços do sol atravessando algumas partes da cortina e iluminando o ambiente, o que me dá um pouco mais de energia do que tenho tido nos últimos dias.

Aonde você está indo? — Seus olhos permanecem fechados enquanto puxa a barra da minha blusa. A voz sonolenta e embolada me arranca um sorriso.

Becky... Preciso ir para casa. Já é cedo.

Você está em casa, Freen. — Sua resposta me pega tão desprevenida quanto o movimento que faz para me puxar de volta para a cama. Ela me posiciona sobre seu braço e o fecha sobre mim, impedindo que eu me movimente.

Estou na sua casa, babe. Acredita que agora você vive como uma pessoa normal? — Não contenho uma risada e vejo sua relutância para abrir os olhos. — Vamos. Me solte. Tenho muito o que fazer esse final de semana e...

Continua de noite. Você só pode ir quando amanhecer.

O quê? — Olho novamente em direção à janela para me certificar de que a luz da manhã está realmente invadindo o quarto.

Se eu não abrir meus olhos, não vai amanhecer e você vai ficar aqui. — Seu rosto se movimenta e seus lábios colam contra minha testa.

E você quer que eu fique aqui para você ficar de olhos fechados? — A marca no meio de sua testa se destaca, indicando claramente que estou deixando-a nervosa.

— Você é difícil. Vamos dormir mais um pouquinho. Não quero sentir sua falta. Talvez se eu te abraçar bem forte, você decida ficar. — Seu comportamento parece mais doce do que o normal.

Ela se vira, encaixando seu corpo contra o meu e confortando cada parte minha.

Por que você quer tanto que eu fique? Acabamos de voltar da China. Não enjoou de mim? — Apesar de não poder mais ver seu rosto, sei que a pergunta a desconcerta.

Freen, honestamente...

Sim?

Eu estou cansada.

Com certeza eu não previa essa resposta. — De quê? — Pergunto tentando transmitir normalidade na minha voz.

Suas mãos se encaixam contra o meu quadril, me virando de frente para ela. Seus olhos se abrem, ainda vermelhos pelo sono, mas tão brilhantes quanto qualquer outro dia.

Sua testa encosta na minha e a ponta do seu nariz roça gentilmente contra o meu.

De fingir que não estou sentindo nada por você. De fazer jogos. Eu não quero me fazer de difícil. Será que podemos voltar com isso na segunda-feira? Por ora, vamos passar o fim de semana juntas? Por aqui?

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⏰ Última atualização: Jul 09 ⏰

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