⛈️ Capítulo XXVI.III

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(I'm fallin' apart right in front of you, can't you see?)

Something's got a hold of me lately

(Uma coisa me dominou ultimamente)

No, I don't know myself anymore

(Não, não me conheço mais)

Feels like the walls are all closin' in

(Parece que as paredes estão todas se fechando)

And the devil's knockin' at my door, woah

(E o diabo está batendo na minha porta, uau)

A verdade sempre foi um conceito que me cativou e aterrorizou profundamente. Ela tem o poder de moldar nossas vidas de formas inesperadas, como uma força implacável que atua nos bastidores.

Lá, no fundo do meu ser, a verdade se manifesta como uma tormenta iminente, ameaçando a delicada construção da minha realidade. A cada nova pista e fragmento de informação, as sombras da minha alma se intensificam, e me vejo diante de um precipício emocional. No entanto, permaneço paralisada, hesitante em mergulhar nas profundezas dessas revelações.

No limite de um abismo emocional, debato-me entre o desejo ardente de me entregar por completo e o paralisante medo de reviver antigas dores. A estrada à minha frente é obscura e repleta de incertezas; parte de mim anseia avançar, enquanto outra receia o que o futuro poderá trazer. A verdade possui o poder de me libertar, mas também o de me destruir, enquanto a ilusão, embora me proteja, também me aprisiona.

Flashback On.

Capítulo IX. 

Não sou uma entusiasta de caminhadas, seja em Bangkok ou em qualquer outro lugar. Prefiro o conforto do meu carro, onde, mesmo diante das intermináveis horas no trânsito, posso mergulhar em minhas músicas e pensamentos.

Infelizmente, escolhi o pior dia para uma corrida no parque próximo ao hotel: chovia intensamente. Cheguei tarde da noite, completamente encharcada, e, para minha surpresa, me deparei com uma cena que abalou meu equilíbrio, deixando-me perplexa sem saber o significado que tinha para mim.

Desde o momento em que Freen-Sarocha entrou na minha vida, ela transformou minha existência em um turbilhão de emoções e incertezas, uma tempestade que desafia todas as minhas tentativas de encontrar calma. Ao vê-la beijando outra pessoa, de maneira tão natural e despreocupada, meu coração se apertou de ciúmes e raiva, mas também de desejo. A imagem delas juntas mexeu profundamente comigo, uma fervura incontrolável de emoções que queimou meu interior.

Fiquei ali, debaixo da chuva intensa, encarando-as, sem medo de ser vista. Tentei organizar meus pensamentos, mas as recentes lembranças de seu corpo próximo ao meu nos corredores desse mesmo lugar impediram qualquer discernimento. Tudo o que minha consciência ansiava era avançar sobre ela, retomar de onde paramos no dia anterior, sem permitir que escapasse por entre meus dedos. No entanto, o convite que ela fez antes de levá-la para as dependências do hotel abalou minhas certezas e me fez duvidar de tudo o que pensava saber sobre a reciprocidade que compartilhávamos.

Era mais um sinal de que as distrações estavam, cada vez mais, minando meu foco no que realmente importava. Será que, com tudo o que vivi nos últimos anos e com todos os indícios que venho recebendo para me afastar, ainda insisto nessa loucura?

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