🌙 Capítulo XIII.

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(Won't you come closer? Let it take over. I don't need anything, I just want you)

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Meus olhos se abriam com dificuldade, tentando se acostumar à claridade baixa que invadia o local pela janela de vidro. Identifico o formato da lua cheia que está nítida no céu limpo. Estou sintonizando aos poucos.

Minha cabeça parece estar com um peso superior ao que sou capaz de suportar, resultado de todo mal-estar que tenho sentido. Nas últimas horas com certeza fui vencida pelos piques de febre. Me lembro vagamente de estar no escritório...

Olho em volta e tento identificar onde estou, tentando trazer para minha mente quais foram os últimos acontecimentos. Passo a mão sobre minha testa e tateio com meus dedos o adesivo para febre que está pregado. Respiro fundo, esclarecendo o quanto cada parte do meu corpo está dolorida. Contudo, me sinto melhor do que antes.

Não consigo identificar onde estou. É novo. Nunca estive ali. Me forço a lembrar como cheguei. É um quarto de hotel, claro, e chique assim só poderia ser... Rebecca.

Alguns flashes começam a se fazer presente. Me lembro de ouvir Jen me pedindo para ir até a sala da Srta. Armstrong, mas simplesmente não tive forças para caminhar. Em uma das tentativas, meu corpo foi ao encontro do sofá e não pude fazer mais nada. Depois, parecia um sonho. A imagem de Rebecca parecia brilhar em minha frente. Eu já não sabia distinguir a realidade do delírio. Me lembro do conforto do seu colo, do toque de seus dedos por minha pele. Sentia que podia me permitir ser cuidada por ela para sempre.

O caminho até ali continua sendo uma incógnita, porém minha consciência não facilita para mim e entre todos meus questionamentos sou atingida pela memória de avançar contra os lábios de Rebecca no carro e receber sua recusa. Vergonhoso, Sarocha.

Ajeito meu corpo sobre o colchão extremamente macio. Estava bastante aconchegada. Organizo os travesseiros para me encostar, buscando ao lado meu aparelho celular, que talvez me mostre algo novo. Em uma das notificações vejo o e-mail de uma receita digital enviada por um médico. Abro e ao ver o nome tenho a recordação de cambalear pelo saguão, ouvir Rebecca exigir cuidados médicos no quarto. A ardência na minha mão relembra o contato da agulha, a condução de soro e medicamentos. Definitivamente, fui bem tratada.

Passo a ponta dos meus dedos por meus olhos, acompanhada por uma longa inspiração. Ao direcionar o olhar para meu corpo vejo que não estou trajando as roupas que estava quando fui para o trabalho. Estou usando um roupão quimono, sem nada por baixo.

Flashback On

Sarocha, deixe de ser teimosa. Eu posso te ajudar no banho. — As mãos de Rebecca seguravam meu corpo para impedir que eu vagasse sozinha pelo quarto.

Eu consigo sozinha. Não precisa. — Imediatamente começo a me despir, sem me importar com a presença dela.

Freen! — Assim que nota meu corpo coberto apenas pela lingerie, Rebecca se assusta e joga sobre mim a toalha de banho, arrancando uma risada sapeca dos meus lábios.

O que foi, Becky? Algo aqui que nunca tenha visto? — Seu rosto completamente vermelho demonstrava o conflito interno em que se encontrava, entre me respeitar e liberar seus impulsos.

Meus dedos se movimentam para minha costas, a fim de abrir o fecho do sutiã. As mãos de Rebecca me interrompem e ela cobre meu corpo com a toalha que havia jogado. Ela escolheu o respeito, óbvio. Não esperava nada diferente dela.

Vem, deixa eu te acompanhar. — Me conduz com cautela até o banheiro, onde a banheira já está completa. As espumas e bolhas dão um aroma satisfatório. Ela se vira, desviando o olhar do espelho, encarando seus pés. — Por favor, fique à vontade. — Apesar de entender, preciso encará-la confusa. Não entendo que tanta formalidade seja necessária entre nós.

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