🌙Capítulo XVIII.

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(you know my weaknesses. you, banking a break of my rules. you've been playing wicked games, you know what to do to me)

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O golpe que recebo ao ver Rebecca com as mãos tão fixas em outra pessoa é absurdamente forte. Me vejo sem rumo, não sabendo o que pensar a respeito. Seria essa a razão para seu comportamento? Ela já era comprometida ou se envolveu com alguém enquanto me ignorava? São muitas perguntas que estou ciente de que ela não irá me responder. Preciso me concentrar em recuperar o ar que insiste em fugir a cada vez que ela se movimenta pelo lugar. 

Como não poderia ser diferente, Rebecca se vestiu apropriadamente para atrair a atenção de todos para si. Uma jaqueta de couro longa, preta, cobre a blusa branca que veste e o short curto que esconde alguns centímetros da sua coxa. A maquiagem pesada, o cabelo liso até a altura dos ombros, deixam sua imagem dominante. Não existe uma pessoa que não a acompanha enquanto desfila com seus sapatos fechados de salto alto. Inclusive eu. 

Sua mão direita segue entrelaçada à da mulher de cabelos pretos e ondulados, com os olhos cor de mel que brilham só de olhar para ela. Entendo, pois também era afetada por Rebecca dessa forma. Trajava um vestido preto, que contornava suas curvas, e fazia com que sua aparência harmonizasse com a pessoa ao seu lado. 

Minhas mãos descansam contra os ombros de Nam, na tentativa de me manter firme, e suas mãos em minha cintura acariciam delicadamente meu corpo. Rebecca passa ao meu lado, com o perfume de jasmim e âmbar exalando docemente ao encontro do meu nariz. Sou obrigada a afundar o rosto contra o pescoço de Nam, para não ser ainda mais prejudicada por sua presença. 

O que foi, Freen? — A palma da mão de Nam está contra o topo da minha cabeça, enquanto a outra desliza em um vai e vem por minhas costas. — Você conhece essas pessoas?

A quantidade de bebida que ingeri não permite que eu consiga discernir minha fala, não sei se consigo explicar bem, mas minha amiga parece entender que estou desnorteada pela aparição daquele grupo. Continua incentivando nossa dança, com os pés se movendo lentamente, na intenção de retomar o clima harmônico em que estávamos. Não permite com que eu me vire, deixando qualquer acontecimento alheio a mim. 

Sticking around is in my nature 

(Ficar por perto é da minha natureza)

And tolerating bad behaviour 

(E tolerar mau comportamento)

You know that I do that 

(Você sabe que eu faço isso)

You love that I do that

(Você ama que eu faça isso)

A música que passa a ecoar no bar me atinge como epifania. Meu corpo e o de Nam invertem de posição, consigo olhar por cima de seu ombro, os lábios de Rebecca se movendo para proferir a letra. Se não estivesse sendo consumida pela confusão que me fez sentir, seria obrigada a dizer o quão sexy ela parecia neste momento. Se não fosse por suas mãos envolvendo a de outra mulher, seu nariz passeando pelo rosto de outra pessoa, seus lábios próximos ao de alguém que não sou eu, estaria na obrigação de admitir que naquela noite ela sabia como controlar a porra do meu planeta inteiro.

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