⛈️ Capítulo XXVI.

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(I got my demons too, I know just how you feel)

A sala ao meu redor está imersa em um silêncio quase sepulcral, interrompido apenas pelo som das notícias que ecoam das telas. O peso das revelações e a magnitude das consequências se abatem sobre mim, como uma tempestade que se forma no horizonte. Eu estava mergulhada em um turbilhão de pensamentos e emoções, lutando para processar o que estava acontecendo.

Rebecca, Richie, a ACorp, a Eternitech Solutions, os Hackers, tudo parecia estar interligado de uma forma que eu nunca poderia ter imaginado. Minha mente estava em um estado de choque, mas, ao mesmo tempo, sentia um senso de urgência crescente. Eu não poderia me dar ao luxo de ficar paralisada diante desse vendaval de revelações, principalmente considerando que fui diretamente ameaçada pelos possíveis responsáveis por tudo isso.

No entanto, a única ação que consegui realizar foi me recostar na mesa, temendo que minhas pernas trêmulas me levassem a uma queda eminente. Eu estava completamente perplexa. Primeiro, o e-mail misterioso, depois a revelação bombástica. Seriam essas duas coisas realmente relacionadas? Se fossem, todas as minhas suspeitas em relação aos Armstrongs desmoronariam, e eu teria que refazer todos os passos da minha investigação. Afinal, eles não se autossabotariam de forma tão abrupta.

O que me leva à segunda pergunta: será que tudo isso é verdade? E se for, qual é a participação de Rebecca nisso? Como CEO e responsável jurídica, ela deveria estar envolvida em todas as questões relacionadas à sua empresa, e uma parceria tão significativa como a Eternitech seria um ponto central. Novamente, questionei se teria sido ingênua em relação ao caráter de alguém. Minha mente e meu coração estavam travando uma batalha da qual eu não conseguia vislumbrar um vencedor.

A porta da sala se abriu bruscamente, trazendo-me de volta à realidade. Yha estava visivelmente aflita.

Sarocha, o que faremos? A equipe está em pânico. Alguns funcionários já pegaram suas coisas e saíram. Recebemos uma enxurrada de reclamações, e a imprensa não nos dá trégua.

Sua fala era rápida e agitada, como se tivesse esquecido como respirar. Não havia tempo para eu recuperar o fôlego, e eu deveria aparentar mais preocupação do que estava sentindo. Não era meu estilo perder a calma com facilidade ou agir impulsivamente. No entanto, naquele momento, eu estava em estado de choque. Qualquer decisão que eu tomasse precisaria ser cuidadosamente ponderada, pois não podia agir sem ter certeza do estado de Rebecca.

Yha, antes de mais nada, acalme-se... Eu sei que parece impossível, mas se nós perdermos a calma, quem mais lidará com essa situação? — Tentei transmitir uma sensação de paz que eu mesma não sentia. — Temos um protocolo para isso, não é? Vamos emitir um comunicado padrão, declarando que a empresa não apoia nenhuma atividade ilegal e que qualquer envolvimento indireto será devidamente punido. Informe que uma investigação completa está em andamento na ACorp e seus parceiros mais próximos. Por enquanto, é o melhor que podemos fazer.

Minha resposta pareceu não agradá-la. Aparentemente, ela esperava uma ação mais drástica de minha parte. No entanto, o olhar duvidoso dela indicava que suas principais preocupações se concentravam na verdade dos acontecimentos e no meu grau de envolvimento ou conhecimento das revelações.

Você tem notícias da Rebecca? — Apesar de saber que isso só aumentaria sua desconfiança em relação a mim, não pude deixar de perguntar sobre o que mais me preocupava naquele momento: o paradeiro de Rebecca. — Precisamos falar com ela para aprovar nosso possível plano de gestão de crises e recuperação de imagem. Tenho algumas ideias, mas não podemos prosseguir sem ela. — Tentei acalmá-la, mas parecia não surtir efeito. Ela apenas balançou a cabeça em negação e saiu da sala para executar minhas instruções.

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