🌤️Capítulo XXII.

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(It's emotional, uncontrollable, all I think about is you)

Sentir o cheiro de Rebecca naqueles lençóis fez com que eu já acordasse sorrindo. A manhã estava diferente de qualquer outra e eu sabia que nunca havia me sentido tão satisfeita por alguém. A nossa troca durante a noite foi surreal, me levou a lugares que nunca pensei alcançar, mas, melhor ainda, foi me desmanchar em sua boca, sentir seus toques urgentes e os lábios famintos me devorando logo cedo. Sair daquele paraíso foi torturante. Queria que pudéssemos ignorar o resto para ficarmos ali para sempre.

O trajeto de volta para Bangkok foi silencioso. Conseguia entender as razões pelas quais o pensamento de Rebecca estava longe, certamente preocupada com o irmão e com os últimos eventos. Sair da Vila foi literalmente receber um choque de realidade. O seu celular tocando incansavelmente, as notificações de mensagens, e-mails... Era nítido seu incômodo. E, apesar disso, sua mão não se afastou de mim nem por um segundo.

Eu disse a ela que não precisava se preocupar em me levar em casa, que iria para a empresa cuidar de tudo. Teimosa como sempre, me ordenou a ficar em casa, me recuperando e sem maiores desgastes. Eu sabia que não tinha como discutir com sua determinação.

Sua atenção ao caminho estava extremamente focada e, conhecendo-a, sabia que estava tentando decorar as direções. Sabia que um de seus desconfortos era não me ter mais tão próxima no Hotel, totalmente fora de seu controle. Vários alertas em minha mente diziam para não permitir que ela me conhecesse tão profundamente, que deixar que soubesse onde eu e minha mãe vivemos é um risco. O que passamos juntas não apaga minhas mentiras e nem meus objetivos na ACorp. Precisaria ser muito cautelosa com essa parte da minha vida.

Assim que estaciona o carro, um bico se forma na ponta dos seus lábios. Me arrisco dizer que parecia uma criança fazendo birra e beicinho. Ela conseguia ser tão fofa.

O que foi, baby? Está tudo bem? — Ainda que eu soubesse seus motivos, queria que me contasse. Aproximei nossos corpos, encostando minha testa na lateral de sua cabeça. Meus lábios roçando lentamente em sua bochecha, acompanhados por um carinho terno feito por meus dedos que delicadamente transitavam por sua pele. Seus breves arrepios e o arfar profundo me arrancam um sorriso.

Você sabe muito bem o que é. — Ela se vira em um impulso, com a mão subindo por meu pescoço, alcançando minha nuca para me puxar para perto. Imediatamente seus lábios se chocam contra os meus e ela nos envolve em um beijo. Sua língua invadindo minha boca estava tão necessitada quanto antes, parecia sentir minha falta ainda que não estivéssemos nem com 1 centímetro de distância entre nossos corpos. Parecia que iríamos nos fundir e eu estava adorando isso. — Não quero ter que me despedir de você. Por que você está insistindo nesse absurdo de termos de nos separar? — Seus lábios estão massageando os meus, ela os esfrega com carinho, sem saber o quão provocante é para mim.

Becky... — Seu nome soa quase inaudível. Estou totalmente perdida nela, pronta para ceder a todas as suas vontades. — Não diz isso. Não quero que você enjoe de mim. — Uma risadinha baixa acompanha minha afronta. Ela afasta nossos rostos para me encarar e permitir que eu veja a expressão fechada.

Sarocha. Não existe nenhuma realidade em que eu enjoe de você. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca. Pare de me provocar, senão vou ser obrigada a te punir por isso. — Sei qual foi sua intenção, mas meu corpo quer interpretar completamente ao contrário. Por isso, sinto um frio na barriga assim que ela termina de falar e me controlo para não continuar a desafiando.

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