Capítulo 8

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Escuto a porta do carro batendo e por reflexo olho na direção da janela.
- Triple N está sorrindo de novo, acho que lanche dele chegou.
Eu olho para o monitor de novo e o chat começa a encher de perguntas.
- Triple N conta para a EsposiNNNha onde você pede a sua comida.
Eu ignoro e continuo jogando, a porta abre e eu levanto a câmera para o teto e coloco no mudo. Ele me olha preocupado, eu aceno, então ele se aproxima, coloca uma sacola na mesa, vira a minha cadeira, segura nos apoios, se abaixa e me beija.
- Estava com saudades, vai demorar?
- Não muito.
- Tudo bem, vou tomar banho e já volto.
Ele me beija mais uma vez, levanta e sai, fecho os olho e respiro fundo e sei que tenho que me controlar, mas odeio quando ele vai embora, mesmo que apenas para o apartamento ao lado.
Abro a embalagem que ele colocou na mesa, arrumo a câmera e ligo o microfone.
- Ok pessoal, vamos acabar com isso de uma vez.
Escuto a porta do apartamento dele abrindo e sinto o meu pau respondendo, ele sabe o que sempre vem depois desse som.
- Estou saindo, até mais tarde, bom dia a todos!
Eu desconecto o jogo quando a porta abre, quando desligo o computador ele beija o meu pescoço.
- Oi vizinho!
Eu viro para olhar para ele e o beijo, me levanto e ele empurra a cadeira para o lado, se aproxima e me encosta na mesa.
- Isso aqui me trás boas lembranças...
Ele se aproxima e cheira o meu pescoço.
- Nunca vou me cansar desse cheiro delicioso.
Eu me encolho e sinto a sua língua subindo por todo o meu pescoço.
- Isso vizinho, geme.
Sinto a sua mão na minha barriga e entrando pela minha calça.
- Olha como você está duro vizinho...
Ele começa a me masturbar e eu me encosto nele só para poder o ouvir ofegando.
Ele vai acelerarando, apertando, ofegando e algumas vezes até gemendo comigo, quando estou prestes a gozar ele para e me vira, se ajoelha e abaixa a minha calça, pega a minha mão e leva até o meu pau e fica olhando. Olho nos seus olhos e começo a me masturbar, o seu olhar cheio de desejo e expectativa me deixa com muito mais tesão, eu quero fechar os olhos, mas não quero perder esse olhar. Sinto aquela pressão na virilha e ele geme junto comigo, está cada vez mais forte, estou quase lá.
Ele olha para o meu pau, passa a língua pelos lábios e abre a boca, o meu corpo responde a isso na mesma hora e eu gozo na sua boca e no seu rosto. Quando paro me apoio na mesa para recuperar o equilíbrio, ele levanta e me beija, é estranho e excitante ao mesmo tempo ele me beijando cheio de minha porra na cara.
Ele começa a tirar a minha blusa e vai me empurrando em direção ao banheiro, eu tiro a sua roupa, quando estou abaixando a calça ele segura a minha mão, pega uma camisinha e solta, então eu volto a tirar, chegamos no chuveiro ele liga, sinto primeiro a água gelada e então ela vai esquentando.
- Posso te foder hoje, vizinho?
- Pode.
Ele me vira, ouço ele abrindo a camisinha e então ele me penetra gemendo alto no meu ouvido.
- Que delícia...
Eu sinto o meu pênis endurecendo de novo enquanto ele fode cada vez mais rápido, ele vai gozar logo, me afasto da parede um pouco me apoiando com um braço, encosto a minha cabeça nele e olho para baixo, pego o meu pau e começo a me masturbar. Quando ele está quase gritando eu fecho os olhos e acelero, ele está quase lá e eu quero gozar junto.
Quando ele grita o meu nome nós gozamos. Ele me vira, me abraça e coloca o rosto no meu pescoço. Depois de um tempo ele se afasta e sorri, depois fica sério. Ele sempre faz isso, foi a mesma coisa que ele fez antes de dizer que estava apaixonado, eu sempre espero dizer novamente, mas ele nunca diz, tenho sentimentos confusos sobre isso.
Ele me abraça, encosta a cabeça no meu pescoço novamente e suspira , fico preocupado quando ele fica assim. Seguro ele pelo ombro e o empurro um pouco, ele me olha e sorri, mas é um sorriso triste, toco no seu rosto, desenho a sua sobrancelha, o nariz e por fim a sua boca, então olho nos seus olhos.
- Alguma coisa está te incomodando?
Ele da aquele sorriso fraco mais uma vez.
- Não é nada.
- Se você não me contar o que é vai ser pior, eu vou ficar preocupado, então conta.
Ele suspira e fecha os olhos.
- Deixa pra lá.
- Ohm?
Ele abre os olhos.
- Eu estou apaixonado.
- Eu sei.
Ele respira fundo e então sorri, é um sorriso maravilhoso, seria capaz de ficar olhando para esse sorriso por horas. Dou um beijo rápido nele e pego o sabonete, espalho nas mãos e começo a lavar ele.
- Você devia parar de tomar banho no seu apartamento, você sempre toma banho comigo mesmo, parece perda de tempo pra mim.
- Tudo bem isso pra você?
- Claro.
- Mas eu não teria o que vestir aqui.
- Traga algumas coisas para cá.
Ele me olha surpreso, mas eu não digo mais nada, então ele toca o meu rosto e faz eu olhar para ele.
- Você gosta de mim?
- Gosto.
- Você está apaixonado?
Eu penso em como responder a isso, eu estou apaixonado? Será que dois meses juntos é tempo suficiente para ter um sentimento real? Não tenho certeza.
- Talvez.
Ele parece um pouco chateado com a minha resposta.
- Ohm, olha pra mim.
Ele me olha e eu coloco as minhas mãos no seu peito.
- Eu não vou mentir só pra te agradar, não seria justo com você, eu realmente não tenho certeza se estou apaixonado, mas com certeza não é mais só um simples gostar, talvez eu esteja no meio do caminho entre os dois, talvez eu esteja apaixonado, mas eu só vou dizer isso quando tiver certeza.
- Mas é mais que gostar?
- Com certeza!
Ele sorri e me beija.
- Deixa eu me lavar para podermos dormir.
- Ok.
Ele se afasta e encosta na parede e fica me olhando.
- Eu tenho mais perguntas.
- Você sempre tem.
Ele sorri e balança a cabeça.
- Você já teve animais de estimação?
- Eu não, mas a minha mãe tem cachorros.
- Legal, a minha mãe nunca deixou a gente ter nenhum.
- Mas você quer um?
- Eu sempre quis. Antes de virar gamer você queria ser alguma outra coisa?
- Eu nunca tive muita escolha, o meu pai sempre quis que eu assumisse os negócios da família.
- Mas você nunca quis ser mais nada?
Eu penso um pouco e respondo.
- Eu queria ser astronauta, achava que era o jeito mais fácil de não precisar ficar perto de outras pessoas.
- Isso é a sua cara.
- E você?
- Veterinário, eu sempre cuidava dos animais de rua, não ajudava muito na verdade, mas eu gostava disso.
- Você ainda pode fazer.
- Não tenho como pagar por isso. Você se formou?
- Não, parei no segundo ano.
- Porque?
Eu fico olhando para ele, essa conversa teve um rumo inesperado, não sei como responder essa pergunta.
- Não precisa falar se não quiser.
- Não, tudo bem, é melhor que você saiba mesmo. Eu fui expulso.
- Expulso?
- Lembra que eu te falei que o que aconteceu no bar não era nada perto do que poderia ter acontecido?
Ele concorda e espera, eu respiro fundo e continuo.
- Eu tinha um namorado na faculdade, eu peguei ele me traindo... Enfim, não foi bonito, os dois acabaram no hospital com vários traumas e a faculdade me expulsou.
Ele fica me olhando surpreso, mas é bom que ele saiba no que ele está se metendo.
- Eu fui diagnosticado com T.E.I. na adolescência.
- TEI?
- Transtorno Explosivo Intermitente. Eu sou tipo uma bomba relógio, posso explodir por coisas mínimas, agora é controlado e eu tomo medicação, evitar outras pessoas ajuda também, mas ainda é o que eu sou.
- Tudo bem.
Eu olho para ele confuso.
- Tudo bem?
Ele dá risada.
- Você por acaso está tentando me fazer fugir? Vai ter que fazer melhor que isso.
Ele me abraca e me beija.
- Eu estou cansado, vamos dormir, amanhã eu penso em mais perguntas.

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