Vizinho

Capítulo 56

Eu olho para o Ohm, fecho os olhos e respiro fundo.
- Porque a minha mãe tinha que comprar isso?
Ele se aproxima , segura o meu rosto e me beija.
- Você não gostou?
- Está perfeito, esse é o problema.
Ele da risada e me beija mais uma vez.
- Você está lindo também e eu não estou reclamando. Vamos, está ficando tarde.
Eu concordo, mando mensagem para a Lew avisando que estamos indo e saímos.
Chegamos no restaurante e vamos para a sala reservada, a equipe já está em volta da mesa conversando, nós nos sentamos e fazemos o pedido.
Almoçamos com todos falando sobre o campeonato, eles chegaram nas quartas de finais e estão empolgados para ir para a China participar das semi finais e finais.
Quando todos já comeram e estão apenas jogando conversa fora o Jimmy para e fica me encarando.
- Conta o que aconteceu, Nanon, você só faz esses almoços quando tem más notícias.
Eu olho para o Ohm e ele acena, então olho para eles.
- Eu não vou acompanhar vocês para as finais.
Todos começam a falar ao mesmo tempo, eu tento controlar o tremor e espero, quando eles param eu continuo.
- A equipe esta bem preparada e o Jimmy está fazendo um bom trabalho como capitão, eu me programei para ficar com vocês por mais tempo, mas infelizmente não será possível.
- Porque?
Eu olho para o Jimmy e o Ohm segura a minha mão.
- O que eu vou contar é confidencial, ninguém pode falar sobre isso.
Todos eles acenam concordando.
- O meu pai foi diagnosticado com Alzheimer recentemente, ainda está em estágio inicial e ele está bem, mas os advogados orientaram ele a se afastar da presidência da empresa, pois se isso for a público pode afetar o preço das ações e também a diretoria pode tentar tirar ele e colocar quem eles quiserem no lugar, antes que isso aconteça eu vou assumir a empresa.
Eu olho para o Ohm e ele aperta a minha mão.
- Nós vamos assumir a empresa. Se vocês precisarem eu posso dar suporte eventualmente, mas eu acredito que vocês realmente conseguem fazer isso sozinhos, como sempre fizeram.
Passamos a próxima hora conversando sobre as mudanças que vão acontecer com a minha saída, na verdade nada terá impacto para eles, mas é importante que eles saibam o que está acontecendo.
Depois do almoço nós vamos para a empresa, o secretário do meu pai nos recebe e leva até a sala dele.
- Como você está, velho?
- Eu estou bem, não precisa se preocupar. Vocês vão começar hoje mesmo?
- Não tem motivo para esperar, se temos que fazer isso é melhor começar de uma vez.
- E você garoto?
Ele olha para o Ohm que olha para mim.
- Eu concordo com o Nanon.
- Ok, o Sam vai levar vocês até às suas salas.
- Eu vou ficar na sala do Nanon.
- Você não prefere ter a sua própria sala, garoto?
- Não.
O velho olha para ele surpreso, então acena.
- Eu vou pedir para levarem uma mesa para você então. Vocês vão iniciar como membros da diretoria, se vocês tiverem qualquer dúvida sobre o trabalho perguntem para mim ou para o Sam, o RH está entrevistando candidatas a secretária para vocês. Vamos fazer tudo com calma, nós temos tempo para acertar tudo.
- Tudo bem.
Nós levantamos e vamos até a porta, eu paro e viro para ele
- Velho, sobre a secretária, eu posso escolher quem eu quiser?
- Eu diria para você deixar o RH fazer isso, mas da última vez você escolheu bem, então fique a vontade, só avise para cancelarem as entrevistas.
- Tudo bem.
O Ohm abre a porta e sai.
- Filho?
Eu olho para ele novamente já do lado de fora da sala.
- Acho bom você saber que a sua mãe está preparando uma festa surpresa de aniversário para o seu marido.
Eu suspiro, aceno e fecho a porta. O Sam levanta da mesa dele e nos acompanha.
- Essas são as salas de vocês.
- Qual é a maior?
Ele olha para o Ohm e aponta.
- Então nós vamos ficar com essa, pode pedir para alguém trazer uma mesa pra mim?
O Sam olha surpreso e acena, sai e nós entramos na sala, o Ohm tranca a porta e me beija.
- Quanto tempo até alguém aparecer?
- Não tenho ideia, mas provavelmente vai demorar um pouco.
- Ótimo!
Ele me beija me empurrando até a mesa.
- Ohm, aqui não.
- Nós temos que estrear a nossa sala, amor.
Ele abre o meu cinto, olha para baixo e suspira.
- Você fica muito gostoso nessa roupa, mas eu prefiro os seus moletons.
Ele se abaixa e tira os meus sapatos e a calça, faz eu me sentar na mesa, desfaz o nó da gravata e tira a minha camisa. Beija o meu pescoço e depois cheira, enquanto levanta as minhas pernas.
- Que delícia, vizinho!
Eu estou vestindo a minha camisa quando alguém bate na porta, pego as minhas coisas, entro no banheiro e o Ohm abre a porta. Me arrumo e saio e vejo alguns homens da equipe de manutenção entrando com uma mesa, cadeira e um armário, eles perguntam onde os móveis vão ficar, o Ohm ajuda eles a reorganizar a sala para não ocupar todo o espaço. Quando eles vão embora ele olha para a mesa e sorri, vai até a porta e tranca ela de novo.
- Acho que vamos ter que estrear essa mesa também.
Fico deitado na mesa olhando para ele sentado na cadeira sorrindo para mim.
- Nós não podemos ficar fazendo isso aqui, Ohm, é sério.
Ele se aproxima e me beija.
- Se ninguém ficar sabendo é porque nunca aconteceu.
Eu dou risada da sua lógica estranha e o telefone na minha mesa toca, ele vai até a mesa e atende.
- Alô? Aqui é Ohm Pawat.
Ele escuta e olha para mim.
- Me desculpe, esquecemos de avisar, mas não será necessário contratar uma secretária, nós vamos cuidar disso.
Eu aceno concordando, ele ouve mais um pouco.
- Tudo bem, muito obrigado.
Ele desliga e volta a sentar ao meu lado.
- Você tem alguém em mente?
- Você acha que o Chimon aceitaria? Ele me disse uma vez que não gosta de trabalhar como garçom.
Ele sorri e me beija.
- Quem diria que por baixo de todo esse mau humor teria um coração mole.
- Eu só estou sendo prático, já estou acostumado com ele e ele não gosta do que faz.
- Liga pra ele.
- Eu não tenho o telefone dele.
Ele suspira, me beija, pega o telefone, liga e coloca no viva voz.
- Alô?
- Chimon, você está ocupado?
- Não, estou deitado assistindo, porque, vamos fazer alguma coisa legal?
- Nós estamos trabalhando, consegue passar aqui, o Nanon quer conversar com você.
- Voluntariamente?
Ele da risada e me beija.
- Sim, voluntariamente.
- Me manda o endereço que dou um pulo aí.
O Ohm desliga e manda uma mensagem, alguém bate na porta, ele me ajuda a levantar da mesa e eu volto para o banheiro, escuto o Ohm conversando com o Sam e depois a porta se fechando. Saio do banheiro e ele deixou uma pilha de papeis na mesa.
- O seu pai pediu para começar estudando as atividades da empresa.
Eu suspiro pego metade da pilha e vou para a minha mesa, ele senta e começa a ler a metade dele. Mais ou menos uma hora depois o Chimon chega, ele olha para a sala e assobia.
- Legal. Então, Nanon, soube que você estava sentindo a minha falta.
- Nem se você desaparecesse.
- Nossa, doeu. Manda aí, porque vocês me chamaram?
Eu vou responder, mas o Ohm levanta a mão.
- Acho melhor eu falar.
Eu concordo, ele aponta para a cadeira e o Chimon senta.
- Chimon, o que você acha de parar de trabalhar no bar e vir trabalhar com a gente? Nós precisamos de um secretário.
- Isso foi ideia sua?
- Não, o Nanon disse que você não gosta de trabalhar no bar.
Ele me olha surpreso, mas eu não digo nada.
- Ganha bem?
- Provavelmente melhor do que você ganha como garçom.
- Mas eu nunca fiz nada assim.
- Não tem problema, nós damos um jeito. A Lew também não sabia nada quando chamei ela pra trabalhar comigo.
Ele olha para mim e para o Ohm e fica em silêncio por um longo momento.
- Tá legal, mas vocês não podem me mandar embora por qualquer merda.
Nós concordamos, eu chamo o Sam e apresento o Chimon, peço para ele achar alguém para o ensinar e o Sam diz que o Chimon pode acompanhar ele, o seu trabalho é o mais próximo do que ele vai ter que fazer trabalhando para nós. O Chimon parece nervoso, mas não muda de ideia, escuta tudo o que o Sam vai explicando enquanto eles saem para ir para o RH.
O Ohm levanta, vem até mim, empurra a minha cadeira para trás e senta no meu colo.
- Você é um bom amigo.
- Ele não é meu amigo.
- É sim e você gosta dele, não tem nada de errado nisso.
Eu reviro os olhos e não digo nada, ele me beija e encosta a testa na minha.
- Eu te amo!
- Eu também te amo!
Ele suspira dramaticamente.
- Assim não tem graça. Eu te amo!
Eu dou risada e beijo ele.
- Fala de novo?
- Eu te amo!