Capítulo 55

195 31 3
                                    

Sinto a minha mão tremendo, abro e fecho ela enquanto tento bloquear o barulho a minha volta.
- Você está bem?
Eu olho para o Ohm sorrio e aceno. Ele segura a minha mão, aperta e olhamos para a frente.
- Boa noite, pessoal! Eu sou o professor Arm, vou acompanhar vocês durante o semestre, a minha disciplina como vocês devem ter visto na grade é de Administração Estratégica. Como é o primeiro dia de aula, gostaria de apresentar algumas informações importantes e falar sobre o que vamos abordar no decorrer do semestre, mas antes de prosseguir, eu quero que vocês olhem para o lado. Vocês provavelmente já conhecem e a pessoa ao seu lado, certo? Então eu quero que vocês levantem e escolham qualquer aluno da turma para ser o seu parceiro, exceto a pessoa ao seu lado.
Eu fecho a mão para controlar o tremor, alguns alunos reclamam, outros se levantam e começam a conversar, o Ohm se levanta me pegando de surpresa, ele sorri e aponta para minha perna, eu desvio e ele passa por mim, mas ao invés de ir até os outros alunos ele vai até o professor. Ele fala alguma coisa e o professor me olha, o Ohm estende a mão e faz um sinal para eu ir até ele, eu respiro fundo, levanto e vou.
- Eu estava explicando para o professor sobre o seu problema.
Eu aceno.
- O meu laudo foi entregue na minha matrícula.
- O aluno com TEI, nós fomos informados, no seu caso eu vou abrir uma exceção e vocês podem ficar juntos.
O Ohm sorri e agradece, eu aceno e nós voltamos para os nossos lugares, alguns minutos depois duas alunas se aproximam sorrindo.
- Olá! Vocês precisam de parceiros?
O Ohm me olha e sorri.
- Eu e o meu marido seremos parceiros.
- Marido?
Elas falam tão alto que todos ficam em silêncio. O Ohm suspira e concorda.
- Sim, o meu marido. Então, obrigado por virem até nós, mas não precisamos de parceiros.
Elas ficam nos encarando, para me distrair eu tiro os óculos e limpo, quando coloco novamente elas ainda estão ali e eu me irrito.
- Vocês já podem ir.
Elas gaguejam alguma coisa e se afastam, eu olho para ele e sorrio.
- Você fez de propósito não é?
Ele pisca algumas vezes e sorri.
- Não sei do que você está falando.
Não demora muito começamos a escutar as paravras casados e gays várias vezes, eu tento bloquear e me concentro na aula.
Para um primeiro dia foi tudo tranquilo, depois que a novidade sobre nós passou as pessoas pararam de comentar. Apenas mais um professor tentou mudar os alunos, o Ohm conversou com ele também e ele permitiu que ficassemos juntos.
Algumas pessoas me reconheceram e vieram pedir autógrafos, o Ohm estava dividido entre ficar orgulhoso e com ciúmes, mas não reclamou, no início eu pensei em recusar, mas como ainda trabalho com a equipe o que eu faço pode afetar eles.
Quando a aula acaba o Ohm coloca as nossas coisas na sua bolsa, ele não deixou eu trazer uma bolsa para mim, levanta e segura a minha mão e vamos embora.
Chegamos em casa, o Ohm me abraça e me cheira.
- Estava morrendo de vontade de fazer isso. Está com fome?
- Não.
- Eu estou.
Ele começa a levantar a minha camiseta e beijar o meu pescoço.
- Vamos fazer isso no banho, Ohm.
Eu começo a andar e ele vai tirando a própria roupa e deixando no caminho, nas escadas ele me para e tira a minha calça e me beija. Continuo subindo, agora com dificuldade, pois ele ainda está me beijando. Chegamos no banheiros ele liga o chuveiro e me vira para a parede, segura o meu pênis e geme no meu ouvido.
- Olha como você está duro, Vizinho!
Saímos do banho e o Ohm vai para a cozinha, eu coloco um calção e uma camiseta e vou para lá também, quando ele me vê sorri e coloca um prato com queijos na minha frente.
- Está tarde, então vou fazer alguma coisa leve pra você comer antes de tomar o seu remédio.
- Tudo bem.
Fico observando ele andando pela cozinha enquanto está cozinhando, ele devia estar cansado, mas nesta animado.
- Eu conversei com a Jenny sobre sair.
- Achei que você ia esperar mais.
- É melhor avisar já, assim ela vai ter tempo de encontrar outra pessoa para ficar no meu lugar.
Ele continua contando sobre a conversa e que ela ofereceu mais uma promoção para ele continuar trabalhando, quero dizer que ele pode continuar, mas já tivemos essa conversa outras vezes, ele não vai aceitar.
Depois do jantar eu tomo os meus remédios e nós vamos para o quarto, o Ohm apaga as luzes e se deita comigo. Ele toca o meu rosto, se aproxima e me beija.
- O remédio já está fazendo efeito, não está?
Eu concordo e tento ficar acordado.
- Você se saiu bem hoje, tenho certeza que consegue fazer até sozinho se quiser.
- Eu não quero.
Ele sorri e me beija mais uma vez.
- Não vai precisar, mas você precisa saber que pode fazer sozinho, você tem o controle agora.
- Isso vale pra você também, você tem que saber que eu consigo fazer sozinho, então não precisa mudar a sua vida por minha causa.
- A minha vida mudou por sua causa.
Ele me puxa para deitar no seu braço e beija a minha cabeça, em meio a névoa do sono eu tento prestar atenção no que ele está dizendo.
- Mudou para melhor. Eu sou feliz por sua causa, Nanon, só depois que te conheci eu percebi que não era realmente feliz, você me mostrou o que é felicidade e amor, você me mostrou que nós podemos lutar juntos. Eu não estou fazendo isso porque não acredito que você vá se controlar, eu estou fazendo para te apoiar assim como você me apoia.
Ele segura o meu queixo, levanta a minha cabeça e me beija.
- Sem contar que eu quero estar por perto para garantir que ninguém vai tentar roubar você de mim.
- Você não precisa se preocupar com isso, no meu mundo só existe você.
- Fico feliz em ouvir isso. Dorme agora.
- Eu te amo!
- Fala de novo?
- Eu te amo...

VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora