Capítulo 57

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O sinal para o intervalo toca, eu espero o Ohm terminar de fazer anotações, então levantamos e saímos, ele anda massageando a têmpora.
- Odeio cálculo, não sei como você consegue pegar tudo tão rápido.
- Eu já falei para não se estressar com isso, eu te ensino o que você não aprender.
- Não sei se aquela coisa de custos é algo que eu vou aprender.
- Eu vou te mostrar na prática como faz, vai ser mais facil.
Alguém bate só meu braço fazendo eu dar dois passos para trás.
- Devia prestar atenção por onde anda e não ficar de viadagem por aí.
Antes que consiga dizer mais alguma coisa ele já está caído no chão sangrando, eu vou pra cima dele, mas o Ohm me segura, me levantando e da alguns passos para trás.
- Se acalma amor, por favor, se acalma.
Eu tento me soltar, ele aperta mais e fala no meu ouvido.
- Você pode se controlar, só respira comigo.
Eu tento me concentrar, mas vejo os dois amigos do cara levantando ele do chão e vindo na minha direção, eu chuto o primeiro, quando o segundo se aproxima o Ohm me gira para ficar atrás dele, segura a minha mão direita e da um soco no cara que tenta me acertar, tento me soltar mais uma vez, ele aperta a minha mão com força e bate no cara de novo. Escuto alguém gritando e as pessoas se afastam para um segurança passar, o Ohm vira e olha nos meus olhos.
- Respira e para de tentar se soltar, você vai machucar a minha mão.
Eu olho para a sua mão que está torcida e fecho os olhos, controlo a minha respiração e sinto ele tocando no meu rosto
- Olha pra mim, você já está bem?
Eu abro os meus olhos, ele sorri e vira para o segurança que está ajudando um dos caras a se levantar.
- Vocês todos vão ter que ir conversar com o diretor.
O Ohm aperta a minha mão mais uma vez e começa a seguir eles.
Chegamos na sala do diretor, o segurança pede para sentarmos e bate na porta. O Ohm faz um sinal e me leva para o final do corredor.
- Como você está?
- Melhor. Eu sinto muito.
- Eles são uns idiotas, se fosse outro lugar eu deixava você acabar com eles.
Eu dou risada e o segurança abre a porta e nos chama. Entramos todos em uma sala que não tem muito espaço, o Ohm me empurra para o canto e fica ao meu lado.
- O que aconteceu?
Eu olho para o lado e ninguém fala nada.
- A nossa universidade tem uma política rígida de não violência, já que ninguém vai falar porque vocês brigaram todos estão suspensos.
Todos começam a reclamar ao mesmo tempo, a minha mão treme, eu fecho ela e coloco para trás.
- Nós não estávamos brigando.
Todos olham para mim e eu dou um passo para frente.
- Eu comentei com eles que luto boxe e eles pediram para eu mostrar, nós não brigamos.
Ele olha para mim cético e olha para os outros.
- Foi isso que aconteceu?
Eles acenam concordando.
- Vocês querem que eu acredite que estão sangrando e não era uma briga?
- Eu sinto muito, é minha culpa, eu tenho TEI, acabei perdendo o controle.
- Você é o aluno com TEI?
- Sim.
- E vocês não estavam brigando?
- Não.
Ele olha para os outros e eles negam.
- Ok, dessa vez vocês vão ser apenas advertidos, da próxima vez serão expulsos.
Todos concordamos e ele nos libera. Quando saímos do prédio, os outros alunos se aproximam, o Ohm entra na minha frente bloqueando eles.
- Se vocês chegarem perto dele de novo eu não me importo se vou ser expulso ou não, eu acabo com vocês.
Eles olham para ele e para mim, o cara que bateu em mim estende a mão na minha direção.
- Valeu cara, eu tenho uma bolsa de atletismo, eu teria me ferrado com a suspensão.
Eu olho para a mão dele, me viro e saio sem dizer nada, o Ohm me alcança e vamos para a sala. Chegamos atrasados, o professor chama a nossa atenção, o Ohm se desculpa e sentamos. Pelo menos não tivemos nenhum problema depois disso.
Chegamos em casa, ele faz o jantar enquanto eu assisto o vídeo do jogo que o Jimmy pediu para eu avaliar. Ele coloca um prato com uma maçã picada na minha frente.
- Como você está?
Eu olho para ele e sorrio.
- Eu estou bem.
- Você acha que vai ficar bem se encontrar aqueles caras de novo?
- Não sei, mas não tem como evitar.
- Não acredito até agora no que idiotas fizeram.
Eu me levanto e abraço ele.
- Infelizmente isso vai acontecer as vezes, mas eu vou tentar me controlar melhor.
- Não fale como se a culpa fosse sua.
- Um pouco é.
- Não é, meu amor.
Eu sorrio, beijo ele e não discuto.
Depois do jantar o Ohm vai para a academia para se exercitar, eu sento no chão na frente do espelho com o Spike e o Angel e fico observando ele, é um dos meus momentos favoritos do dia, apenas ficar observando ele malhar, não sei como ele consegue arrumar energia com a nossa rotina atual.
Fico observando ele por meia hora mais ou menos, quando não aguento mais me levanto e vou até ele.
Ele solta a barra e senta, eu me ajoelho na sua frente e abaixo a sua calça.
- Nanon, eu estou suado.
- Você não quer?
Eu seguro o seu pênis e me aproximo devagar, quando eu coloco  na sua boca ele geme alto, eu continuo chupando e masturbando até ele gozar. Vamos para o banho e transamos mais uma vez.
Depois do banho eu tomo o meu remédio e nos deitamos, ele me abraça e fica cheirando o meu pescoço.
- Acho que nunca vou cansar do seu cheiro, é delicioso. O remédio já está fazendo efeito?
Eu aceno concordando, ele beija o meu pescoço e depois a minha testa. Eu fecho os olhos e sei que já vou dormir, mas antes disso eu coloco a mão no seu rosto, me aproximo e beijo ele.
- Eu te amo!
- Fala de novo?
- Eu te amo!

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