Capítulo 61

203 34 5
                                    

Acordo com o celular tocando e atendo rápido para não acordar o Ohm.
- Oi.
- Já estou aqui.
- Estou descendo.
Olho para o Ohm ainda dormindo e saio da cama com cuidado para não acordar ele.
Desço e abro o portão e o Jin está parado na frente do carro.
- Desculpe fazer você vir aqui esse horário, Jin.
- Não tem problema, filho. Aqui.
Ele me da primeiro a caixa grande e depois coloca a pequena encima.
- Quer que eu te ajude a levar para dentro?
- Não precisa, eu me viro. Vai descansar.
- Tudo bem, boa noite!
Ele anda e para.
- Nanon, acho bom você saber que a sua mãe vem aí amanhã.
- O velho comentou sobre isso.
- Ok, boa noite!
Ele entra no carro, eu fecho o portão e entro, vou para a cozinha e penso no que fazer. Abro a caixa do bolo e acendo a vela, coloco encima da outra caixa e subo. Paro na porta e olho para a cama ele ainda está dormindo. O Spike e o Angel ficam atrás de mim.
- Ohm? Ohm!
Ele se mexe, mas ainda não acorda.
- Amor, acorda!
Quando ele levanta a cabeça e olha para os lados eu começo a cantar Parabéns pra você, ele senta e fica me olhando enquanto me aproximo, os cachorros me seguem de perto, quando chego na cama sento, coloco a caixa na cama e pego o bolo.
- Feliz aniversário, meu amor!
Ele sorri e os seus olhos se enchem de lágrimas.
- Faz um pedido.
Ele me olha em dúvida, pensa por um longo tempo, sorri , fecha os olhos, as lagrimas que estavam se acumulando caem e ele fala em voz alta.
- Eu quero ter um filho!
Dizer que eu fiquei surpreso seria pouco, eu realmente não acredito no que ouvi, eu devo ter escutado errado.
Ele abre os olhos e toca no meu rosto.
- Nanon, você está bem?
Eu tento pensar em alguma coisa para dizer, mas não me ocorre nada.
- Amor?
Ele tira o bolo da minha mão, coloca encima da caixa e se aproxima.
- O que aconteceu? Fala comigo.
- Você falou sério? Você quer um filho?
Ele sorri e acena.
- Mas eu pensei... você disse que não queria... eu achei...
- Eu achava que não conseguia, até você me mostrar que eu consigo sim, agora eu quero isso para nós, a família completa.
- Mas nós não temos tempo, Ohm.
Ele suspira e desanima na hora.
- Eu sei.
Eu fecho os olhos e tenho vontade de me dar um soco, eu sou um idiota! Acabei com o aniversário dele em minutos.
- Ohm, olha pra mim.
Ele não olha, então eu coloco a mão no seu rosto e faço ele me olhar.
- São só alguns anos.
Ele acena, mas não diz nada, eu olho nos seus olhos e não aguento ver ele tão triste. Eu abraço ele e ficamos em silêncio, eu sempre quis dar tudo pra ele, agora ele quer algo que eu não posso dar.
- E se nós estudarmos em casa?
Ele se afasta e me olha surpreso, eu não sei de onde saiu isso, mas agora não dá pra voltar atrás.
- Com a pandemia várias universidades iniciaram cursos a distância, nos podemos fazer isso.
Ah, o seu sorriso...
- Você está falando sério?
Não tenho ideia!
- Claro que estou.
- Nós vamos fazer isso?
Merda!
- Vamos sim, amor.
Ele sorri e me abraça e eu sei que estou ferrado, mas não importa como, ele vai ter isso.
- Agora, o seu presente.
Ele se afasta e olha para a caixa, eu tiro o bolo de cima e coloco na mesa ao lado da cama, ele pega a caixa e abre.
- Isso é de verdade?
- É sim.
Ele pula da cama e sai correndo só de cueca pela casa, eu pego o seu roupão e vou atrás. Ele sai para fora e coloca o carrinho no chão. Fica mexendo tentando ligar, eu dou o roupão para ele e ligo o carrinho, mostro os comandos principais ele da ré e da aquele sorriso de criança embaixo da árvore de natal.
- Sabe que velocidade alcança?
- 160 km por hora, mas é melhor você fazer isso em um lugar aberto.
Ele vai para dentro e o portão começa a abrir, quando ele sai eu olho sério para ele.
- Nem pense em sair vestido assim.
- Esta no meio da noite.
- Não!
Ele suspira e corre para dentro e volta vestido com uma calça de moletom e uma camiseta, liga o carrinho mais uma vez e leva para fora devagar, eu acompanho ele e fecho o portão para os cachorros não saírem.
Olho para o relógio e são duas da manhã, eu estou com muito sono por causa dos remédios, mas o Ohm não para. Eu levanto do meio fio e ando até ele e o abraço.
- Me desculpe por acabar com a sua diversão, mas eu preciso dormir.
Ele vira e me olha preocupado.
- Me desculpe, eu esqueci dos remédios.
Eu sorrio e ele me beija, pega o controle e trás o carrinho, pega do chão e quando entramos ele leva para a garagem, eu dou risada e ele olha sem graça.
- Vou dar um kart pra você da próxima vez.
Eu consigo ver os seus olhos brilhando antes dele dizer.
- Você não precisa fazer isso.
Eu sorrio e estendo a mão, ele segura e nós entramos.
Acordo com a campainha, olho para o Ohm dormindo e levanto, abro o portão para a minha mãe e todos os outros que ela trouxe junto, o food truck também veio mais uma vez.
- Façam tudo em silêncio, eu vou acordar ele para a surpresa.
- Você não vai reclamar, bebê?
- Não, mãe, é o aniversário dele, ele vai gostar.
Ela sorri e me abraça.
- Ok, deixa eu ir lá.
Eu entro no quarto e fecho a porta, pego uma roupa no closet e visto, separo uma roupa para ele e volto para o quarto, sento na cama e toco o seu rosto.
- Ohm?
Ele se mexe e abre os olhos.
- Bom dia, marido!
Ele sorri e diz.
- Fala de novo?
Eu dou risada.
- Bom dia, marido. Levanta se arrumar, eu tenho uma surpresa.
Ele sorri, levanta e começa se vestir.
- Você não vai sair comprar nada, não é?
- Não vou comprar nada.
- Nós vamos comer?
- Vamos.
- Que bom, eu estou com fome.
Eu mando uma mensagem pra Lew avisando que já vamos descer, quando ele termina de se arrumar eu abraço e beijo, dou um beijo bem demorado para garantir que eles vão ter tempo de se preparar.
- Se você continuar com isso nós não vamos para lugar nenhum, Vizinho.
Eu beijo ele mais uma vez e me afasto. Abro a porta e deixo ele sair na frente, então falo fazendo ele olhar para trás enquanto anda.
- Você não pode esquecer de comer o bolo, você saiu ontem e nem experimentou.
- Desculpa, prometo que vou comer ele inteiro quando a gente voltar.
Ele olha para a frente e todos gritam.
- SURPRESA!
Ele me olha e eu sorrio.
- Surpresa!

VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora