Capítulo 21

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Estou jogando em silêncio para não acordar Ohm quando escuto três batidas rapidas na porta, eu me abaixo e bato a cabeça no teclado, deve ser algum tipo de karma.
- Pessoal, vou ter que sair agora, a minha mãe está aqui.
- Merda! Boa sorte cara!
- Acho que vou precisar, Drake.
Mais três batidas rápidas e eu desligo o computador e me viro segurando a sua mão.
- Ohm?
Eu toco no seu rosto e ele me olha sorrindo, mais três batidas.
- Eu preciso que você coloque uma roupa, a minha mãe está aqui.
Ele desperta de vez e se senta.
- A sua mãe?
- É, vai lá pra eu abrir a porta pra ela.
Ele concorda, se descobre e me beija.
- Você está bem?
- Estou, não se preocupe.
Ele continua me olhando preocupado.
- Eu te amo!
- Eu adoro quando você fala isso, fala de novo?
- Eu te amo! Vai colocar uma roupa, eu quero que você conheça ela.
Ele sorri e se levanta.
- Leva o cobertor.
Ele pega o cobertor e travesseiro , se abaixa e cheira o meu pescoço, então vai para o quarto. Eu me levanto e vou para a porta, mal abro ela e a minha mãe entra como um furacão me abraçando.
- Meu bebê, como você está?
- Eu estou bem mãe.
Ele se afasta um pouco ainda me abraçando.
- O seu pai me contou que você teve vários episódios recentemente, você está bem mesmo?
- O velho não tem nada que falar essas coisas pra você se preocupar, eu estou bem mesmo.
Ela segura o meu rosto, faz eu me abaixar e me dá vários beijos pelo rosto, depois se afasta e começa a passar o dedo, provavelmente fiquei cheio de marcas de batom.
- Jin, pode entrar.
Ela entra ainda limpando o meu rosto e faz eu ir para trás junto, o motorista dela entra com muitas sacolas na mão.
- Mãe, eu já falei para você não fazer isso!
Ela me ignora e olha para trás.
- Pode trazer o resto, a porta vai ficar aberta.
Ele me olha e sorri.
- Você está bem?
- Estou sim, Jin. Como está a sua filha?
- Está melhor, o tratamento de câncer acabou, ela já está se recuperando.
- Fico feliz, manda um abraço pra ela, quando vier aqui de novo me avisa que eu compro um presente pra ela.
- Tudo bem.
Ele sorri e sai, a minha mãe segura a minha mão e me puxa para o sofá.
- Agora me conta bebê, porque você anda nervoso? É por causa daquele gostoso que você está pegando?
- Mãe!
- O que? O seu pai me mostrou uma foto dele, ele é um pão!
- Mãe, ninguém fala "ele é um pão" hoje em dia?
- Você nem fala com outras pessoas, como saberia, bebê? Agora me fala sobre ele. Aquele tanquinho é de verdade?
- Meu Deus, mãe! É do meu namorado que você está falando!
- Meu budinha! Vocês estão namorando? Quando eu vou conhecer ele? Me conta tudo sobre ele! Ele é bonito mesmo? Ele te ama? Vocês já transaram? Ele é ativo ou passivo?
- Mãe, vai embora.
- Não faz isso comigo bebê...
Ela faz uma cara magoada e abaixa a cabeça.
- Ok, me desculpe, mas não fala essas coisas na frente dele.
Ela levanta e olha em volta como se ele fosse sair de algum canto, o motorista volta com muito mais sacolas do que a primeira vez. Ele olha para mim com cara de pena.
- Tem mais.
Eu reviro os olhos, ele sorri e sai e o Ohm aparece, a minha mãe olha para ele com cara de espanto.
- Buda tenha piedade!
- Mãe...
Ela olha pra mim e revira os olhos.
- Você tem que aprender a dividir, bebê!
- Mãe, vai embora!
Ela da risada, vai até ele e estende a mão.
- Eu sou a Ning, muito prazer!
O Ohm me olha e eu vou socorrer ele.
- Ohm essa e a minha mãe, pode chamar ela de mãe.
- Bebê!
Eu ignoro e continuo.
- Mãe, esse é o Ohm o meu namorado.
Ele me olha e sorri. Como eu sou apaixonado por esse sorriso! Ele segura a mão da minha mãe e aperta.
- Muito prazer, senhora!
- Ah não! Entre mãe e senhora, eu fico com mãe! Não me faça mais velha do que eu sou.
Ainda segurando a mão dele, ela puxa ele para o sofá, ele segura a minha mão e me puxa junto. O motorista volta e metade da sala está com sacolas no chão.
- Mãe, você não precisa ficar comprando coisas para mim, metade do que você compra eu nem tenho como usar, eu não saio de casa, esqueceu?
- Tudo bem, é só dividir com o seu pãozinho, acho que vai servir nele também. Que tal tirar a camisa só pra eu ter certeza, pãozinho?
- Mãe, para com isso!
- Chato!
O motorista fica parado na porta e eu olho para ele.
- Jin, leva ela embora e esquece onde eu moro, por favor!
- Não posso fazer isso filho, eu que teria que aguentar no seu lugar.
- Vocês dois não comecem.
- Jin, esse é o Ohm, meu namorado. Ohm esse é o Jin, ele é motorista da minha mãe, mas antes ele era meu motorista, está comigo desde que eu me lembro.
O Ohm se levanta e vai até ele.
- Muito prazer, senhor!
- Não precisa ser formal filho, pode me chamar de Jin.
- Tudo bem! Sente-se, por favor.
Ele senta e o Ohm, senta ao meu lado me empurrando para o lado da minha mãe.
- Então pãozinho, como vocês se conheceram?
- Quando eu me mudei não tinha luz no apartamento e eu bati aqui para pedir para carregar o celular.
- Que sem graça, achei que seria algo tipo amor a primeira vista e muito sexo.
O Ohm começa a tossir e eu olho para a minha mãe.
- Não faz essa cara, bebê! Tudo bem, não falo mais sobre isso.
Depois disso ela realmente para, nós contamos sobre o namoro, eu atualizo sobre o campeonato, o Ohm fala sobre a Lew e a minha mãe pede para marcar um dia para ela vir almoçar para conhecer a Lew também. Depois de duas horas ela decide ir embora, avisa que vai vir mais vezes e eu peço para ela não fazer isso, então ela vai embora.
Quando fecho a porta eu olho para o Ohm aliviado e ele me abraça.
- Você nunca se irrita com ela, não é?
Eu dou risada.
- Não, não tenho um ataque por causa dela desde a adolescência, acho que eu sempre tive pena dela, desde que eu me lembro sempre que eu tinha uma explosão ela me abraçava e ficava me segurando chorando até eu me acalmar, eu machuquei ela muitas vezes,  sempre que ela chorava ou se machucava eu me sentia muito mal, com o tempo eu parei de ter ataques.
- Fico feliz em saber que mesmo com o seu pai você cresceu com pessoas que te fazem bem, você parece bem próximo do Jin também.
- Eu sou sim, ele sempre cuidou de mim.
- Gostei da sua mãe, quer dizer, depois que ela parou de falar coisas estranhas ela ficou menos assustadora.
Eu dou risada, ele estava bem desconfortável no começo. Eu olho em volta , suspiro e ele me beija.
- O que você vai fazer com tudo isso?
- Guardar, ela ficaria magoada se eu não usasse o que ela me deu.
- Gosto dessa versão bebê da mamãe, ela cai bem em você.
- Eu vou mostrar pra você quem é o bebê da mamãe.
Ele me beija e sorri.
- Volta jogar que eu guardo essas coisas e faço o almoço.
- Tudo bem.
Ele me beija e vai até às sacolas.
- Ohm? Pega algumas coisas pra você, se possível quase tudo, senão eu vou ter que me livrar das roupas que eu gosto só pra ficar com isso, se ela ver você usando ela vai tão ficar feliz e nem vai perceber que eu não estou.
Pela cara da pra ver que ele não gostou da ideia.
- Faz assim, vamos compartilhar, são as minhas coisas, mas você vai usar comigo.
Ele suspira e concorda, pega várias sacolas e vai para o quarto. Olho para o computador e para o quarto e vou para o quarto, abraço ele por trás e beijo o seu pescoço.
- Acho que vou ter que te mostrar quem é o bebê da mamãe.

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