Capítulo 2

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Hermione apertou a varinha com mais força, os nós dos dedos ligeiramente brancos e as unhas roídas dobradas contra a palma da mão. Ela podia ouvir a respiração, regular e lenta, das duas bruxas atrás dela que estavam construindo uma barreira intrincada. Ela olhou através da porta para seu superior Eurydice Dawn, que balançou a cabeça e ergueu três dedos em silêncio.

Entre em três... Hermione ouviu a voz de Eurídice ecoar em sua cabeça. Ela involuntariamente franziu o rosto com a forte sensação de pressão em sua têmpora.

Maldita legilimência.

Ela acenou com a cabeça para a mulher para mostrar sua compreensão da instrução.

Ela respirou fundo.

Três.

Dois.

Um.

Ela ficou de lado quando um movimento do pulso de Eurydice arrancou a porta do batente, enviando-a se estilhaçando na parede anterior.

— Departamento de Mistérios, desista de todas as atividades atuais imediatamente! — Hermione ordenou ao entrar na sala. Seu anúncio foi totalmente desnecessário, pois o feitiço Imobilus que ela lançou já estava rolando diante dela através da sala como uma onda.

Seus alvos sempre desistiam de atividades, mas isso era porque eles eram congelados antes que pudessem piscar. Nunca foi voluntário. O congelamento ou a desistência. Ela não tinha certeza de por que os procedimentos ainda insistiam que ela fizesse essa declaração em uma violação de quarto, mas eles fizeram, então ela o fez.

Os três bruxos dentro do quarto foram imobilizados onde estavam, curvados sobre uma engenhoca parcialmente escondida no meio de uma cama. Eurydice seguiu Hermione, e um giro de sua varinha circulou as mãos dos homens atrás de suas costas. Hermione foi até a cama, olhou atentamente para o objeto e estalou a língua.

— Nós temos um dispositivo, parece complicado, muito complicado, — Hermione murmurou enquanto olhava para o vidro e o metal.

— Teria funcionado? — Eurydice perguntou enquanto ela lançava feitiços reveladores sobre o trio contido.

Hermione franziu a testa.

— É difícil dizer, há muita areia lá, mas não poderei confirmar até que a leve de volta para a sala.

— Tudo bem. Vou embrulhar esses idiotas e vamos marcá-lo e removê-lo, — disse Eurídice rapidamente. — Vamos, esta sala está me assustando completamente.

— Ta brincando né? É um festival de sonhos, — brincou Hermione enquanto gesticulava em direção à janela suja da sala. A placa que proclamava a Wyvern Branca só podia ser vista através do vidro manchado.

— Material definitivo para o primeiro encontro, — concordou Eurydice enquanto fazia sua varredura final na sala. — Tudo bem, tudo limpo, vamos terminar.

— Vou envolver o dispositivo em uma bolha de estase antes de movê-lo, — Hermione comentou enquanto olhava para o dispositivo de outro ângulo. — Parece um pouco arriscado.

— Melhor prevenir do que remediar com isso, — seu superior disse assentindo. — Eu não quero uma cabeça de bebê.

Hermione riu e se virou para Eurídice. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, houve um leve estalo e ela olhou com horror para o bruxo mais próximo a ela. Suas mãos agora estavam livres e ele balançou os dedos brevemente, zombeteiro; o anel em sua mão esquerda agora enegrecido.

Oh merda, pensou Hermione desesperadamente. Ele tinha um contrafeitiço latente imbuído no anel e obviamente o ativou. Ela tinha sentido falta, e assim tinha Eurydice. E agora eles estavam torrados.

Time Mutable Immutable - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora