Time Mutable Immutable - Tradução

Capítulo 37

Havia uma pequena bolsa preta na bancada da cozinha suja de Grimmauld Place.

O dono da dita bolsa estava do lado de fora da porta da cozinha, rangendo os dentes em frustração.

Como ele esqueceu sua bolsa?

Ele tentou invocá-lo, mas não havia uma janela aberta para retirá-lo.

Porra.

Não havia como ele abandonar isso. Para começar, continha seu kit de poções. E seu livro Defensive Spellwork. E além da importância daquele livro em particular, também continha um pequeno cartão de Natal guardado com segurança entre as páginas. Ele tinha que recuperá-lo.

Fuckity doo dah.

Ele já estava furioso de raiva por ter que ensinar Oclumência ao garoto Potter. Foda-se muito por isso, a propósito Dumbledore, Severus reclamou para si mesmo. Além disso, lidar com Umbridge no castelo era uma luta diária entre tentar agir como se ela não o incomodasse e querer empurrá-la para fora da torre de Astronomia.

Havia uma parte dele que reconhecia seu brilho, é claro. Não se vivia entre monstros como Yaxley e Dolohov sem obter uma apreciação do verdadeiro mal. Umbridge tinha uma queda para isso e certamente aproveitou todas as oportunidades que pôde.

A única faísca ligeiramente brilhante na mina de carvão das trevas tinha sido a penseira. Dumbledore havia emprestado um a ele, para proteger algumas de suas memórias do menino. Ou, como Severus decidiu sem carinho, proteger a reputação de Dumbledore. O velho mago deve saber como ele saiu nas memórias de Severus. Como o avô maquiavélico que era, Severus presumiu.

A primeira noite de seu reinado como guardião da penseira, é claro, Severus tirou alguns momentos significativos de seu último ano para reviver. Ele pode ter sido conhecido por sua força de vontade, mas também não era estúpido. Quando mais ele teria essa oportunidade?

Sua primeira surpresa ao mergulhar de volta foi como a jovem Professora Granger parecia para ele agora. Ele se lembrava dela como estando muito além dele, mas agora Severus adivinhou que ela estava com quase 30 anos, quando era mais velha. Alguns cálculos em sua mente sugeriram que levaria pelo menos uma década ou mais até que a Srta. Granger em sua classe se recuperasse.

Uma década.

Isso foi deprimente pra caralho.

Sua segunda surpresa foram suas interações. Parte dele quase desejou que revirar suas memórias apagasse o que quer que estivesse dentro dele que ainda queimava por ela. Afinal, os adolescentes tinham paixões o tempo todo. Ele os testemunhava diariamente. E eles aumentavam e diminuíam como chamas na brisa. Aceso em um minuto, frio e escuro no próximo.

Então, ele esperava que ver as memórias ajudasse. Ele podia vê-la como ela era. Alguém que tinha mostrado um pouco de gentileza educada e distanciada, e o garoto solitário que ele tinha transformado isso em outra coisa. Assim como com Lily. Se ele visse isso, ele poderia se livrar de tudo.

Mas isso não mostrou nada a ele.

Provavelmente piorou a situação, se Severus fosse honesto consigo mesmo.

Ela gostava dele.

Quando adolescente, ele fantasiou que ela tinha. Tentei dizer a si mesmo que sim. Mas, como adulto, era óbvio. Observar suas interações e a maneira como ela foi gentil com ele, encorajou-o e cuidou dele depois que sua mãe morreu, era tão óbvio. Ele mal podia suportar ficar ali enquanto as memórias fluíam ao seu redor. Quando ela ria de suas piadas, dançava com ele na festa de Horace, e em suas conversas na floresta pré-Lupin. Estava tudo lá.