Capítulo 36

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Severus estava bem no meio de um enigma. Ele estava enfrentando duas realidades cada vez mais terríveis.

Um. A marca em seu braço havia escurecido consideravelmente nos últimos seis meses. Estava quase tão escuro e claro quanto no dia em que se espalhou em seu antebraço com a varinha do Lorde das Trevas, fixando-se em sua pele de forma indelével. Ele sabia o que isso significava e tinha quase certeza de que Karkaroff sabia o que significava, dada a quantidade de esforço que faria para tentar encurralar Severus. A presença do Lorde das Trevas estava em algum lugar lá fora. E ambos foram fodidos regiamente, mas de maneiras diferentes. Nem agradável.

Dois. Ele logo teria que comparecer ao baile.

Ele não estava totalmente certo neste ponto qual situação o estava causando mais ansiedade.

— Severus! — A voz de Minerva chamou de seu flu.

— Cai fora! — ele gritou.

Houve uma explosão de risos.

— Cale a boca idiota. Eu tenho uma proposta para você.

— Estou lisonjeado, mas não estou interessado, — Severus gritou de volta enquanto abotoava o punho da manga direita.

Houve um bufo indignado que ecoou na lareira.

— Nos seus sonhos. Sou mais bruxa do que você pode aguentar, garoto. Esqueça de tentar me satisfazer e falhar miseravelmente. Vou trabalhar na pista de dança esta noite se você for para o jardim de rosas.

Severus fez uma pausa para considerar a oferta.

— Bem? — A voz estridente de Minerva exigiu.

— Estou pensando sobre isso! — ele disse.

— Que tal fazermos uma aposta? Cada beijo que separamos ganha um ponto. O perdedor faz as patrulhas noturnas do outro por um mês.

Severus sorriu para si mesmo. Ela nunca ganharia este.

— Feito! — ele disse. Ela definitivamente se arrependeria disso, ele riu para si mesmo.

— Eu posso ouvir você se parabenizando daqui, — zombou Minerva. — Não fique muito convencido!

O flu se extinguiu.

Severus terminou de abotoar sua jaqueta. Sobre a mesa estavam alguns presentes de Natal de seus colegas, apesar de sua insistência repetida todos os anos em que ele não celebrava a época festiva. Havia também um pote enorme de doces cozidos de Dumbledore que tinha gosto de framboesa e fazia você sorrir radiante por uma hora. Severus estava grato por ter testado um na privacidade de seus aposentos. O corpo estudantil teria fugido gritando do castelo se eles o tivessem visto.

Um rápido movimento de seus dedos ajustou a corrente contra seu pescoço e também se certificou de que o pergaminho estava apoiado em sua clavícula. Ele o tocou suavemente. A prata não havia manchado, apesar do passar dos anos. Tinha sido um feitiço forte. Ela era muito talentosa. Ele bateu um dedo. Não. Isso não estava certo.

Ela estaria.

Ele franziu a testa. Ela estava atualmente. Além de seus próprios esforços, e da intervenção direta da deusa de dar sorte a merdinhas indignas, ela era a razão pela qual Potter ainda estava vivo.

Severus sabia que tinha sido ela quem ensinou a Potter o feitiço de convocação. Sua bruxa inteligente, inteligente. Ele podia apenas imaginá-la pesquisando o feitiço, e forçando o garoto a se concentrar em algo por uma hora, um feito monumental que o próprio Severus ainda estava para realizar.

Enquanto ele estava parcialmente aliviado pelo garoto Potter ainda estar vivo, Severus também se perguntou se o garoto se sentiu como se tivesse sido ensinado pela Professora Granger. Potter percebeu que o lado direito do lábio dela se curvou mais do que o esquerdo quando ela sorriu? Ele ao menos percebeu o quão poderosa ela era? Ele ao menos considerou o fato de que ensinar um feitiço a alguém era difícil? Ainda mais quando essa pessoa era estúpida como Potter? Provavelmente não. Severus decidiu que Potter era exatamente como seu pai, acostumado com as coisas caindo em seu colo, e completamente alheio a qualquer coisa que não fosse vermelha e dourada, ou voando em um campo de quadribol.

Time Mutable Immutable - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora