Time Mutable Immutable - Tradução

Capítulo 16

Sentado na mesa principal no café da manhã era como Hermione imaginava que os guardas em Azkaban comiam. Era quase impossível fazer qualquer coisa, exceto olhar malignamente para os presos... er... alunos na frente. A disposição dos assentos lado a lado também tornava as discussões colegiais estranhas e quase impossíveis. Particularmente quando Hermione estava sentada entre o Professor Shafiq, o taciturno professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, e o Professor Fawley, o completamente maluco professor de Trato das Criaturas Mágicas.

Eles não estavam interessados ​​em falar com ela, e ela não estava interessada em falar com eles. Não havia interesse mútuo. Ou mesmo um interesse singular. Então, ao invés disso, Hermione comeu desamparadamente sua pilha de ovos e desejou não ter sido honesta com Snape.

Se ela pensava que ele a estava evitando antes, ela estava totalmente convencida disso agora. Isso a incomodou mais do que ela pensava. Ela teve um breve momento de maldade quando decidiu que deveria apenas consertar o dispositivo do tempo, ir para casa e estragar tudo. Mas então lembrou que se os Oito tiveram sucesso em seu plano de matar Snape, pode não haver nada para que ela pudesse voltar. Isso colocou um alfinete em sua mesquinhez.

Mas, no momento, onde quer que ela estivesse, ele se certificou de que não estava. Ele estava nas aulas, mas era tão neutro e plácido que poderia nem se dar ao trabalho de aparecer. Ela pensou que poderia até sentir falta de falar com ele. Que era um pensamento que ela achou ao mesmo tempo confuso e preocupante. Passar um tempo com sua versão mais jovem era como ter um pequeno vislumbre do adulto que parecia tão inescrutável e distante. Um guia de trapaça para o mundo até então desconhecido de Severus Snape.

Provavelmente havia muitas questões éticas a serem trabalhadas nesse pensamento. Mas, além dessas considerações, Hermione decidiu que havia descoberto que gostava bastante dele, e talvez até gostasse da versão adulta. Talvez ele pudesse ter sido um mentor para ela, do jeito que ela sempre esperou que a Professora McGonagall fosse, mas não foi (oportunidades de mentor apenas pareciam se aplicar aos habilidosos em quadribol).

Enquanto mastigava um pedaço de torrada, Hermione de repente se lembrou de sua tentativa desastrosa de dar um cartão de Natal para Snape. Foi uma daquelas memórias que realmente a fez estremecer ao se lembrar. Uma dessas lembranças especiais que seu cérebro guardou para aproximadamente três da manhã, quando ela se sentia particularmente vulnerável e não queria realmente fazer nenhuma introspecção.

Tinha sido seu quarto ano, e ela tinha feito cartões para todos os funcionários de Hogwarts, incluindo Filch, que pegou o cartão com os olhos estreitos, mas acabou colocando-o em seu bolso com um grunhido satisfeito. Ela até deu alguns para Madame Maxime e Professor Karkaroff. A do Diretor de Durmstrang era principalmente porque ela tinha sido um pouco doce com Viktor na época, e ele admirava seu estranho Professor.

Ela visitou o escritório de Snape várias vezes para dar-lhe seu cartão, mas ele nunca tinha estado lá. Finalmente, ela decidiu deixá-lo fora da porta de seus aposentos. Ela estava enfeitada para o baile, e uma hora antes de se encontrar com Viktor, ela correu para as masmorras para fazer sua entrega.

Quando ela aplicou um feitiço adesivo temporário no verso do cartão e o fixou na porta, ele foi aberto. Snape olhou para ela. Seu rosto mostrou um momento de extrema confusão, que rapidamente mudou para raiva. Ele cruzou os braços e olhou carrancudo para ela.

— Srta. Granger, o que você está fazendo? — ele sibilou para ela.

— Oh. Hum, — Hermione estremeceu sob seu olhar furioso. — Feliz Natal... Senhor.

Ela estendeu o cartão para ele. Houve uma pausa interminavelmente longa, onde ele permaneceu completamente imóvel e Hermione ficou de pé, com o braço estendido, com sua oferta. Quando seu braço começou a doer, ela o puxou de volta.