Eu não sou exatamente anti- romântica como as pessoas costumam dizer.
Livros de romance não são meus favoritos mas isso não torna eles menos interessantes.
Quando comecei a me apaixonar por livros o gênero de romance era sim meu favorito, mas em algum momento da vida eu passei a me distanciar desses assuntos já que coloquei na minha cabeça que ninguém nunca me amaria nessa vida.
Na minha cabeça é praticamente impossível existir um homem que possa me amar, ou que possa ser digno do meu amor, graças as realidades fictícias eu tenho padrões muito altos e isso complica ainda mais na minha vida.Andar de mãos dadas com Nero pela escola faz com que eu me sinta péssima em relação a essa invenção.
Existe essa sensação boa que essa mentira causa em mim, ela me faz ansiar por um toque verdadeiro de um parceiro que nunca terei e me faz aproveitar cada momento de "namorados" que eu e o Calion temos, isso porquê nunca serei amada então por qual razão eu negaria descobrir a sensação de ter alguém apaixonado por mim? Mesmo que seja mentira.
E isso me deixa ainda pior.
Gostar e querer estar próximo assim de Nero por achar que a partir do momento que nossa mentira acabar eu jamais estarei em uma situação parecida de novo me deixa muito mal.
— Jonna?
— Sim?
— Alergias?
— Ah — resmunguei, nós estamos trocando algumas informações relevantes para fingir que nos conhecemos de verdade na frente de outras pessoas — Sou alérgica a glúten e fico com coceira mas não deixo de comer nada por isso, então toda semana acabo tomando anti-alergicos.
— Você não tem medo da alergia evoluir e ter um treco?
— Morrer é meu maior sonho, Nero — brinquei, ele não sorriu e me olhou com muita seriedade — Tô de sacanagem.
— Não teve graça — advertiu — E até hoje não descobri minha alergia.
— Sortudo — observei nossas mãos entrelaçadas e todas os olhares que não tentam ser discretos na escola.
Essa semana vem sendo a mais estranha de toda minha vida, as pessoas não param de falar sobre nós dois e o pior nisso tudo é que Nancy não fez ou disse absolutamente nada para mim.
Isso me deixa realmente assustada porquê significa que algo de errado não está certo.
— O quarteto fantástico não te intimidou? — perguntei para meu falso namorado que se aproximou muito de mim quando encostei no meu carro.
— Não — falou, os olhos observando cada canto do meu rosto — Por que você tá tão obcecada por eles?
Não é obsessão, é preocupação.
— Eles estão aprontando, Nero — falei, nossas vozes estão baixas — E eles não tem um pingo de senso para colocar limites nas brincadeiras de mau gosto.
— Se eles brincarem conosco nós brincamos com eles — assegurou, sua mão subiu até meu rosto e o dedão acariciou minha bochecha.
— Vamos logo embora.
Dessa vez eu estou dirigindo até nosso bairro.
— Do que você tem medo? — perguntei na intenção de voltar ao antigo assunto.
Nero sentou ao meu lado e ficou pensativo enquanto colocava o cinto de segurança.
— Insetos — revelou um pouco envergonhada e eu ri alto — Idiota. Você tem medo do quê?
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Amor Café & Ódio
Teen FictionJonna sempre detestou tudo que envolvesse Nero Calion e seu grupinho de amigos, mas quando se viu em um beco sem saída tendo que mentir para cuidar da sanidade mental de sua mãe a única mentira que saiu de sua boca foi a pior que já inventou em toda...