Jonna - quatro dias antes:
Eu havia acabado de revelar tudo para os meus pais.
Sobre o meu relacionamento de mentirinha, sobre o bullying, sobre o tempo que fiquei sem tomar remédio, sobre o que realmente aconteceu com Nero e tudo que ele fez por mim durante esses anos.
Estou deitada no colo do meu pai que acaricia minha cabeça e as lágrimas rolam de tanta culpa, culpa por Nero e de ter mentido para eles por tanto tempo.
Mamãe está sentada no chão bem na minha frente e secou minhas lágrimas.
— Vocês não estão com raiva? — perguntei com a voz chorosa.
Eles sorriram.
— Nunca sentiríamos raiva de você, filha — mamãe acariciou minha bochecha com cuidado.
— Nós já desconfiavamos que era mentira — papai revelou, eu olhei para cima e enxerguei seu rosto com uma expressão cuidadosa — Você é uma péssima mentirosa.
Mesmo querendo chorar eu acabei rindo com ele. Quando voltei a olhar para minha mãe ela estava me analisando com um pouco de diversão.
— Sobre Nero, acho que depois que vocês viraram namorados de mentira sempre foi fácil de notar os sentimentos que ele sente por você — disse com paciência — Foi por isso que chegamos a acreditar, porquê ele fazia tudo ser muito sincero e genuíno.
— Como eu sou burra — a crítica saiu além da minha mente.
— Não fale assim de sí mesma Jonna — mamãe me repreendeu — Você não é burra... Só é lerdinha — papai gargalhou da esposa e eu acabei rindo graças a sua risada contagiosa. Mamãe revirou os olhos — Calem a boca! — ela bateu no joelho do esposo e o olhou com graça — A questão é que você já estava tão acostumada a parecer desinteressante diante dos outros que não exitia uma boa auto-estima para perceber os flertes ou os olhares de Nero. O seu subconsciente negou qualquer afeto que ele demonstrasse e você acabou acreditando muito nele.
Assenti de vagar. Assimilei suas palavras escolhidas uma a uma para me reconfortar. Ter mãe psicóloga tem suas vantagens.
— E quanto ao resto? O que eu faço sobre tudo que eu causei a ele? — me referi ao fato dele ser meu escudo contra o bullying antes mesmo de eu saber.
— Por que não conversa com ele sobre isso? Acho que ele é a melhor pessoa para explicar o próprio ponto de vista — sugeriu com calma.
Comecei a me levantar do colo de papai para me sentar.
— Eu deveria?
Eles me olharam confusos.
— Óbvio? — papai franziu as sobrancelhas louras e esperou pela minha explicação.
— É que... E se ele não gostar de saber da forma na qual eu descobri? — murmurei e de repente comecei a rir — Sem contar que eu não sei como falar sobre essas coisas.
Papai revirou os olhos antes de me responder:
— Ele não tem o direito de ficar bravo.
— Ah...
Eu discordo.
— Mas e você? — mamãe questionou curiosa — Você gosta dele de verdade? Ou só sente a necessidade se ser amada?
Eu li livros de romance a vida inteira. Li contos e diversos livros onde cada um possuía um pouco de romance. A questão é que ao viver isso você finalmente entende como as protagonista se sentem confusas.
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Amor Café & Ódio
Teen FictionJonna sempre detestou tudo que envolvesse Nero Calion e seu grupinho de amigos, mas quando se viu em um beco sem saída tendo que mentir para cuidar da sanidade mental de sua mãe a única mentira que saiu de sua boca foi a pior que já inventou em toda...