Uma noite de sábado - 7

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   O relógio mudou para às oito no mesmo momento em que a campainha foi tocada.

   Meus pais se olharam com a mesma careta de surpresa engraçada e dividiram o mesmo pensamento:

   — Ele é pontual.

   Sorri, ele provavelmente estava esperando na porta para tocar na hora certa.

   — Eu atendo.

   Da nossa sala é possível ver a porta da frente então por saber que estava sendo observada continuei com minha atuação digna de óscar.

   — Oi — sorri, de início Nero estranhou mas olhou por cima do meu ombro e só então sorriu de volta.

   — Oi, vida — ele se inclinou na minha direção para beijar minha testa.

   Parece que ele realmente ignorou minha ordem de não exagerar nas roupas, está com um suéter de manga curta preto e uma cargo cinza que combina perfeitamente com o par de coturnos quase na mesma cor.

   — Que ridículo — cochichei e ele sorriu ainda mais.

   Segurei sua mão e o levei para a sala que era onde meus pais estavam sentados.

   — Sr. e sra. Marticus — virei lentamente minha cabeça na sua direção quando seu tom de voz mudou da água pro vinho.

   Eu sei que todos temos uma voz de gente educada mas eu nunca tinha escutado a de Nero antes então chega a ser estranho e engraçado.

   — Boa noite Nero — mamãe abriu o maior sorriso do mundo — Como você está querido?

   O meu casal favorito se levantaram para cumprimentar nosso convidado.

   — Estou perfeitamente bem — Nero apertou a mão de meus pais antes de passar o braço por em volta da minha cintura — Jonna disse que vocês não gostam de atraso e que não iam me aceitar caso me atrasasse.

   Apesar de ser brincadeira minha mãe me olhou com uma careta feia e depois voltou a sorrir para meu... namorado.

   — Jonna consegue ser muito maldosa quando quer — foi papai quem piscou para mim — Está com fome?

   — Um pouco — admitiu.

   — Nós fizemos massa e um pouco de culinária chinesa para você experimentar —  minha mãe parece radiante no vestido rosa bebê que tanto combina com sua pele, minutos atrás papai não parava de elogia-la.

   — Eu adoro comida chinesa — aquelas palavras de Nero fizeram os olhos da mamãe brilhar.

   Ela tomou o rapaz pela mão e o puxou em direção da cozinha tagarelando sobre as comidas que fizemos e ele respondia com bastante facilidade.

   Acho que é uma das vantagens de ser extrovertido.

   — Tenho que dizer — papai chamou minha atenção, nós estavamos logo atrás de sua esposa então ele estava cochichando — Você pescou um verdadeiro tritão.

   E por mais que eu quisesse muito não conseguiria discordar.

   Isso é um fato que desde sempre concordei, Nero sempre foi muito bonito.
   Na infância quando tinha o cabelo black e tinha aqueles olhos gigantes igual suas bochechas gordinhas, ele era um fofo comigo naquela época.

   Naquela época.

   Em algum momento entre nossos dez anos isso já não acontecia mais, foi nessa época que ele começou a andar com o grupinho de Nancy.

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