Semanas.
Se passaram semana desde toda agitação causada pelo meu surto.
No dia seguinte daquele Nero quem me trouxe para casa já que tinha dormido conosco no hospital e meus pais precisaram ir trabalhar.
"— Você está bem? — ele finalmente quebrou o silêncio enquanto me ajudava a entrar no carro.
— Sim — tentei não ser rude com todo seu cuidado porquê sei que são boas intenções.
— O que acha de uma deliciosa torta de chocolate? — perguntou depois de entrar no seu carro.
— Depende, vai me levar ao Chucky's de novo? — ele riu e ligou o carro.
— Não — falou rolando os olhos — E eu pago."
Por mais que eu odeie admitir, bem, eu gostei muito da sua companhia silenciosa (durante minha estádia no hospital). Gostei que ele não perguntou sobre nada, nem tentou voltar no assunto e realmente não falou nada para absolutamente ninguém.
No dia seguinte ele me trouxe para casa e desde então não tem me deixado sozinha. Acho que meus pais falaram com ele sobre isso.
Hoje é véspera da véspera de natal e ele está no meu quarto bagunçando minha estante de livros por puro entretenimento e para me irritar.
Ele sabe que eu odeio que mexam nos meus livros.
— Meu irmão está vindo sabia? — a revelação atraiu minha atenção que até então estava no diário.
— E o que eu tenho a ver com isso? — eu o observei trocar de lugar um livro de distopia por um de suspense.
— Eu não te contei que ele já sabe sobre nós dois? Ou que a sua família vai passar o natal com a minha? — seus olhos escuros me analisaram com diversão enquanto ele tirava meus livros do lugar para espalhá-los um por um pelo quarto.
— Não e não — resmunguei, acho que meus pais iam fazer surpresa. Surpresa essa que Nero acaba de estragar — Você conseguiu se resolver com ele?
— Mais ou menos, começamos a conversar por mensagem e vamos continuar quando ele chegar aqui. Tem muitas coisas que eu quero falar e por telefone é um saco — o garoto soltou um livro atrás da minha almofada do cantinho da leitura, depois outro em baixo do tapete, colocou um no banheiro e o último no topo de uma prateleira entre meus sapatos guardados no closet.
— Você sabe que quando eu for na sua casa vou acabar com sua coleção de discos né? — ameacei, Nero me olhou lentamente com uma expressão desafiadora e deu de ombros.
— Eu vou esconder todos — disse com a voz grossa carregada de diversão, revirei os olhos e voltei a escrever.
Ouvi seus passos cada vez mais próximos até que o colchão ao meu lado afundou, senti os olhos castanhos me analisarem descaradamente, analisou minhas pernas nuas e longas e meus braços também descobertos.
Seu dedo gelado tocou meu joelho e eu o olhei por cima do meu caderninho, Nero deslizou o toque pela minha perna até meu pé onde segurou meu mindinho com a ponta dos seus dedos.
— Sabia que você tem pés feios?
Chutei sua mão com força. Ele arfou e reclamou da dor. Eu ri baixinho antes de começar a finalizar minhas notas.
Por que ele parece mais atraente hoje?
Tipo, específicamente hoje.
Talvez seja a camiseta marrom que combina com seus olhos. E a calça bege de moletom que o deixa... Eu prefiro não falar sobre como essa calça o deixa.
Pode ser o cabelo, os cachinhos crespos estão mais longos porque ele disse que vai mudar o corte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Café & Ódio
Teen FictionJonna sempre detestou tudo que envolvesse Nero Calion e seu grupinho de amigos, mas quando se viu em um beco sem saída tendo que mentir para cuidar da sanidade mental de sua mãe a única mentira que saiu de sua boca foi a pior que já inventou em toda...