Uma noite estranha

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— Mata, é só matar!

Jimin escutava alguém bradar, na sala escura e úmida.

Suor escorria de sua testa, entre os dedos, por toda a parte. Ele estava em pânico e certo de que ele veio ao mundo apenas para sofrer e ser vítima de si mesmo. Não era pra ele entrar naquele bar, naquela noite, mas ele estava tão cansado de sentir pena de si mesmo que embriagar-se realmente parecia um atrativo.

O bar era grande, com um letreiro azul néon piscando sem parar. Cobra. Ele riu do nome, parecia ainda mais deprimente, simplesmente o que o loiro buscava. Com sua franja dourada cobrindo sua testa arranhada e um manuscrito ao redor do antebraço, ele limpou a areia da calça jeans surrada preta e subiu o degrau único para entrar no bar.

Cadeiras de madeira ao redor de mesas retangulares. O cheiro de bebida alcoólica era tão forte que o jovem sentiu-se embriagado em antecipação.

Ele não enfatizou sua queda, antes de alcançar o balcão de bebidas, em sua mente, desligando seu instinto de autopreservação. Ele não estava bêbado, foram apenas algumas cervejas, após seu encontro desastroso com a dona de uma editora local. Contando todo o dinheiro de sua carteira, o pouco mais de trinta euros, Jimin pediu uma dose de uísque com limão e gelo. Era pra ser só uma noite qualquer, com um pouco de bebida quente, mas Jimin não seria tão sortudo, ele tinha que presenciar um assassinato bem no momento em que estava saindo do bar.

Ele viu o rosto. O sangue escorrendo fluidamente da cabeça do indivíduo, enquanto homens vestidos de couro preto o cercavam. Jimin sentiu sua garganta fechar, antes de, erroneamente gritar.

Agora ele estava em uma sala trancada, com um homem apertando uma arma em sua cabeça, enquanto outro berrava insistentemente para que seu comparsa o matasse. Jimin só queria beber seu uísque em paz, mas acabou ali, com sua vida por um fio.

— Eu não sabia que era seu território. — Ele choramingou, recordando parte da conversa, antes de ser jogado no porta-malas do carro. — Eu nem sabia que esse lugar pertencia à uma...— o loiro inalou com força, soltando o ar devagar para não hiperventilar, como acontecia sempre que ele estava nervoso. — Vocês são uma gangue ou algo assim? — Jimin despejou ter as mãos livres para conseguir se bater.

— Apenas mate esse estúpido, ele está me dando nos nervos. — O mais agressivo ditou.

— Se ele é um Russo, não podemos simplesmente cortar sua cabeça. — O outro respondeu com parcimônia.

"Um Russo? O que diabos significa isso?", ele ponderou, o álcool começando a desaparecer de sua corrente sanguínea.

— Eu não sou Russo, na verdade a minha mãe é sul-coreana. — Afirmou, gemendo de dor ao sentir um soco em seu estômago.

"O que eu disse de errado?!", ele indagou-se, atordoado.

— Você acha que eu sou idiota? — O maior deles bradou contra seu rosto e Jimin começou a chorar em antecipação. — Está zombando de mim? — Seu algoz puxou seu cabelo para trás com forte.

— Não, senhor. — Disse baixinho, mordiscando os lábios para se acalmar. — Quando eu estou nervoso, eu falo muito. — Contou, ingênuo.

— Então você não é um Russo? — O outro se agachou na frente de Jimin. Seu olhar era como o olhar de um corvo. Escuro e misterioso.

"Se eu disser que não sou, ele vai me matar." Ponderou por um segundo.

— Eu sou um Russo. — ... "Seja lá o que isso significa", Jimin continuou em sua mente.

— Antes você disse que não era um Russo, está zombando de mim? — Após a bofetada em seu rosto, Jimin estava enxergando tudo embaçado em sua frente.

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