Coelho da Sorte

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Atenas, Grécia

OBS.: Capítulo com gatilhos: abuso psicológico infantil. Tentativa de Suic!dio. Uso explícito de drogas.]

{...}

Giuseppe Rizzo gostava de viajar pelo mundo.

Desde a morte de seus pais, em um acidente aéreo, ele passou a viajar constantemente, sempre viajando de um país para o outro, nunca dormindo mais do que dois dias no mesmo lugar. Ele não queria se encontrar quase tanto queria se esconder de Don Russo, o único homem que ele não conseguia esquecer.

O único que ele gostaria de ter em sua cama ao invés do moreno de olhos verdes que dormia ao seu lado. Ele pretendia dispensar o homem mais tarde e apagá-lo de sua lista telefônica. Giuseppe não queria um amante fixo esquentando sua cama, porque no fundo, ele tinha esperanças de que Don voltasse a ser seu amigo, e ainda mais ambicioso, ele tinha certeza que o homem, um dia, aceitaria que o amava.

Coberto por um robe de seda preto, Giuseppe acendeu um cigarro e caminho para a sacada do quarto. Era uma noite bonita em Atenas, com clima agradável e agitado, como ele gostava. Ele tragou a fumaça e tossiu um pouco, sentindo seus olhos ardendo.

Quando o cigarro não aliviou sua tensão, Giuseppe procurou por um pouco de coca em sua gaveta de cabeceira e cheirou um pouco do pó até a sua mente ficou enervada e a velha ardência em seu nariz se tornou difícil de suportar.

Ele cambaleou um pouco, se sentando no chão com os braços ao redor dos joelhos, porque não queria voltar para a cama e se deitar ao lado daquele homem que ele não se preocupou em perguntar o nome. Ainda inquieto, Giuseppe começou a beber vinho e secou a garrafa em menos de meia hora. Nas primeiras horas do dia, ele tratou de expulsar o estranho do quarto tomou um banho para limpar qualquer resquício de sexo sem sentido da noite anterior.

Ele lavou a pele com tanta força que sua pele estava ardendo quando ele se vestiu e ligou para Natalie Rizzo, sua prima e fiel companheiro de viagens, pedindo para que a mulher o visitasse em seu quarto. Cansado demais para sair em busca de comida ou pedir algo pelo telefone, Giuseppe apertou um travesseiro entre os braços e apertou os olhos quando uma lembrança preencheu sua mente.

— Você é estúpido, garoto? A-? — Giuseppe sentiu a mão de seu genitor pesar sobre seu rosto, em uma bofetada que o deixou tonto. — Você quer me envergonhar? — O homem bradou, jogando o boletim contra seu rosto, como a prova de uma ação estúpida.

— Mas pai. — Inutilmente, ele tentou se defender.

— Você não me interrompa quando eu estou falando. — Outra bofetada foi o bastante para o garoto cair de joelhos em frente ao maior.

— A culpa é sua por adotar esse garoto estranho. —  Fiorella, sua mãe adotiva, ralhou, tragando a fumaça de seu cigarro.

— Eu preciso de um herdeiro, alguém para quem vai ficar todo o meu esforço. Você deveria se empenhar mais em educá-lo, Fiorella.— Lauro Rizzo ricocheteou, elevando a voz para o tom máximo, tão alto que a esposa desistiu de qualquer argumento que tivesse em mente.

— Você o adotou, cuide dele. — A mulher resmungou para si mesma, lançando um olhar mesquinho para o filho encolhido no chão.

— Eu posso voltar para o meu quarto, pai? —  A criança, claramente intimidada, perguntou.

— Sim e estude pra ver se na próxima vez volta pra casa com um boletim decente. — Incapaz de ajudá-lo a se levantar, Lauro se sentou ao lado da esposa.

— Eu só errei uma questão, pai. — Giuseppe argumentou, sentindo seus olhos queimando.

— E você quer que eu te parabenize por isso? — Lauro esbravejou, cerrando os punhos sobre suas pernas. — Saia das minhas vistas se não quiser que eu desconte toda a minha raiva em você. — Ameaçou, recebendo um olhar de cumplicidade de sua esposa

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