Trapaceando com um mafioso?

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Sicília, Itália

Don nunca se sentiu tão paralisado quanto ele se sentiu naquele momento, a sensação de impotência consumindo-o, à medida em que o olhar duro de Park Jimin o enquadrava. 

Ele o conhecia o suficiente para saber que ele estava agindo à base de raiva e só por isso estava tentando humilhá-lo. No entanto, Jimin não sabia sobre o passado de Don. Ele não estava ao seu lado em sua infância e estava à margem de sua vida e todos os traumas que o perseguiam. 

Ficar de joelhos não só significaria submissão, para Don significava humilhação, lembranças ruins e todo o terror do passado, algo que demorou anos para que ele conseguisse esconder em alguma parte de sua mente, significava voltar ao passado e estar diante de todo horror. Ele amava Daya, ela era a pessoa mais importante de sua vida, mas nem por ela ele ficaria de joelhos outra vez. 

Ele respirou fundo e se aproximou do menor, olhando em seus olhos por segundos, mas isso demorou segundos. 

Ele tinha medo que Park olhasse em seus olhos e descobrisse sobre as torturas e humilhações. Jimin ficaria enojado se soubesse sobre tudo que ele sobreviveu. Jungkook estranhou se preocupar tanto com a opinião de um estranho sobre ele, mas ele se importava e Jungkook não permitiria que Jungkook o visse de forma diferente.

— Se quer me humilhar, esse é o pior caminho, Park. — A voz do Mafioso era áspera, gelada como um iceberg. — Todas as vezes que eu estive de joelhos na minha vida foi pra receber os piores castigos do meu pai, porque eu não era bom o suficiente, ou porque eu não queria ter aulas sobre como encobrir um assassinato. — Imediatamente Park se arrependeu do pedido, mas não mudou seu semblante impassível. Ele estava ferido e não perdoaria tão fácil. —Não me peça pra ficar de joelhos em sua frente como castigo, eu não farei isso. — Foi sua sentença final.

 — Como eu pensei. — Jimin regozijou aos resmungos. — De qualquer forma, Daya não precisava de uma babá, ela só precisa de um pai presente, que a ame e a proteja. — Era um empurrão para aproximá-lo de sua filha; um conforto para Jimin.

— Cuide-se. — Ele virou-se para caminhar em direção à porta do quarto. — Às vezes o mundo pode ser cruel, Park. — O olhou pela última vez, sobre o ombro. 

— Obrigado pelo conselho, Don. — Ele disse para si mesmo, já que o outro estava muito longe para ouvi-lo. 

"Era melhor assim", Jimin queria acreditar, ainda que sua mente estivesse perturbada com a confissão de Don. Ele imaginou um garoto pequeno e fraco hostilizado e negligenciado  por quem deveria amá-lo e protegê-lo. 

{...}

Sair da residência oficial de MammaSantissima sem Park Jimin foi uma das piores derrotas de sua vida. Ele estava com esperanças de resolver a situação, embora soubesse que um pedido de desculpas não seria suficiente para consertar o erro. 

Quando ele entrou no carro, ele relaxou sobre o banco do SUV e deslizou as mãos sobre o rosto para esconder a derrota estampada em sua face. Seu motorista era inteligente o suficiente para não perguntar nada, ele apenas ligou o carro e seguiu seu curso de volta para casa. Sem Jimin. Ele refletiu um pouco sobre o que Jimin falou sobre Daya precisar dele. Agora, ele não tinha qualquer saída a não ser se empenhar ainda mais em se reaproximar de seu bem mais precioso. 

Agora era apenas ele e Daya outra vez, já que Martina voltou apenas para ter seus cartões de crédito desbloqueados e nada mais. Quando ele desceu do SUV, Don estava tão entorpecido que não se lembrou de cumprimentar seu motorista, ele apenas seguiu para dentro da casa como um robô. 

Era inaceitável. 

Ele deveria ter se empenhado mais em levar Jimin de volta, mas... 

Isso seria egoísta. 

DON • Onde histórias criam vida. Descubra agora