A verdade

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Sicília, Itália

Um ano.

Um ano foi o tempo em que Daya Russo ficou silêncio e agora ela estava falando e sorrindo para um desconhecido. Que porra estava errado? Jungkook se esforçou o quanto pôde para melhorar sua relação com Daya e foi afastado pela filha em todas as tentativas.

Ver sua filha sentada ao lado de Giuseppe foi um golpe em seu ego.

Ele tentou controlar sua raiva, cerrando os punhos o mais forte que conseguiu, recuando alguns passos, para não sucumbir ao desejo de arrancar aquele traidor estúpido da proximidade de sua filha, afinal, o que estava errado com Daya para estar tão à vontade na companhia de um estranho? Além do mais, o que se passou pela cabeça de Nicolo por trazer Giuseppe para o quarto de Daya, como se fosse a coisa mais normal do mundo?

- O que porra é isso, Nico?- Perguntou, puxando o primo para perto de si.

- Não sei, ele é tipo um encantador de feras. - Respondeu ávido, sorrindo da cara de tacho do primo.

- Está chamando minha filha de fera? - Não hesitou em golpear a nuca do mais novo, estalando os dedos sobre sua pele.

- Convenhamos, às vezes a Daya me dá medo. - O outro ficou em silêncio. - Olhe só pra ele, ela não é tão meiga assim nem com você. - Uma verdade que o mafioso precisava admitir, ainda que doesse como o interno, afinal, eles estavam falando de sua filha.

- Bella, Papi vai conversar com o amigo dele agora. - Jungkook caminhou para perto do 'convidado', puxando-o para cima pelos ombros.

- Min-min? - A garotinha perguntou, apontando para o 'novo amigo.'

- O que disse pra minha filha? - O mafioso perguntou por entre os dentes cerrados.

- Eu só disse meu nome e agora ela não para de me chamar assim. - Ele se virou para encarar a 'nova amiga', apertando suas bochechas. - Sua filha é muito inteligente e fofa. - Comentou, recebendo um rosnado baixo do homem mais alto ao lado.

- Você não veio aqui pra fazer amizade com a minha filha, agora vamos. - O puxou pelo braço, empurrando o menor para a porta.

- Papi mau. - Daya acusou, cambaleando até Jimin, para segurar sua mão, olhando para cima para ver seu rosto.

- Eu vou... - Jungkook estava beirando uma síncope naquele momento.

- Calma, ela gostou mesmo do novo amiguinho. - O tom zombador de Nico só não era pior do que o olhar feio de Daya, para Don Russo. - Você gosta dele, certo? - Ele se agachou em frente a prima.

- Min-min? - Daya apontou para o loiro ao lado.

- Você gosta dele? - Em resposta, a garota balançou a cabeça para cima e para baixo. - Então, ele é sua nova babá. - Informou, recebendo um olhar curioso da pequena, e outro raivoso do pai de Daya.

- Eu? - Jimin apontou para si mesmo, confuso.

- Talvez eu não te mate agora, já que minha filha gostou de você. - Jungkook sussurrou ao pé do ouvido do menor, dando tapinhas, nada sutis em seus ombros.

- Obrigado, senhor. - O loiro verbalizou baixinho.

- Você deve chamá-lo de Don. - A babá soprou para Jimin, não ousando encarar seu chefe.

- Oh. - Ele resmungou para si mesmo.

- Saiam. - Don Russo apontou com os olhos para a porta, alternando a atenção entre Nico e a atual babá de Daya. Sem questionar a autoridade, ambos saíram do quarto depressa. - Faça ela dormir e eu repenso sua morte. - Seu tom de desafio não intimidou Jimin.

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