A fuga

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Sicília, Itália

Park Jimin nunca teve uma noite tão difícil em sua vida; sequestrado, torturado e confundido com outra pessoa. Às vezes Jimin acreditava que tanto azar era coisa de carma, já que ele se considerava uma boa pessoa.

Ele cuidava de animais em situações de risco, ia a igreja uma vez por mês, não era desleal nem em jogos de tabuleiro, então porque ele tinha que ser azarado e estar metido em tantas situações ruins? Após sua fuga, o que foi estupidamente fácil, Jimin passou em uma loja de roupas, e comprou um casaco com capuz e evitou todas as câmeras de segurança que pode. Ele caminhou por quase um quilômetro até chegar na casa de Rafaelle Comelo, seu único amigo.

Após bater na campainha do apartamento, ele desabou no corredor. Jimin sentia dores nas costas, além de bolhas nos pés e muita fome. Sempre em situações de estresse, Jimin desencadeou sua compulsão alimentar.

O loiro pensou sobre os últimos acontecimentos.

Ele estava sob a mira de uma arma, com mafiosos ao redor, estar vivo era surreal. Algo estúpido lhe ocorreu, de repente, Jimin não conseguia tirar aquela rosto sombrio de sua mente, as palavras reverberando em seu subconsciente. Ele olhou para Jimin com raiva e um desprezo que o deixou atordoado, sem falar que o homem não parou de confundi-lo com alguém chamado Giuseppe. Quando ouviu o click da porta, o loiro juntou suas forças para levantar do chão.

— O que você está fazendo aqui? — Raffaele indagou, esfregando os olhos com os punhos fechados.

— Eu sei que você está com raiva porque eu não devolvi seu livro, mas eu preciso de ajuda. — Exausto, ele se jogou nos braços do amigo, apertando-o em seus braços.

— Não estou com raiva por causa do livro, idiota. — Se afastou, dando um tapa na cabeça do mais novo. — Você sumiu. — Dessa vez, o moreno acertou a nuca do amigo.

— Passei um mês trancado no meu apartamento pra concluir um manuscrito e adivinha. — Arqueou as sobrancelhas em sua direção.

— Ninguém gostou. — Jimin balançou a cabeça para cima e para baixo, abraçando-o outra vez. — Você já deveria ter aceitado que não leva jeito pra escrita, desiste, Jimin. — Em contrapartida, ele afastou seus cabelos, dando tapinhas sutis em seus braços.

— Obrigado por apoiar tanto, Raffaele, o que seria de mim sem você? — Revirou os olhos, entrando no apartamento.

— Em quê você precisa de ajuda?— Perguntou, se sentando ao seu lado do sofá minúsculo.

— Acho que tem gangsters atrás de mim. — Jimin contou, torcendo os dedos das mãos para conter sua ansiedade.

— Oi? — Raffe começou a rir escandalosamente.

— Não rir, Raffe, eu estou falando sério. — Jogou uma almofada em sua cabeça, mas o outro não parou de rir.

— Se você não é a pessoa mais azarada do mundo, não sei quem é. — Verbalizou, tentando se conter. — Como isso aconteceu? — O moreno perguntou, juntando os joelhos em cima do sofá.

— Sem querer, eu acabei testemunhando um assassinato, depois fui torturado por dois caras tatuados, lembro que um deles se chama O-Cobra. — Contou, deitando a cabeça no ombro do mais velho.

— Narciso Mancini? — Jimin não sabia de quem Raffe estava falando, até que ele lhe mostrou uma foto, — esse? — Perguntou, ansioso.

— Esse. — Sua cabeça balançava para cima e para baixo freneticamente.

— Então você está realmente fodido. — Raffe nunca foi bom em consolar pessoas, Jimin sabia disso, mas era o único em quem podia confiar naquele momento.

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