A verdade vem à tona

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Sicília, Itália

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Don estava de volta à Itália há uma semana e sentia-se esgotado, além da saudade angustiante de Jimin e de sua filha. Todas as reuniões com a entidade máxima da Camorra estavam lhe roubando todo ânimo, além disso, seus pensamentos estavam todos voltados para alternativas de sair da máfia ileso. Não podia ser negado a ele o direito de desejar uma vida normal, sem tantos problemas e perseguições.

Ele não desejava mais ser um líder mafioso e liderar Soldados para a organização, tudo que ele almejava era uma vida tranquila e honesta, ao lado de Jimin e sua filha, em um lugar distante, talvez remoto, onde todos os problemas não conseguiriam alcançá-los. Quando ele encerrou a última reunião do dia com MammaSantissima Don praticamente correu de volta para a mansão e se trancou no escritório.

Deixar a líder Máfia no país ciente dos ataques de seu avô foi a primeira coisa que ele fez, desde o retorno, embora Don duvidasse que algo fosse feito efetivamente para ensinar uma lição ao Father da Borgata Russo por ousar a ir contra seu líder. Todavia, Jungkook ainda sabia se podia voltar a confiar em Lorenzzo, que vez ou outra dava sinais de lealdade. No fundo, Jungkook sabia que o comportamento do primo ao seu redor era estranho, mas ainda assim, ele era alguém da família, que esteve ao seu lado nos piores momentos e...

— Posso entrar? — Nicolo pediu, após bater na porta do escritório.

— Pode. — Don autorizou. — Estou tão exausto de todas essas reuniões com MammaSantissima. — Comentou, esfregando o rosto com as mãos.

— Jimin estava ligando mais cedo, deveria retornar a ligação. — O semblante do outro saltou de cansado para preocupado em um segundo. —Impressão minha ou você está evitando o Jimin de propósito? — Nicolo externou suas suspeitas, cruzando os braços em sua frente.

— Ele vai me exigir uma data de retorno e eu ainda não posso lhe dar isso. — Acabariam brigando outra vez e tudo que ele não não precisava naquele momento, era de uma discussão sem sentido com Jimin. — Não é tão simples deixar a Máfia, por mais que eu esteja dando meu melhor para conseguir isso, você é testemunha dos meus esforços, você esteve me acompanhando nas reuniões com MammaSantissima, é o último que pode me julgar. — Proferiu, antes de receber um sermão do mais novo.

— Ao menos converse com ele e tente explicar. — O orientou. — Ele merece uma explicação, Don, você não pode negar isso ao Jimin e sabemos como ele é importante pra você.

— Você não conhece o Jimin, ele se torna outra pessoa quando quer algo. — Chega a ser assustador.

— Conheço o Jimin o suficiente para saber que ele vai te comer vivo se continuar ignorando ele. — Zombou, rindo contidamente.

— Já conseguiu tirá-lo do seu sistema?

— O que eu sentia pelo Jimin foi platônico, ele nunca deu sinais de que gostava de mim, além de uma relação de amigos, eu me deixei levar pelo que sentia antes mas agora eu entendi que aquele sentimento se transformou no que deveria ter sido desde o início, amor de amigos. — Don estava muito feliz por saber que seu primo já não sofria por vê-lo ao lado de Jimin.  — Ele é único, você tem sorte por ele amar você, trate-o bem ou eu vou te dar outro soco, está me ouvindo?

— Pode deixar. — Respondeu, escondendo um sorriso atrás dos dentes perolados.

— Posso entrar? — Pollo pediu, após bater na porta do escritório.

— Claro. — Don respondeu. — Más notícias, hein! — Ele já antecipou isso, ao ver o semblante do mais novo, ao entrar no cômodo.

— Não tenho culpa se você não tem sorte. — O loiro zombou, passando reto por Nico, que sorria discretamente do primo e seu companheiro Azar. — Dessa vez é sobre Martina. — Don estreitou os olhos para o menor, não interessado em qualquer assunto que envolvesse a mãe de Daya — Sua ex-esposa se acidentou gravemente em um acidente de moto durante uma perseguição policial e está a um passo de morrer. — O Consigliere informou.

DON • Onde histórias criam vida. Descubra agora