Às dez

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Sicília, Itália

Quando Don acordou ainda estava escuro, mas ele viu quando Jimin saiu do banheiro com uma toalha média branca cobrindo apenas a parte baixa do corpo e isso o deixou animado.

Imaginar que alguns meses antes daquela manhã, ele era indiferente ao loiro petulante o fez rir.

Não havia como negar o quão atraído ele estava por Park e Don já havia feito merda o suficiente para entender que fugir dos seus sentimentos era pior do que tentar compreendê-los e aceitá-los. Don nunca esteve de acordo com seu pai e avô, quando eles falavam sobre: "os gays merecem a morte". Jungkook, também acreditava que poderia existir amor real entre dois homens, ele só não pensou que aconteceria com ele. Foi como se Park desencadeasse algo que ele conseguiu reprimir a vida toda, como se ele apenas tivesse poder suficiente para fazer Don duvidar de sua sexualidade.

Era fácil separar isso em sua mente, mas quando Don começou a pensar que Jimin poderia se interessar por seu primo, o sangue esquentou em suas veias e ele secou  garrafas de whisky tão rápido quanto uma garrafa de água e a embriaguez o atingiu de forma implacável, antes dele se recuperar e voltar a evitar álcool novamente.

Ele sentiu que se não falasse naquele momento estúpido de coragem e determinação, morreria com as palavras engasgadas em sua garganta e se odiaria por isso, porque mais difícil do que continuar fugindo dos seu sentimentos por covardia, era ver Jimin se aproximando de uma das pessoas que ele mais amava e respeitava em sua vida. Mesmo jogando muito alto ao admitir estar apaixonado e depois recuar, Don estava disposto a pagar o preço dessa vez. Ele esperou Jimin se vestir, antes de abrir os olhos e parar de fingir que estava dormindo, para evitar um maior constrangimento.

— Como se sente? — Jimin perguntou, entregando uma garrafa de água mineral para o maior.

— Como se tivesse sido atropelado por um caminhão, ontem eu tive um dia brutal. — Confessou, com a sensação de secura em sua boca. — Eu sinto muito por vir aqui e te incomodar com os meus sentimentos novamente. — Ele afastou o lençol de seu corpo e se sentou com as pernas cruzadas.

— Você lembra tudo o que disse dessa vez ou vamos voltar a ignorar o que sentimentos? — Indagou, não ousando a encará-lo no primeiro momento. — Dessa vez, você não pode usar o álcool como desculpa para recuar.

— Eu me apaixonei por você. — Ele repetiu, deixando o menor boquiaberto com a repetição da declaração. — Eu sei que é estranho e ilógico, mas é o que é. — Jimin estava muito entorpecido para conseguir articular algo em resposta, sua mente zunia como se mil abelhas estivesse próximas aos seus ouvidos. — E é por isso que eu estou estou me comportando como um idiota com você. — Admitiu, sorrindo fracamente.

— E com o Nico. — Acrescentou, mordiscando o canto do lábio inferior.

— Estou com ciúmes. — Confessou, sem titubear.

— Você sente ciúmes da gente? — Park estava perplexo.

— Sinto. — Admitiu, se arrastando para a lado oposto da cama, então ele puxou-o para o meio das pernas pela cintura e enlaçou os braços ao redor. — Eu tenho me comportado como uma criança mimada, como diz o Lorenzzo, porque... — engolindo em seco, Don completou: — Eu sinto ciúmes, porra. — O xingamento fez a pele do mais novo esquentar. — Eu imagino vocês dois juntos e me sobe a temperatura do corpo. — O loiro sorriu, meneando a cabeça em negação. — Não de uma forma boa. — Se levantou, deslizando as mãos para os ombros do menor.

— Eu sou um homem, Don. — Jimin o lembrou, incapaz de se mover do lugar.

— Ainda me deixa excitado como o inferno. — Afirmou, beijando-o na bochecha. — Parabéns, você conseguiu me fazer sentir coisas que eu achei que não era capaz e não foi a confissão ridícula de um bêbado, como eu fiz parecer naquela noite, por um arroubo de covardia, eu realmente queria dizer tudo o que eu disso, só que é difícil pra mim. — Beijou o lado oposto, só então ele recuou, dando todo o espaço que o outro precisava para assimilar as informações.

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